Gina, a mulher que tem um blogue

Gina, a mulher que tem um blogue

terça-feira, 30 de junho de 2015

Parabéns a você

O meu colega revelou-me que ultimamente tem parabenizado muito mais no fuçasbuque devido ao facto de tanta gente se ter lembrado de o parabenizar a ele aquando do seu (mais ou menos) recente aniversário. E eu, do meu pedestal de sabedoria, partilhei a seguinte informação:
«Olha ‘migo, se quisermos pôr a coisa no plano poético e romântico, podemos chamar-lhe efeito bumerangue, mas se quisermos pô-la no plano da sabedoria popular, chamemos-lhe macaquice de imitação.»

Ó Gina

Ó Gina, nunca mais fizeste vídeos, pá!
Quem disse?! É ver dois posts abaixo. Ou ouvir. Ouvir. Ah ah. Até estou para aqui a pensar que no meu blogue ouvem-se coisas, em querendo. Ah ah.

Lugar da musa

Bem que tentei ler* mas ando com grandes dificuldades de concentração. Outra vez. Pois.
Nas parcas linhas que li estavam as datas 1946 e 1947, o que me transportou para os números da minha vida e, vai daí, lembrei-me que quem nasceu em 1900 tinha as contas feitas, nem era preciso grande esforço e, vai daí, se quem nasceu em 1900 o mais certo é já ter morrido, então podemos passar a breve história de tão interessante assunto que estou para aqui a debitar e assentá-la por sobre o ano 2000. Conheço um puto que nasceu em 2000, mas decerto existe 'disso' aos milhões mundo afora. Ainda o ano vai no começo, mesmo antes de chegar a primavera, já ele está a coincidir a dezena e a unidade do ano em que estamos com a sua idade. Deve ser fixe ter uma vida assim. E também uma seca, pelo previsível, que assim ninguém se põe a fazer contas de cabeça.

*Gostamos tanto da Glenda, Julio Cortázar

Nem bom dia nem boa tarde

Chamo a atenção para o som que se ouve nos primeiros dois segundos do vídeo. É o meu telemóvel a receber uma mensagem, por sinal desinteressante para plantar no blogue.
Divulgo que este relato foi a minha quinta tentativa. Não que os anteriores estivessem mal, não senhores, normalmente não me preocupo em fazer bem-feito, em falar benzinho, preocupo-me em falar sem demandas ou critérios rígidos e pronto, siga a vida, mas o que acontecia era que sempre aparecia alguém (leia-se cliente) que me interrompia o discurso.
Registo que das outras quatro tentativas, em duas delas deixei inadvertidamente a máquina a gravar, acabando por 'aparecer' o meu atendimento ao balcão. Na primeira, uma senhora que falava muito mais alto que eu, na segunda, um senhor italiano que se exprimia em inglês. Foi um fartote de rir (aqui sozinha) depois de perceber que não tinha desligado a máquina e gravara tudo. Entretanto já apaguei as outras quatros gravações.

De manhã

De manhã não saí de casa sem colocar brincos e pulseiras e anéis e também sem colocar rímel nos olhos e já agora anuncio que não pus perfume. Grande falha, essa. Do pior.

Dia de (disseram na Radio)

Dentre outras coisas que não me interessam debitar por ora, hoje é dia de 'são receber'. E o que é isto de 'são receber'? É o dia em que se recebe o ordenado. Ah ah. A locutora disse para a malta telefonar para lá ou escrever no fuçasbuque se quando recebem recheiam a despensa, se vão fazendo as compras à semana, se quando têm mais dinheiro, vulgo fim-do-mês, compram coisas que noutra altura não comprariam, enfim, esse tipo de coisas.
Ora bem.
Eu cá não tenho fim-do-mês. Há décadas que na minha casa se fazem as compras à semana, sendo inclusive comum eu referir que vou ao supermercado ao sábado logo pela manhã, para apanhar a frescura, não só da manhã, como dos produtos, e também é fixe para não estar muito tempo nas filas para pagar. Portanto, 'migos da Radio, pois que faço compras à semana. De nada, ora essa.
No passado sábado, isto só para engordar o post, comprei curgete redonda e nabo amarelo, naquela de experimentar e tal. Quando estava na pesagem, uma das moças segreda para a outra: 'será que este nabo tem um sabor diferente do outro?', e eu aproveitei para meter a previsível bucha: 'eu depois digo-lhe!'

Dias de um Ginásio

É só mais um postzinho do Ginásio, vá lá, vá lá, vá lá. É que havia uma semana que não mexia o corpo no Ginásio, e tinha saudades, oh se tinha, e assim que me comecei a mexer dei conta de todas as novidades que já hoje rabisquei.

Dias de um ginásio

Há pessoas cujo suor cheira a massa de vidraceiro. Fresca. No Ginásio, temos portanto gente que lhes cresce cré e óleo de linhaça já misturado, pronto a aplicar numa janela perto de si. Ou uma porta. Não cresce nada, ora essa, só me chega o cheiro da massa de vidraceiro. Fresca.

Dias de um Ginásio

Melhor espalhar um creme nos pés e pôr uma série de gajas a pensar que cheiro a chulé, ou levar os pés cheios de peles para o Pilates?

Dias de um Ginásio

A gaja boa das máquinas cumprimenta de longe o gajo bom das artes marciais e o gajo bom das artes marciais mostra toda a cremalheira e o cumprimento da gaja boa das máquinas é um sorriso ligeiro e um brilho nos olhos.

Oss.

Lembrei-me, bem me parecia que faltava qualquer coisa, é o cumprimento das artes marciais: oss. Fizeram-no mutuamente, a gaja boa e o gajo bom, de longe. Nada disso, não estou no gozo com o cumprimento dessa malta, até porque todos os dias durmo com um gajo que percebe disso à brava. Ó Luís, como é que se escreve oss?

Dias de um Ginásio

Há mais uma puta invejosa na minha vida e já se percebeu que é no Ginásio. Sou mesmo gira. E eu que às vezes perco tempo a massacrar-me com a falta de beleza em todo o meu ser. Melhor não procurá-la mais. Digo: a falta.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

A continuar daqui*

O blogue vai mas é chamar-se:
'O prazer é todo meu'
Eh pá, não sei, estou duvidosa. Hum, pronto, ok, vá, este título tem tudo que ver comigo, o meu espírito é solitário que se farta e já anotei vezes infindas que escrever num lbogue... ai perdão, blogue é masturbação intelectual. Tal e qual. O prazer é todo meu. Ah...

Meio

Sempre existirão os poucochinho demais para mim. Existirão, também, os outros, os que me superam em inteligência e/ou sabedoria. Tenciono manter-me algures pelo meio dos dois tipos de gente, oscilando um pouco de vez em quando, mas ajuizando logo de seguida, mantendo a ideia de aprender com uns e com outros. Uma estúpida monotonia, a desengraçada sensatez e o insípido equilíbrio, é o que é. Tão mais prazeroso golpear e mentir, pá. Tão mais. Eh pá, pronto, a verdade é que os travões são uma merda, não é. É.

Quês

Não faço comparações bonitas nem sei construir metáforas lúcidas. Ninguém imagina o que sofro para não escarrapachar no blogue toda a minha insegurança nisto de escrever. Sinto constantemente que não sei escrever e a vontade de o confessar é igualmente constante. Não sei escrever, não. Não sei escrever o esperável. Escrever é fingir certezas. Há anos que criei as duas últimas frases e continuo a registá-las amiúde no lbogue... ai perdão, blogue e às vezes estou tão cansada de escrever o inesperável e de me fingir acertada com a minha prosa. Não sei escrever. Pronto.

30 de junho de 2015

30 de junho de 2015, amanhã, e assim encerra o primeiro semestre deste ano. Nestes dias assim, fim de semestre, todos os anos, sinto uma espécie de chamamento da razão, algo que me leve a pesquisar a minha vida por modo a saber se estou bem assim, e normalmente sinto que estou mais mal que bem, se continuo, e normalmente continuo tal e qual, ou seja: mais mal que bem. É um balanço, vá. Tem também muito que ver com a aproximação do meu aniversário.

