Gina, a mulher que tem um blogue

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Constatações do meu aniversário

Recordando as constatações, quero eu dizer. Eu preferiria que fossem constelações estrelares, brilhos e isso... Mas 'constatações' é o que se arranja. Avanço, não segura.


Lisboa, 11 de julho de 2012

Primeiro trabalhei. Depois almocei e segui a viagem habitual. Parei no sítio do costume, bebi um café e li o livro do presente. Durante muito tempo. Imenso, mesmo. Tinha-lo em demasia, talvez. Aborreci-me de ali estar, comecei a desviar a concentração da leitura, levantei-me e marchei.
 «Eh pá, eu hoje faço anos, porra! Tenho de divertir-me!», pensei eu a dada altura. Não me estava a correr lá grande coisa, o meu passeio assim meio arranjado à pressa. Vagueei sozinha, como costume. Tenho um quê estúpido com o deambular, os pensamentos bloqueiam-me, a mistela que me envolve atrapalha-me duma maneira que não sei explicar, acho tudo em volta estranho, as coisas, as pessoas, o que ouço dizerem fica num vácuo. A minha cabeça funciona mal se andar sem destino, é o que é. Chamei até mim a parte racional, decidi repentinamente que iria ao centro comercial do Campo Pequeno (Lisboa). Dei uma volta à Praça de Touros sem encontrar a entrada, um calor que só visto, ou sentido (!), ainda magiquei se por causa da festa brava será uma hoste qualquer a pôr naquele pedacinho redondo o clima andaluz... Oh céus, que calor ali, quando no resto da cidade nem por isso! Reparei que nenhuma das entradas se parecia com a de um centro comercial. Inicio segunda volta que não completo. Avisto um velhinho de bengala entrar por uma daquelas portas enormes. Pensei: 'bem, se o velho entra, eu também posso, vindo alguém ralhar, que ralhe com o velho, eu só o segui porque pensei que a entrada era aqui e blás' Um corredor fresquinho e iluminado pelo sol, calcetado à portuguesa, no centro os assentos dos espectadores de touradas, a cor vermelho-escuro predominando, uma opressão vinha daquele redondel arenoso. Abrandei o passo, o velho seguia à minha frente, era vagaroso, podia precisar dele para me desculpar... Um segurança aparece no meu campo de visão, e eu, esquecendo todos os pensamentos ao redor do velho, sem notar (noto agora que escrevo) segui um dos meus instintos mais primários, dirigi-me ao superior e expus tudo de rajada:
 – Olhe, eu entrei aqui assim, pensei que era aqui o centro comercial, já não existe o centro comercial?! 
Explicou-me todos os passos que eu devia seguir se queria chegar ao malfadado centro comercial. Obedecendo, fui. Cá por coisas, não tive interesse em permanecer durante muito tempo. Fugi. 
Metropolitano. Pessoas e gentes. Cheiros e outras coisas menos boas. As boas também: versos nas paredes: 

«Pintar é falar consigo-mesmo e esperar que alguém nos entenda.» 

Repeti a frase para dentro incessantemente. Decorei-a, acho que escrever é tal e qual isso, só que ninguém entende. Carris, carruagem. Saída para a rua. 
Compra (foto acima) e telefonemas de parabéns ali pelo meio. Completamente inesperados, há que dizê-lo, sempre há momentos belos a viver, vamos a eles. 
Passeio, não deambular, passear, sim, com destino, que a cabeça é, no mínimo, estranha. 
Encontro com familiares. Jantar... Maravilhoso! Mas não tão bom como a companhia...


Costa de Caparica, 11 de julho de 2012

Ida à Costa de Caparica, esmoer a barrigada de carne grelhada, sangria e bolo de chocolate, respirar o ar fresco da noite. 'Está cá um frio!' 
Inicio uma corridinha, instigo a rica filha, ela imita-me. Corremos as duas pelo passeio junto à praia, como se fôssemos crianças. Ou deixámos aflorar o espírito infantil, aquele que nunca morre... Tenho quarenta e quatro anos e há dias em que a minha vida é uma festança!

2 comentários:

Manuel disse...

Dia quase mágico.
Dentro de 11 anos vai ter outro golden birthday e eu vou estar aqui para lhe desejar um dia feliz.

Gina G disse...

Espero que sim, Manuel. Espero mesmo.

P.S.

E está inaugurada a minha caixa de comentários...

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