Ontem, neste novíssimo blogue, apenas me fiz aparecer, anunciando que estou cá e pouco mais. Agora, este sim, é o post de apresentação.
Este blogue é novo.
Tenho outro blogue.
Velho e pesadão.
Ando há que tempos preparando-me psicologicamente para a exterminação do meu antigo blogue e arranco com este novo blogue sem que ainda tenha anunciado no outro que o vou matar tão cruelmente como só uma morte antecipadamente estudada e preparada pode ser. Este ato de ruindade um bocado oca não é por nada e é por tudo, é principalmente porque quis criar este blogue no dia do meu aniversário e aguardo uma data festiva para eliminar o outro, quero fazer o funeral num dia especial, sendo que este é um gostinho um tanto ou quanto desequilibrado. Penso nesta mixórdia e sinto-me uma espécie de vilã, crua e fria, estupidamente inteligente, loucamente imprevisível, capaz das maiores barbaridades bloguistas, pois se sou capaz de largar os meus leitores sem lhes dizer ao menos frases já preparadas: 'olha, adeuzinho, foi bom enquanto durou, gostei muito deste bocadinho... o blogue para onde vou desabafar é o eutenhomaisumblogue.blogspot.com...'
Mas, quando muito, estarei apenas a ser desleal e pateta, achando que tiro as pessoas do sério com as minhas patacoadas literárias, assim ficarão em falta com as minhas palavras e irão de imediato perguntar: 'para onde foste tu?'. Excetuando dois leitores, os quais avisarei deste novo blogue, posso adivinhar que os restantes não vão perguntar nada, não, sei que não, mas ia gostar tanto de estar enganada...
Este blogue é novo, tem poucas horas de vida, e como o leitor certamente já percebeu, a blogosfera não é novidade para mim, nem tão pouco eu sou novidade na blogosfera.
Sou incapaz de escrever sem assertividade por isso, de certo modo digo que estou a fugir dali, tenho essa consciência.
Fujo das pessoas, tenho medo de escrever, venho esconder-me um pouco, mesmo sabendo que criarei e alimentarei um blogue igual ao outro, pois neste ler-se-ão as mesmas palavras que escreveria no outro.
Fujo de mim, escrever mantém-me viva mas pode ser atroz, deprime-me, afasta os amigos, torna-me solitária e impaciente.
É uma corrida vã, bem sei, e ilusória, mais cedo ou mais tarde chegarão os leitores, certamente. O incrível está no seguinte: no velho blogue sinto-me desacompanhada, no entanto, aqui, parece que estou a escrever para um montão de gente que me escuta avidamente. Não é curioso?
Porém, jamais fugirei da escrita, está-me implícita, é um vício que não quero deixar, escrever é horrendo e fabuloso, o que é uma miscelânea contraditória e inexplicável... E acabou aqui a conversa.
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