Lugar da musa

Era para ser o telemóvel gritando comigo a dizer que recebera uma mensagem. Fui lá ver. Tanto arrasto e tanto clique e afinal não era nada. Oh. Voltei a rabiscar as merdas do costume e descobri que era o meu escrever que abanava tanto a mesa, que a pobrezita gemia. Credo, mulher, que bruteza. |Afinal estou viva.|

Lugar da musa

Moço que andou em últimos dias limpando prateleiras de livraria serve agora cafés a pessoas. Livraria tem madeiras limpinhas e lustrosas, moço faz café. Bom. Moço faz café bom. Moço tem futuro em essa área. Moço aparenta ter não mais de catorze anos e tira cafés bons.

Relação virtual

Ora essa, então, sou bué fofinha e trato os leitores bem pra caraças. Há dias respondi educada e atenciosamente a um comentário aqui no blogue e tudo, ver aqui, ó). E não se pense que é mais fácil lidar virtualmente com as pessoas, qual quê, nada disso, é dificílimo na mesma, mas cá continuo.

Estive num

Estive num frente-a-frente com um homem que na cara tinha um misto de senhor reitor e homem do computador. Rima e tudo.

Tenho saudades

Tenho saudades de escrever dum; duma; doutro; doutra; dalgum; dalguma; nalgum; nalguma. As duas últimas fazem lembrar nalgas. Ah ah. Então é isso. Ah ah.

Passeio de domingo, 28 de junho de 2015

Resolução de sábado, 27 de junho de 2015

Já as tenho, i-ei!
Ó pá são tão lindas. Ó pá.
A senhora da sapataria, uma simptia. Rima e tudo.



Bom, se as deitar no lixo, se não mais as vir, não as procurarei, não é. É. E assim vou buscar outras que tenha na sapateira, não é. É. Ah ah. São as da esquerda, meste momento estão já no lixo, com cascas de cebola e também de alho, caules de tomate e embalagens vazias de mozarela. Ah ah.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Acertar as horas

O meu telemóvel andava há anos, sim, anos, adiantado cerca de seis ou sete minutos. Quando o consultava, pensava 'ah e tal tenho o relógio adiantado, portanto são menos seis ou sete minutos'.
Acertei-o.
F i n a l m e n t e.
Agora é melhor fazer caso das horas que o meu telemóvel diz serem, quando não, pumba, coiso.

Lugar da musa

Guitarra. É guitarra, já sei que é guitarra e não viola, o instrumento tocado ao vivo nestes últimos dias lá no lugar da musa. O guitarrista, já obviamente sei que é guitarrista e não violista, falava, pelo que percebi, acerca das várias dedilhações com que se pode tocar uma guitarra, só ouvi 'picado', de resto nada mais percebi, com um elemento do pequeno grupo de pessoas que o ouvia atentamente. E eu lá, também. Ah, tão bom. Muito bom, um ambiente diferente, não só pelo som, mas pelo tipo de pessoas que arrastou para ali.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia da Lia e da Raquel. Hoje é dia, também, do pudim de chocolate. Da Lia e da Raquel já me desinteressei. Do pudim de chocolate tenho a dizer que não creio alguma vez tê-lo feito. Daqueles instantâneos, decerto que sim, mas dos outros, aqueles que a gente faz de raiz, não. Um dia experimento, mas não este fim-de-semana, que já planeei fazer o bolo de coco e erva-príncipe. É tão bom, oh céus. O coco, tenho-o na despensa há tempo de mais, melhor usar, a erva-príncipe, também conhecida por citronela, comprei no passado sábado, melhor usar. Vem numa embalagem com quatro caules. Conheço apenas esta parte da dita erva, não conheço a forma das folhas nem das flores, nem tampouco se as há, o que lamento. Conheço, isso sim, o sabor, que tem que ver com limão, daí também se chamar citronela, que tem que ver com citron, que é limão em francês, que tem que ver com cítrico. É uma erva aplicada não só na doçaria mas também no tacho, em frango funciona muito bem. Hum, amanhã, se calhar...

Ideias Pê Pê barra Á

palitos de tomilho
francesinhas
batatas fritas
frango com cogumelos
batatas salteadas
salada de alface e agrião
limonada
bolo de bolacha maria
bolo de bolacha de chocolate
doce de natas
cheesecake
salada de fruta

Cliente

O que fazer enquanto o tpa não cospe o papel...? Apontar algures ali assim, bem perto, por sinal, pequenos dados que me permitam longos textos pouco depois. Ah ah. Troca de números, apontei eu. Ah ah. Na mesma folha onde havia apontado o harpic e os tabuleiros, um simples, de cento e oitenta, outro completo, de cento e vinte, com trinchete, fino pincel e rolinho de espuma. Ah ah. E antes tinha trocado números nas teclas do tpa e se não vejo a tempo o cliente ia pagar uma exorbitância. Ah ah. Nem sei como não faço ainda mais asneiras com esta minha mania de escrever coisas num blogue. Ah ah.

Sim, já chegaram

Sim, já chegaram as ceras. O homem que as deixou no estaminé tinha cara de gaja com o chico no primeiro dia. Cera pra pôr no chão de madeira e gaja com o chico no primeiro dia não combina com homem, mas pronto, o certo é que o homem tinha mesmo cara de gaja com o chico no primeiro dia. Olarila.

Trapadas

Colocar umas nesgas, talvez umas quatro, de tecido verde-alface no vestido amarelo-sol. Isso mesmo. Ah ah.

Entretanto

Entretanto, complementando o post anterior, já retomei a leitura antiga. Agora tem de ser, não me posso descuidar. Registo então que retomei a leitura do livro 'Gostamos Tanto da Glenda', Julio Cortázar. É um livro de crónicas, por isso é facilmente retomável.

Términus

Terminei ontem de ler o livro 'Mãe', Pearl S. Buck. Adorei. Afinal não recordava pormenor nenhum, qual quê. Adorei uma vez mais, quero eu dizer, que como disse noutras vezes li este livro pela segunda vez. Adorei das duas vezes. Igual.
Como o título deixa antever, este livro relata a história de uma mãe que por ser abandonada pelo marido luta para manter a família unida e a reputação intacta, por mais que lhe custe e tenha inclusive de viver na mentira. É curioso como uma mulher analfabeta engendra planos no sentido de se defender da maledicência da pequena comunidade. Muito bom. Adorei, uma vez mais... Ah, já tinha dito, não é. É. Então pronto, coiso. É curioso, também, que me tenha entusiasmado tanto com a leitura deste livro e não tenha copiado para o blogue nenhum excerto da história. Muito curioso, que em todas as leituras que fiz, desde que tenho blogue, sempre tenho procedido assim, e desta vez não... Vou abrir o livro ao calhas e copiar o que achar por bem. Já venho.

Voltei. A página 53, em certa altura diz assim:

«Mas o dia nasceu e o homem não veio. Durante todo o dia, ficaram sentados nas suas roupas lavadas, as crianças limpas e receosas de se sujarem, e a velha com cuidado para não deitar salpicos de comida para o regaço, e a mãe obrigou-se a sorrir com segurança durante todo o dia; e dizia a todos: 'Ainda é dia e ele ainda pode vir.'»

quinta-feira, 25 de junho de 2015

¨¨¨¨¨







a ler vamos





Andei a

Andei a rasgar papelinhos pelo picotado e a deixá-los cair no chão da praça, poluindo o ambiente e isso assim. Tão bom. Vi-os serem empurrados pelo vento e senti a poesia. Depois...? Depois redigi este texto, antes que esqueça a poesia que senti. Se nem sempre sei escrevê-la, ao menos que não a esqueça.

Lugar da musa

Há viola, ou guitarra, ou lá que é, um instrumento de cordas, pronto, tocada por um senhor, ou violista, ou guitarrista, ou algo assim, ao vivo.

Rodapé: atente-se no modo como pontuei o texto acima e depois diga-se que as vírgulas não são chatas pra caraças, vá.

Lugar da musa

O cupão de desconto na compra de um livro e a ficha de inscrição para obter o cartão da livraria continuam dentro do livro que ando a ler ('Mãe', Pearl S. Buck). Para acabar com o cupão de desconto tenho de escolher um livro e ir até ao balcão para o comprar. Para acabar com a ficha de inscrição tenho de ir até ao balcão e tratar do assunto. Blás. Num ou noutro assunto, dá-me cá uma preguiça de falar. Blás.

Lugar da musa

É bem verdade que já vigoram as férias escolares, há dias que um adolescente anda a limpar as prateleiras de toda a livraria. Retira uns quantos livros, pulveriza o produto bom para madeiras, passa o pano macio, recoloca os livros. O ar de enfado é notório que se farta. Só não reparei se recoloca os livros respeitando a ordem em que estavam, isso é que era de valor, pá...

Dador

(leia-se da dor)

Pois que não estou lá muito melhor, não senhores. O pedaço mais lindo do meu corpo ainda me dói e continua a incapacitar-me um bocado, demasiado para o meu gosto, e dura há demasiados dias para o meu gosto.
De nada, ora essa, obrigada eu, por perguntarem, que tem sido um corrupio de gente pelo blogue, tudo a querer saber qual é o pedaço mais lindo do meu corpo e o caneco.

Ontem à tardinha

Ontem à tardinha fui ao Parque das Nações e vi réstias de sol e de sombra. Dantes ia ali para pensar na vida, idilicamente, e conseguia-o. Outros tempos, bem sei. Hoje, consigo todavia pensar assim mas ponho tudo no papel, associando os sonhos a temas diferentes. Sim, tudo, ponho tudo no papel.


«daqui não passarás... sempre existirão lugares onde te respiro... nos bancos do jardim... na balaustrada junto ao Tejo... nos acordes de uma canção... na praia negra... na estrada comprida e silenciosa... na calçada íngreme ... no restaurante cor-de-laranja... no meu repouso... deixa-te estar... gosto de te saber aí...» |12 de setembro de 2008|


Cinzento

Olha lá: porque é que o prédio vai ser pintado de azul celeste? Conta-me tudo, mesmo não querendo.

Construíram este prédio de apenas dois andares no tempo em que os animais falavam, que na altura a moda era essa. Isto parecendo que não, as modas existem, as pessoas falam entre si e, mesmo nos prédios, imitam-se. Foi para lá morar um casal com seis filhos e outro sem filho nenhum. Durante anos deram-se todos muito bem, tanto nos dias de festa como nos outros. Entretanto as seis crianças cresceram e tomaram o seu rumo, saindo dali, os casais morreram e o prédio, já devoluto (extasio com a oportunidade de mostrar ao mundo que conheço esta palavra e sei como aplicá-la adequadamente), vê-se necessitado de obras e opta por chamar uma equipa que por uns milhares de euros lhe faça a recauchutagem, que já fez, e lhe lave a cara, que há-de lavar, e vai ser lavada com a cor azul celeste. Sei-o porque vi três pinceladas tipo teste numa das paredes. Ah ah. Tenho foto e tudo. Olarila. Não tenho nada, fica para outro dia, que hoje, mesmo rente às pinceladas-teste, estava um homem enfiado no buraco que fizeram no passeio para passar os cabos modernos e isso assim e içou-se lá do fundo, suspirando por causa do esforço de subir tão elevado degrau. Depois, claro está, para tirar uma foto teria de pedir ao homem que saísse dali e coiso ou incluir o homem na imagem e tal. Mas não.

Cliente

Se precisar de ajuda, diga.
Não... Estou só vendo.
E eu vendo.
Ah ah.
Foi uma boa resposta, não foi? Ah ah.
Foi com certeza. Ah ah.

Eu cá acho que

Eu cá acho que um pai Anilton e uma mãe Elisangela só podia resultar numa filha Joyce.

Foi logo de manhã que esta luz se me acendeu.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

8577

Eu a dizer no vídeo que agora vou pôr-me para aqui a escrever, não é. É. Mas não. Dias há em que a vida me enoja e apavora. Outros há em que não e estes caracterizam-se por uma certa apatia que me acaba com o escrever. Mas decerto que não sei. Não sei. Escrever é fingir certezas, não é. É. Não é nada, quando chegar o dia das certezas de certeza que nunca mais escrevo.

Da fala




Para que conste

Hoje ainda não me penteei. Ah ah. Não me parece que chegue a pentear-me até ao fim do dia. Ah ah.

Viagem

Metro, logo de manhã, olarila. Às vezes a vida é estranha, a rotina difere, o que é porreiro.

Nada como

Nada como mostrar uma porta da correnteza do vazio de ontem.


Logo de manhã

Logo de manhã tirei uma foto, de raspão e em andamento, à parede onde está a palavra 'poesia-me' pintada, acerca da qual falei ontem no blogue. Não está lá muito explícita mas pronto, é o que há cá.


terça-feira, 23 de junho de 2015

Eh pá, a sério

Eh, pá, a sério, tenho algumas fotos esquecidas no arquivo, as quais publico da mais nova para a mais antiga, despachando-as a começar pela que tirei, não anteontem, não ontem, mas hoje. É um cubículo vazio, onde a sardinheira faz vista em primeiro plano. Tirei esta fotografia, não pela sardinheira, não pelo cubículo, não pelo vazio, mas sim pela falta da porta, o que a diferencia das demais que constam naquela correnteza.




Ontem de manhã tirei esta fotografia. É uma porta vintage, sita na rua Capitão Roby, nº 71, Lisboa. Ó pra mim ali a aparecer também, qual emplastro... Ah ah.




Ontem de tarde tirei esta fotografia. Há tempo tinha planeado tirá-la, fazendo reparo no blogue e tudo, e pronto, cá está ela. Trata-se de uma perspetiva das torres da Igreja São João de Deus, se olhadas quando estou sentada no banco do meio da avenida Guerra Junqueiro. Ora acontece que o fulcro deste plano era saber se a moldura deixara de existir, ou então não. Digo a moldura que as árvores formavam toda à volta das torres antes de andarem uns senhores de serra na mão a cortá-las. E mudou. Em muito.




No sábado sequei as meias assim, estava tanto calor que era escusado gastar o tempo a estendê-las como mandam os bons costumes de dona-de-casa, então achei giro tirar uma foto. Devo ainda acrescentar que qualquer semelhança com uma foto que tirei há cerca de dois anos... Não é impressão.



São fotos de umas sandálias que tenho de jogar no lixo brevemente, mas para isso vou ter de lhes encontrar substitutas. Abaixo das ditas fotos está toda a saga que vivi por modo a encontrar um par de sandálias. Oh céus, como por vezes é difícil uma gaja encontrar o que quer...




Quinta-feira, 18 de junho, foi assim:
Ora bem, ontem mirei a montra da sapataria e apaixonei-me desmedidamente por vários modelos de sandálias, hoje tornei lá para perguntar à moça pelo número tal de dois modelos. Não queria ser demasiado gulosa, nem dar muito trabalho, que tenho a mania que sou fofinha e tenho uma autoestima de merda. Mas não havia. Nada. Que pena, não é. É. E eu sem coragem de perguntar, então e deste e daquele e de mais aquele ali, não tem o número tal? Vim embora, com a autoestima tão na merda como antes. Bom, se calhar piorou, não é. É. Horas depois, no sentido oposto, certifiquei-me numa outra sapataria se tinha o número tal deste modelo e daquele ali. E tinha. Mas eu sem dinheiro, nem cartão, que andava no deambular da hora especial. Vai ter de ficar para amanhã, não é. É.
Sexta-feira, 19 de junho, foi assim:
Eu bem que tentei entrar novamente na sapataria onde ontem não havia o meu número, mas não tive coragem e ademais hoje, olhando atentamente, já nenhum dos outros modelos me pareceram bons e bonitos, vai daí desisti da ideia.
À noite visitei mais uma sapataria. Mas não havia o número tal e nem mais anda de jeito para eu calçar.
Domingo, 21 de junho, foi assim:
Então e vai daí entro numa sapataria fina e vejo um modelo caríssimo mas suportável e peço o meu número a uma senhora nada bem disposta. Não serviu. Digo: a sandália, se bem que a senhora também não tenha servido, ou por outra: não me tenha servido bem. Não sei o que dá nos cornos destas gajas, pá, a sério que não, para atenderem os clientes sem o mínimo requisito. Uma chatice e uma tristeza em duas frentes, portanto. Escolho outra sapataria e entro. Nada de jeito para dar trabalho a alguém. Entro ainda numa outra sapataria, escolho dois modelos e peço o meu número. Não me servem. Estou tão cansada...
Segunda-feira, 22 de junho, foi assim:
Cusco uma loja onde há muito tempo estão umas sandálias de um modelo que em tempos tive. As minhas eram às tiras de várias cores, no caso era branco, amarelo e azul. As que ainda restam na dita loja trocam o amarelo por laranja, no mais são iguais. Não são nada caras e sei que são confortáveis. Creio firmemente que vou comprá-las, só por dizer que vai ter de ficar para outro dia...
Terça-feira, 23 de junho, foi assim:
Já comprei, já comprei, já comprei. As sandálias, as tais das tiras. Se não durarem dois anos como duraram as outras, olha, paciência. Mas que são lindas, lá isso são. Vinha no caminho a idealizar vestimentas que conjugassem com tanta cor nos pés e isso assim, a bem dizer vinha mas era entretida pra caraças. Por exemplo: a roupa que trago hoje – saia azulão, blusa branca e casaquinho azul escuro – conjuga que é um mimo.
Lá em cima, como já referi, estão fotos das tais sandálias que quero (tenho de) jogar no lixo. Ainda não sei se terei coragem para tratar disso hoje, se ademais as sandálias que comprei hoje não as substituem, nem pensar nisso.

1 extrovertida
1 extrovertido
1 introvertida

Perguntei-lhes se por vezes não têm a extrema necessidade de dizer algo por não suportarem o barulho que têm dentro da cabeça, tipo uma zoada ou algo assim. A extrovertida comentou de imediato que isso é coisa de gente introvertida (o que facilitou sobremodo a criação do título deste post) e o extrovertido pensou durante cinco segundos, até que disse que por vezes sente o contrário, ou seja: vontade de parar para se ouvir e observar o que está à sua volta. Não sei se dá para perceber, mas caso não dê, a introvertida sou eu. Os outros dois, adivinhe-se.

Gajo nenhum

Gajo nenhum repara nos meus brincos, a não ser que seja paneleiro.
Oh tão giro, disse ele, rodando a bola gigante que pendia da minha orelha.
Tu também tens brincos, ripostei eu, apontando para os mini auscultadores.
Ah ah, fez ele, mas isto dá música, contrariou.
Ah ah, fiz eu, e isto também dá, digo, abanando fortemente a cabeça até os brincos tilintarem.
Isso não dói, pergunta ele com exagerada preocupação.
Ó pá, não é tão fofinho? Não dói nada, 'migo, então que é lá isso...

Não, aqui não

Não, aqui não, demasiado assustador para quimera.


Era uma vez um taxista

Lá porque levanto a mão para domar uma ponta de cabelo domável, não quer dizer que queira um táxi, 'migo. Ah, tão atento que o 'migo é... Mas por ora prescindo. Obrigadinha na mesma e um grande bem-haja.

A poesia

A poesia anda de roda de mim aos pulos.

'Poesia-me'

Escrito numa parede algures junto ao Parque das Nações, em Lisboa.

'Urgente é a poesia'

Escrito num saco de pano cá dos meus.

Almoço

Há um saco de pano verde e outro azul que andam de mão em mão. Antigamente via-os na mão do homem do restaurante, que ia entregar o almocinho aos velhotes do número dezanove. Tempos depois o homem despediu-se do cargo e quem fazia o favor de levar a paparoca aos velhotes era a Carminho. Sim, Carminho, a esteticista. Atualmente quem trata de passear o saco, bem como a chicha ou o peixinho, é uma empregada nova que há na casa dos velhotes do número dezanove.
O que é que isto tudo tem que ver com o meu almoço? Nada, se bem que tenha que ver com o almoço de outros, é que numas vezes o saco é verde, noutras, azul. O padrão, esse, é sempre vichy e é aí que seguramente reside o fundamento deste post. Quadradinhos miúdos num tecido fibroso, que não amachuca. Bonitos e bons sacos, sim senhores.

Pimpampumcadabolamataum*

O senhor António vai comprar uma mota. Ao contar a novidade colocou toda a vivacidade na sola dos pés, elevando-se.

*cantilena infantil, que obviamente nada tem que ver com o post e apresentada sem espaços cá por coisas

Cliente

Franziu o sobrolho para fazer uma conta: tinha quatro cadeiras para colocar protetores e cada blister continha seis... Ajudei-o rapidamente, estou habituada a fazer contas do género:
Cada blister dá-lhe para uma cadeira e meia, o senhor tem de levar três blisters, depois sobram-lhe alguns, mas...
E esperei que ele raciocinasse. Ele raciocinava, era notório, olhava para um ponto algures acima do meu ombro direito e vi o seu sobrolho franzir ainda mais. Encontrava-se demasiado atrapalhado para uma questão como esta, pois se tinha a minha ajuda tão pronta quanto certeira... Mas olha, coiso. Por fim lá se decidiu a seguir o meu conselho.

Cliente

Perguntou o prazo de validade do álcool e exclamou, rindo, que dois frascos lhe dariam até morrer. Não foi novidade nenhuma, ouço estas conclusões tantas e tantas vezes.

Da ocupação dos mortais
ou
Ideias bué conclusivas

As pessoas ocupadas sentem uma felicidade útil. Ou podem sentir. Trabalhar alegra os mortais comuns. Ou pode alegrar.

No anonimato

Não gosto de receber comentários anónimos, mesmo que não sejam injuriosos. Há dias recebi um que ainda não aprovei, trata-se de uma pergunta simples, a pessoa quer saber a quantos graus tem de estar o forno que vai receber a tarte de maçã com queijo mascarpone. É certo que me esqueci de referir esse pormenor no post, é também certo que podia aprovar o comentário e responder educadamente, só que não me apetece nada. Esse post tem um ano e meio, talvez seja por isso que o comentário não está visível para aprovação 'dentro' do blogue, mas apenas através do email com que fui notificada. Vai daí, como o blogue é meu, o que vou fazer é deixar passar uns dias e colocar a informação que falta no post e acabou a conversa. Siga a vida.

Adenda
O post onde está a receita de 'Tarte de Maçã com Queijo Mascarpone' é o mais acedido de todo o meu blogue. Por algum motivo as pessoas tendem a pesquisar e quando o fazem digitam o nome completo que a tarte tem, que é aliás o título que coloquei no post. Já pensei alterar-lhe o título, que se me acontece um corrupio de presenças silenciosas no blogue... Mas pronto.

Cor-de-laranja

Ele sabia que o que lhe interessava estava assente num papel cor-de-laranja.
É num papel cor-de-laranja, menina, veja lá, deve estar para aí, menina.
É assim mais ou menos como que apanhado da tola, vá, no blogue já por vezes lhe chamei o 'maluquinho de Arroios'.
Ó menina, a menina sabe que eu sofro dos nervos, não sabe, menina? A menina sabe, não sabe?

Sei, 'migo, sei pois. Você anda com a boca aberta e os olhos alongados, arrasta os pés e tem um ar esgrouviado que se farta.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

8558

Ó pÁ, olhA tãO girO o quE eU mE lembrO dE inventaR, aH aH. ChocalhO A cabeçA e aparecE umA ideiA novA, aH aH. AindA poR cimA estE posT é umA capicuA, aH aH.

Lugar da musa

Às vezes, quando rabisco à pressa nos papelinhos e quero referir o 'lugar da musa', debito 'lu mu'. Não é estenografia... Mas quase.

Lugar da musa

A foto foi tirada no lugar da musa, daí o título, hoje, a um livro que retirei da prateleira para cuscar enquanto bebia o café, livro esse que se intitula 'Razão Óbvia' e cujo autor é Rui Malaquias Lopes.
Saquei da máquina fotográfica para captar o pequeno texto da autoria de Fernando Pessoa, que faz a introdução, por assim dizer. São ideias e conclusões entre a loucura e a genialidade. Ao que parece, está então tudo explicado.


Cinzento

Aquele prédio que está em acabamentos vai ser pintado de azul celeste por fora. Azul celeste de quando o céu está sem nuvens, que se o céu apresenta nuvens, em muito, é cinzento.

Cinzento

No meu campo de visão apareceu um pombo-correio nada cinzento, antes castanho esverdeado e branco, com laivos que a natureza misturou lilases e verdes, ali por alturas do pescoço, vá. Há iridescência no pescoço destes bichos.

...

|Boa em nada de útil, é o que é.|


A pensar morreu um burro, diz o povo.
A pensar não morre uma burra, digo eu.

Almoço

Sempre me inquietou a origem da palavra 'guardanapo'.

Tenho

O pedaço mais lindo do meu corpo hoje está doente. Oh pá... Então não se me podia adoecer outro pedaço qualquer...?

Cliente

Bom, agora só experimentando, diz o meu cliente, depois de ter o artigo desejado e adequado nas mãos.
Pois, remato eu, esse é o melhor caminho, enquanto pensava para dentro que as opiniões mais justas são as que advêm das próprias experiências.

Cliente

Não se lembra de mim?
Não.
Ah, não me diga que não se lembra de mim, então eu fiz-lhe tantas vezes o almoço e você não se lembra de mim?!
Não...
Sou a cozinheira do Silva, lembra-se do Silva?
Ah... Está boa? Está tudo bem consigo?

Para que conste: está ótima porque foi operada ao coração e comprou uma arrastadeira.

Sonho

Sonhei que uma bloguer tinha publicado um vídeo onde aparecia a sua filha a falar. Depois apareceram os comentários, era só pessoas a dizer ah que linda menina que tu tens e mais não sei o quê. Às tantas lá apareceu um comentador que fez a diferença referindo cuidadosamente a má dicção que a menina apresentava numa palavrita ou outra. Eu, enquanto lia a grande movimentação de comentários e opiniões, comia um iogurte de meio litro à colherada. Que prazer.

Tendência incredível

A magreza extrema é igual à ruindade ao rubro.

Fotos de sábado

É o girassol alentejano quando tinha dez dias.


Pão de Banana e Morango

Ié-i! Finalmente fiz este pão. É um pão-bolo, vá. Aqui há tempo, num dos meus vídeos falados, expus do plano de o vir a confecionar e tudo.
Copiei esta receita do programa 'Prato do Dia', do canal 24 Kitchen, se bem que não a tenha copiado tal e qual, fiz algumas alterações. Eis a receita e as fotos. Hum, quero dizer: eis as fotos e a receita.





Pão de Banana e Morango

Ingredientes:
½ cup de leite
sumo de meio limão
½ cup de manteiga amolecida
1 cup de açúcar amarelo
4 bananas maduras
2 ovos
1 colher de chá de essência de baunilha
2 cups de farinha de trigo
1 cup de farelo de trigo
1 colher de chá de biocarbonato de sódio
1 colher de chá de canela em pó
1 ½ morangos

Fazer ½ cup de buttermilk juntando o leite e o sumo de limão. Deixar repousar até a mistura parecer talhada, um pouco como o aspeto que um iogurte natural tem, vá, o que deve demorar cerca de dez minutos. Neste período de tempo pode-se por exemplo preparar a forma - untá-la e enfarinhá-la – e ligar o forno nos 180 graus.
Bater a manteiga e o açúcar na minha máquina de bater bolos montes de espetacular (as saudades que eu tinha de dizer isto, pá). Enquanto isso, descascar e esmagar as bananas com um garfo, juntando-as ao preparado quando este se apresentar claro e fofo.
Adicionar os ovos, batendo entre cada um.
De seguida juntar o buttermilk e a baunilha e bater mais um pouco.
Misturar na massa as farinhas, o bicarbonato e a canela. Se peneirados, melhor, só por dizer que peneirar o farelo de trigo é um bocado difícil, mas pronto, quiçá alguém consiga, não é. É.
Está na hora de despejar apenas metade da massa na forma que já está a postos. Dispor metade dos morangos cortados em rodelas. Despejar o resto da massa e cobrir com os morangos que sobraram da vez anterior. Levar ao forno por mais ou menos 40 minutos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Nenhum

Nenhum dos posts de hoje tem vírgulas, exceto este. Não dou muita atenção às vírgulas, lá isso é verdade, mas hoje quis escrever diferentemente, tipo assim a impor-me regras, desafiar-me e quês. Mas tornou-se-me difícil e algo aborrecido escrever sem vírgulas e manter uma prosa capaz e fluída, por ter sido deliberado. Às tantas foi por isso que hoje engordei tão pouco o blogue. Preciso de liberdade e eu é que me amarrei. Que tola. Outros dias virão.

Tenho uma amiga

Tenho uma amiga que me levou ao bailarico e me convidou a dançar com ela. Fui com prazer. Andámos por ali às voltas mas não sem antes acertarmos o passo. Ao início foi difícil mas depois encarreirámos e pumba e coiso. Era a gente a dançar e eu a escrever na minha cabeça este post... Mas não está nada daquilo que idealizei. Nada. Pensava que era capaz de fazer um texto sensual onde aparecessem misteriosamente duas gajas a roçar as mamas uma na outra mas afinal não. Na minha cabeça até me apareceu a nuvem de fumo a envolver a gente as duas e por junto a batida musical adentrando as nossas mentes e os nossos corações. Mas não. Bah. Ouve só um som que naquela noite mágica e perversa nos embalou os passos:



Nota: o som está a bisar no blogue mas eu quero é que se lixe.

Meia dúzia de pessoas

Que posso fazer enquanto quatro homens olham fixamente para o ecrã do computador e uma mulher dedica toda a atenção ao telemóvel?
Posso fazer tudo. Tudo. Inclusive vasculhar o baú dos retalhos à procura de guardanapos.

Não quero

Não quero a companhia das pessoas nem dos bichos. Foi por isso que espantei a traça.

Tive uma

Tive uma ideia estupenda: deixar de escrever por modo a que finalmente sucumba. Pumba. O pumba apareceu para rimar com sucumba. Ah ah.

Estou daqui

Estou daqui a ver um cabelo em cima do balcão. Olarila.

Dias de um Ginásio

Perguntou-lhe o que ia fazer a seguir. Respondeu: danças aéreas. Aquela responde a esta: eia ganda maluca!

Post sem demora

Foi:
Susto demora.
Mas era para ser:
Juros de mora.

Diálogo

Olha eu para o meu colega:
Há sempre papelinhos que ficam cá dentro.
Olha o meu colega para mim:
Isso é por tu seres escritora.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Tenho um amigo

Tenho um amigo que olhou demoradamente para o boneco que tenho no aparador. É o Fernando Pessoa. Ou é como se fosse, vá, que o Fernando Pessoa foi, e é, bem mais que um boneco. É Literatura e Saber e História. Para se perceber a importância que dou ao poeta note-se a letra maiúscula.
Levantei a peça e pu-la nas suas mãos. Oh, não pus nada, apenas apontei com o dedo mostrando ao meu amigo o azulejo em que assenta a cadeira onde o boneco está sentado. É um azulejo à portuguesa, azul e branco. E o boneco é feito de metal, umas partes pintadas, outras não. Andámos às voltas, o meu amigo e eu, se aquilo seria mesmo metal e isso assim. Concluímos que era, sim senhores, daí já ter afirmado antes, tipo assim três ou quatro frases antes desta, ou lá que foi.
Levantei a peça, finalmente, e mostrei-lhe o papelinho onde apontei a data e o local da compra: Porto, rua de Santa Catarina, 3/10/2011. Depois rematei o caso com a fundada informação: tenho a casa toda assinada, 'migo, é que eu sou das letras.

Pontuação

Perguntas ou afirmas

Perguntas, não é?

Não é?

É, não é?
É!

Assim de

Assim derrepente... Ah ah. Assim de repente, dá-me a ideia que escrever contando o que podia ter acontecido, conjeturando e baseando-me em suposições, é uma palermice de tamanhão. Mas não. No fundo é ficção, não é. É.

O ombro

Caminho despreocupadamente. O meu andar faz deslizar o decote, desnudando o ombro e revelando a alça do sutiã. A culpa é minha, eu é que fiz o vestido, quem manda cortar um decote assim, largo, não profundo. Tenho mas é que passar a condizer a roupa interior com a exterior, não é. É.

Repetição

Repito-me conscientemente, por ora, pouco me importando com tal coisa. Leia-se:
Conta-me, não tudo, mas enquanto quiseres.

Dito popular

«Despacha-te Cristina, que o careca está à esquina!»
Foi o que me disse uma senhora ao ver-me colocar o estaminé a jeito depois do intervalo grande. Diz que é o que se diz lá na terra dela. Fiquei a pensar que se pode substituir a Cristina por Gina, rima à mesma.
«Despacha-te Gina, que o careca está à esquina!»

Árvore amarela

Hoje, por motivos demasiado desinteressantes para pôr no blogue, não fui ao lugar da musa, sem que no entanto tenha abandonado o percurso do costume.
Em vez de me enfiar numa livraria com ar condicionado, fiquei debaixo da árvore amarela a ler e a tirar fotografias.
Observei uma vez mais, com minúcia e não só de raspão, o estado da árvore amarela. Afinal já lá moram umas quantas folhas amareladas, ainda hoje é dezoito de junho.
A escola lá mesmo ao pé estava ao abandono, nada de gritos e correrias de crianças de dez e onze anos. Carros estacionados lá dentro é nota de que já não há aulas naquele estabelecimento escolar.
Havia uma senhora no banco mais abaixo, lendo. Chegou depois de mim. Fumava. Fumava e lia.


Lugar da musa

Li oito páginas do livro ('Mãe', Pearl S. Buck), de uma assentada, avidamente. Isto, ontem. Incrível como consegui tanto. Senti-me numa espécie de pós-convalescença, cheia de vigor. Oito páginas. Sério. Vamos ver se hoje repito a façanha.
Não tinha perspetivas em relação a esta leitura de segunda data, se bem que me tenha passado pela cabeça vir a recordar algumas passagens, só que não, e tal pode ainda vir a acontecer, bem sei, muito embora não seja meu costume reter na memória enredos ou personagens, esquecendo tudo completamente.
A foto ao lado também é de ontem, trata-se da tal pequena folha de árvore, apanhada algures, tampouco sei quando, folha essa que encerra as quatro estações no seu todo, amachucando e esfarelando depois em pedacinhos, deixando-os cair em cima do papelinho onde tinha apontado um lembrete a dizer-me que colocasse uma folha de árvore em cada frase que recordasse do livro, o que até agora não aconteceu.

De manhã

De manhã ouvi na Radio Comercial que hoje o Programa da Manhã completa oito anos de permanência na grelha. Entretanto a locutora desafiou os ouvintes a divulgarem no Fuçasbuque o que teriam feito no dia dezoito de junho de dois mil e sete, ou o que teria acontecido nas suas vidas. Pronto, ok, vá, nem toda a gente se vai lembrar do que fez há precisamente oito anos mas, por exemplo, imagine-se que se foi mãe, ou pai, ou tia, ou tio, ou prima, ou primo, ou se casou, ou se divorciou, ou se enviuvou e blás. Ou então imagine-se que se tem um diário ou um blogue...
Lembrei-me logo de ir cuscar o blogue e o diário manuscrito, a ver que coisas terão acontecido na minha vida, mesmo que irrisórias. E fui, mas cusquei somente o diário, o blogue, se me lembrar, cusco logo à noite. O diário não é um blogue onde eu escreva sabendo que vai ser lido (ou então não, pois claro), nessa data contém assuntos impublicáveis. Resta o blogue. Será que escrevi alguma coisa nesse dia? A ver vamos, é que nesse tempo eu escrevia pouquíssimo. Se por um lado isso acontecia devido a alguma falta de tempo, por outro, a desenvoltura na relação ideias-mãos era parca, que ainda a procissão ia no adro (dito popular, por isso o itálico). A ver vamos, então.
Ora bem, nesse dia escrevi, sim senhores, eis o texto:


Ilação

Entrou na loja uma senhora. Enquanto a atendia observei-a atentamente porque havia algo nela que me estava a chamar a atenção, era algo quase familiar. A senhora era simpática, educada, objectiva, simples e segura.
Enquanto o negócio compra-venda se fazia eu não deixei o pensamento de que aquela senhora tinha um traço ou uma característica muito marcante e não descansei enquanto não descobri. Estava claramente em mudança de residência, devido ao tipo de artigos que me estava a pedir, tinha uma lista que ia "picando" conforme esses mesmos artigos iam aparecendo em cima do balcão. Seguia uma ordem de trabalhos previamente elaborada e aquilo estava a lembrar-me algo ou alguém. Reparei na roupa que ela usava para ver se desfazia o enigma. Era uma fato saia-casaco verde, uma blusa simples sobre a qual pousava um colar comprido (desses que estão agora muito na moda) também na cor verde e com brincos a condizer. Simples e clássica. Perguntou-me o preço de um artigo que compraria posteriormente e anotou no papel o preço, o nome e a marca. E foi quando ela escreveu quatro ou cinco palavras que se fez luz: aquela senhora só podia ser professora. Não me contive:
- A senhora é professora, não é?
Sorriu de um modo amável e cúmplice e perguntou-me porque é que eu achava isso. Respondi que era pelo facto de ela apontar as coisas num papel e pela rapidez e certeza com que escrevia. Não disse tudo o que pensei. Também podia ter-lhe dito que tinha chegado a essa conclusão pela sua maneira de falar, articulando bem as palavras, pela sua objectividade, por seguir uma ordem de trabalhos, pelos trajes simples e clássicos... toda a sua postura "respirava"ensino e regras. E quem aquela senhora me fazia lembrar era a minha professora primária. Respondeu-me que sim, foi professora mas que apontava tudo num papel para não esquecer nada e não devido à profissão. Não achei de todo verdade mas não ficava bem discordar por isso mantive-me calada.
Eu e a minha mania de tirar ilações e conclusões e afins...

Sono

Sou uma mulher muito mexida na cama. Sério, dou voltas e voltas, tanto que os lençóis de manhã estão feitos numa rodilha. Esta noite aconteceu até entalar a chicha das nalgas nesse enrodilhar de lençóis, fazendo-me acordar com o desconforto.

Sonho

O sonho mais profundo que tenho, aquele que guardo com zelo desmedido, é usar, e portanto inutilizar, os papelinhos a que já retirei as pontinhas pelo picotado. Ainda há pouco estive a observar o estimado molho e conclui que brevemente vou ter de rasgar mais pontinhas. Só que não, vou aguentar a vontade e estropiar todos, até condenar o último, usando a caneta e o saber. Obrigadinha. Agradeço desde já por saber quanto movimento vou ter no blogue por conta deste belo post.

Não vão x 2 = Solidão

Não vão ouvir nada porque estão a secar o cabelo. Não vão ouvir nada porque estão debaixo do chuveiro.

Não fui eu que escrevi

Construir

O facto de ter chamado 'post em construção' ao post anterior fez-me lembrar de mais um nome que posso dar ao blogue: 'Blogue em construção'. Isto porque um blogue está sempre em construção, atualiza-se diariamente, ou, se não, então vai-se atualizando espaçadamente.

Continuação daqui.

Post em construção

Já não há pão caseiro do senhor Tomé, pastéis de feijão do senhor Tomé, pães-de-deus do senhor Tomé. Café do bom logo pela manhã. Pumba, o senhor Tomé fechou a porta. Oh.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dias de um Ginásio

Ontem vinha caminhando junto ao Tejo e não tirei fotografia nenhuma por conta de já ter fixado aquelas paisagens vezes e mais vezes. Sei lá, pareceu-me tudo dito. Era mais do mesmo e lá está: ia contar o que já contei.

Não sei

Não sei se as senhoras adoram ou desprezam o vestido que trago hoje. Uma coisa é certa: o interesse por esta minha peça é muito. Eu que escolha que o adoram, então.

Lugar da musa

Quereis ficar absolutamente espantados? Atónitos, como eu? O moço que ainda mal sabe... Bom, na verdade não sabe, tirar cafés hoje tinha um aprendiz. Ficai então espantados e atónitos, tanto quanto eu fiquei. Pasmai, vá.

Intervalo grande

Aproveitei para observar uma montra de sandálias e apaixonar-me desmedidamente.

Almoço

Quando estava a fechar o estaminé vi vir ao fundo da rua uma senhora. Reconheci-a e pensei, vou lá chegar antes dela. É que isto de a gente trabalhar anos na mesma zona faz-nos ver os bairros de uma grande cidade assemelhar-se a uma aldeia onde toda a gente se conhece. E nem é preciso haver grande lidação para se reter os costumes de pessoas que nem sempre conhecemos profundamente. Era o caso, eu sabia de antemão que a dita senhora se dirigia para o restaurante onde eu também almoço diariamente. Cheguei efetivamente antes dela, mas muito antes do que pensava, quando ela chegou já eu tinha meia dúzia de garfadas de arroz de pato no bucho. O marido esperava-a, já sentado na mesa, com aquele olhar ausente tão próprio dos velhos, mas mesmo velho, é cavalheiro e leal, esperando pela esposa até que esta chegue.

Bilhetes

Na minha carteira há três bilhetes de Metro pouco valiosos. Dois deles estão envoltos num papelinho que diz
'perguntar à pessoínha no Metro'.
Um desses bilhetes está vazio de dinheiro mas a máquina não refere que esteja fora de prazo, o outro tem quinze cêntimos e a máquina diz que já caducou. Portanto: é melhor isolá-los e agrupá-los e um dia desses aí perguntar à pessoínha do Metro se o que não tem dinheiro e não diz nada acerca do prazo está efetivamente fora dele e o rasgue logo ali, ou então não, e lhe transfira os quinze cêntimos que o outro possui.
É complicado, não é. É.
Continuando, então.
O terceiro bilhete está envolto num papelinho que diz
'0 euros; 0 viagens; válido até outubro/2015'.
Este bilhete está vivo, de saúde, mas vazio, e está tudo dito.

Eu, Gina Maria

Eu, Gina Maria, deixei passar a Feira do Livro de Lisboa, não a visitando, não comprando, o que é igual a não disfrutar do lazer e não adquirir a cultura.

Ele, ela e eu

Ela achou mal nele e foi embora pensando nisso. Dias passados encontrou-se com a verdade e notou inocência nele e injustiça em si. Sentiu desejo de apregoar essa inocência e repor os níveis de justiça na praça pública, indo ao seu encontro e desculpando-se sem reservas. Quando ela foi embora, ele, crescendo-lhe a indignação, troçou da sinceridade dela, sendo incapaz de reter a parte nobre da sua atitude, para aprender e futuramente imitar.
Se fosse ele, eu cá apequenava perante um cenário assim, punha-me do tamanho de uma lentilha, fazendo uso do meu saber anódino. Sou um ser humano tão especial, eu.

Das casas e isso assim

Bate-se à porta da casa alheia...?
Não sei.
Somente, quero eu dizer, se a casa for própria não se bate à porta por se ter a chave...?
Sei lá.
Cada dúvida que tenho de quando em quando, pá...

Dias de um Ginásio

Fui lá ontem. Quem diria. Estou a ironizar. Para se perceber a ironia é assim:
Fui lá ontem, não é. É. Digo o Ginásio. Agora é todos os dias, não é. É. Não é nada, mas é mais uma vez que o costume. Ora acontece que só tenho t-shirts que me cheguem para três idas ao Ginásio numa semana. Das capazes, não é. É. Sim, posso lavá-las durante a semana, mas não me apetece, portanto ontem tive de me safar com uma das mais rafeiras que andam lá por casa. Que embaraçoso, oh céus, era vê-las de olhares oblíquos, ou então a colocarem uns olhares baços se eu as encarava...

Não é chuva, é rega

terça-feira, 16 de junho de 2015

Não vão x 2 = Solidão

Não vão ouvir, têm os fones enfiados nas orelhas. Não vão ver nada que mexa, estão enfiados num mundo a que somente eles pertencem.

Esquina

Do lado dos números ímpares da minha rua, onde ela nasce, há uma esquina soalheira. A esquina é tão soalheira no verão quanto no inverno. Se bem que estejamos quase no verão, nestes últimos dias tem feito um frio imenso e eu quero registar quão agradável tem sido dobrar essa esquina por volta das cinco da tarde. Sério, dá-me uma vontade danada de ficar ali, aquecendo o corpo.

Lembrete

Comprar bananas o quanto antes, por modo a amadurecerem bastante até sábado que vem, o dia em que farei o bolo. O pão, antes isso, pão de banana e morango.

Cogitar é preciso

Não me sinto lá muito bem e vai daí cogito patetices do tamanho de um comboio para aí com sete ou oito carruagens sem contar com a automotora. Pois.

As coisas e o coiso

Ninguém gosta de estar com os malucos que não dizem coisa com coisa mas também ninguém gosta de estar com os malucos que não dizem coisas. Por isso, coiso.

Já experimentei

Já experimentei várias formas de combate, uma delas foi não fazer caso nenhum do raivoso discurso interior. Sei lá, esperava que não dando importância, o estado desaparecia. Mas não. Lá porque desenvolvi uma apatia de fabrico próprio o tumulto amainou, não? Ora essa, então que é lá isso, a poesia não mora no estado apático e eu morro mais um tiquinho se não a sinto no peito.

Nota:
Qualquer semelhança com um dos posts de ontem, não é impressão.

A vista é linda

A vista é linda, oh se é. Dá para ver que o rio se estende até ao horizonte, numa e noutra margem há a grandiosa civilização, a indústria e o lazer, talvez desproporcionalmente, sei lá, há também pessoas e carros, mas pequerruchos, o cristo-rei, esse é majestoso, abraça Lisboa e distribui simbolicamente a bênção a quem a quiser receber. Há muito ar. Muito, muito ar, o que me assusta. Tomo as precauções devidas, preparando o corpo e o pensamento, não permitindo que a vacuidade me assuste mais que um poucochinho, que é lá isso. Concentro-me na beleza do lugar, um tudo-nada, só até esquecer a tormenta, tanto não posso exagerar no susto nem na aflição, quanto, desgraçadamente, me autorizo a pousar na felicidade ou na poesia que os belos lugares inspiram. Não. Nestes momentos tenho de ser estanque às coisas más, mas também às coisas boas, manter-me numa linha imaginária onde nada ocorre. Nada. Quem descobriu esse limbo fui eu, escavando, tenteando, sozinha. Alguém me diga quão inteligente sou, por favor. Grata desde já.

Sem hífen

O blogue podia chamar-se 'Conta gotas', sem hífen, que teria muito e muito e muito a ver comigo. Sem hífen porque conto as gotas que deixo cair-lhe em cima, faço reparo na quantidade de posts que já elaborei, faço reparo nas capicuas, faço reparo nos números engraçados. Sem hífen porque com hífen é algo previsível, controlado, de fim conhecido, e quero manter a ilusão de que não tenho parte com tais coisas.
O blogue podia era chamar-se 'Conto as gotas', assim é que era.
Mas não.

(continua um dia desses)

Normalmente

Normalmente sinto-me tentada a cuscar o final do livro que esteja a ler*, muito mais tentada me sinto neste caso, que foi um livro que já li. Ah pois. Mas vou resistir, olarila.

*Mãe, Pearl S. Buck

Dentro do livro

Dentro do livro que leio ao momento (Mãe, Pearl S. Buck) anda um papel rabiscado por mim: 'colocar uma folha em cada frase que', faltando propositadamente a palavra 'recorde' na frase.
Ora bem, como já li este livro, quiçá recorde alguma frase ou parte da história. Só que até agora, não. Mas o papelinho anda ali, e em cima dele anda uma folha de árvore que encontrei já não sei onde, nem sei como lhe chamei, mas creio que foi algo assim: 'folha com as quatro estações do ano', a qual seria para colocar na página a marcar a recordação, mesmo que vaga.
Dentro do livro anda também um formulário preenchido para fazer parte do mundo literário do lugar da musa, isto como compradora e cliente especial, ou seja: vou ter um cartão que dá descontos e depois vou também ser notificada acerca ações e eventos e promoções. Nesta parte há um quadradinho onde posso (podia) pôr uma cruzinha para não receber notícias no meu email, mas é que assim sempre é mais vida que me chega do mundo virtual.

Tenho uns dias de atraso

Tenho uns dias de atraso relativamente a uma foto que quero tirar à moldura que já não existe. A moldura era feita pelas ramagens das árvores, as quais uns senhores aqui há uns tempos cortaram, fiz inclusive notícia no blogue algumas vezes, e essas árvores emolduravam as torres da igreja, portanto agora o que tenho a fazer é ver a paisagem que se me afigura perante o mesmo enquadramento. Um dia trato disso, quiçá brevemente.

E as comezainas?

E as comezainas para o fim-de-semana. Sim, no post anterior era terça-feira, neste post também é. Tenho algumas possibilidades na despensa, no frigorífico e na cabeça.
Na despensa, além de farinhas e açúcares, há papaia seca e cristalizada. Hum, não creio que vá por aí. Comprei a papaia no outono passado, ainda está dentro da embalagem, é um ingrediente bom para juntar a bolos ou bolachas mas entretanto o frio passou e não cheguei a usar. A mim parece que os frutos cristalizados são particularmente bons nas estações frias, que se há-de fazer, não é. É.
No frigorífico há claras congeladas. Oito. Pronto, ok, vá, eu tenho (quase) sempre claras congeladas... Quero, finalmente, fazer merengue. Não que nunca tenha experimentado, experimentei sim senhores, mas quero repetir. Este sim, é um doce que se dá melhor com o tempo seco, como o de agora, a humidade transtorna por demais o merengue, há até quem defenda que é impossível fazê-lo em dias de chuva miudinha.
Na cabeça há o pão de banana e morango, uma receita que vi confecionar no programa Prato do Dia no 24 Kitchen, e do qual já falei. Sim, falei, fiz vídeo e pus-me a falar das receitas que quero fazer e mais não sei o quê.
Creio sinceramente, pelo menos hoje é o que sinto, que ganha o pão de banana e morango, antes que os morangos vão embora de vez...

Trapadas

Hoje é terça-feira mas já tenho planos para o fim-de-semana. Tenho alguns pontinhos a dar, nomeadamente coser a renda no vestido vermelho, terminar o vestido cor-de-rosa, apertar a saia cor-de-laranja, fazer o vestido azul para a rica filha.

Intervalo...?

Feriado na semana passada, não é. É. Agora só há outro em dezembro, a oito, não é. É. Teremos praticamente seis meses sem interrupções benvindas, não é. É. Pois é.

O brinco

O brinco andou perdido, um dia tirei o capacete da pinha e ele saltou, pousando num lugar desconhecido, tanto que não o encontrei de maneira nenhuma. Mas, oh glória terrestre, dias depois o meu colega encontrou-o na gaveta das limas. Bem-haja.
Pronto, ok, vá, quando dei por falta do brinco tive um desgosto do caraças, este par de brincos é dos primórdios de uma fase especial da minha vida e quando os comprei eram verdes. Sério, verdes, hoje são dourados. Não sei porque terá alterado a cor mas na verdade foi isso que aconteceu.

Hum

Cá pra mim é um cadeado. E pra ti?

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Não tenho

Não tenho vontade de fotografar. As fotos mais abaixo, no primeiro post que apresento hoje, dir-se-iam forçadas, se pudessem expressar-se com boca e som. Hoje forço-me a escrever, também, é que parando, deixo isto e morro mais um tiquinho. Por fora, que por dentro estou viva. Doente, mas viva. Ainda.

...

Escrever não é nada libertador, que é lá isso, sempre escrevo tudo o que quero, é um facto, mas nunca escrevo tudo o que me apetece.

Caminhar com

Caminhar com pedras no sapato - o desconforto. Simbolicamente, é assim com a vida, pedras e mais pedras, as que encontro, umas entram dentro do sapato, outras não. O desconforto. O desconforto se entrarem, o desconforto de poderem entrar, mesmo não tendo entrado. Viver é tão desconfortável. A felicidade está todavia lá, no momento em que.
A felicidade está todavia no momento em que esqueço as pedras. A felicidade está no presente. Não no passado, que traz tristeza e insatisfação, tampouco no futuro, que traz ansiedade. O presente.

Agora diziam-me assim

Agora diziam-me assim: olha, vais poder passar um ano da tua vida a fazer tudo o que quiseres. E eu ia poder passar um ano da minha vida a fazer tudo o que quisesse. E depois continuavam, apresentando a contrapartida - ou seja: tudo o que eu quisesse mas com um preço - e a contrapartida era voltar à vida de sempre com o coração feliz e a cabeça livre.

Lx, pç Londres

Ó relógio, olha lá: que horas são?
Catorze e trinta e oito.
E quantos graus estão aí?
Vinte e três.
Onde estás?
Sei lá eu.

Almoço

Prato do dia: dentro de agosto. Mês e meio, 'miga. Ah ah. Mês e meio e estás lá. Ah ah. Entrecosto. Ah ah. Feito como a carne à portuguesa, só por dizer que é entrecosto. Picles, coentros e batatas fritas aos quartos. Sério, a chicha tem tendões e tudo. Mastiguei-os com prazer, diz que aquilo é gelatinoso e que assim sendo faz bem ao cabelo e às unhas. Será? Sei lá, vou ter de averiguar.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é Dia Mundial do Vento. Que giro. E está um frio que não se pode. Sério, estamos em junho e está muito frio. Se bem que não esteja vento, lá isso é verdade. Está tudo trocado, o mundo é um lugar desfasado e inóspito, o tempo assim tão frio nesta altura do ano é como comemorar-se o dia do sol e o céu embrulhar-se sobre si mesmo, apagando a luz. Não é nada, estou toda trocada.

Criancice

Isso é água?
Não.
É sumo?
Não.
É o quê?
Chá.
Isso é chá?
É.
A sério, isso é mesmo chá?
Sim.
Ah...

Do fim-de-semana passado

Este fim-de-semana escrevi pouquíssimo e não atualizei o blogue com letras, tampouco com imagens ou vídeos. Se por um lado estive ocupada, por outro nem por isso. O Luís fez anos no sábado e andámos todos num frenesim a preparar a casa e a mesa. Tenho fotos que, tendo pouco que ver com o dia de aniversário, ou com o aniversariante, passo a descrever.

Cereja de forma estranha e engraçada no parapeito da varanda.
Cereja de forma estranha e engraçada amparada nos meus dedos.



Pó do girassol alentejano. Pó que caiu na bandeja e na toalha.


Girassol alentejano. Muito lindo. Já sem pétalas mas muito lindo. Primeiro de lado, todo coiso, aí ainda sem se ver que não tem pétalas, daí estar 'todo coiso'.
Girassol contra o céu, a ver-se que não tem pétalas na parte mais acima do seu círculo.
Girassol contra o céu e a terra, houve uma mudança de cenário, tanto que dá para perceber que alguém segura na jarra do girassol – eu.


Bolo que eu estava a fazer. Ali só estão gemas e açúcar. Depois de muito batidos, aclararam e avolumaram consideravelmente. Era um bolo de chocolate, muito embora nesta fase não pareça nada.


Cigarros inacabados. Pedi ao meu amigo: olha, espera aí, deixa-me tirar fotos, é que o meu avô fazia cigarros mas não era nada assim. E ele esperou.



A minha amiga arranjou-me as mãos. Eu muito feliz, ela também. Pelo menos é o que parece.

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