Gina, a mulher que tem um blogue

Gina, a mulher que tem um blogue

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Descuido

A lixadora serve para retirar rebarbas e limar arestas dos metais, mas se passada nas polpinhas dos dedos acaba com a pele. Pois. Cá pra mim alterei as minhas impressões digitais, olarila.

Cliente

Eu, diligente
É mais alguma coisa?
Cliente, educado
Não, por agora é só, obrigado.
Eu, espontânea
Então fico à espera de mais.
Cliente, atordoado
Como...?
Eu, demasiado séria
Vou ficar à espera de mais.
Cliente, fingindo-se entendedor
Ah...

Lisboa, 31 de julho de 2015

Termina o mês mais bonito do ano, o mês do mais verão que existe. Não, não é agosto, o mês do verão, não senhores, que esse já eu sinto em declínio. Mas amanhã, lá por ser agosto, ainda é verão, vá.

Lisboa, 31 de julho de 2015

Serendipidade, hoje. Fica o registo: fantástico.

Do verbo ato de chorar

Não choro todos os dias mas choro em muitos. Quando o choro abala os olhos ficam tristes, mas antes já eram. E ardem. Este facto sempre me intrigou, afinal parece que as lágrimas não limpam poeiras, que é lá isso. E os óculos. Ah, os óculos, o que acontece é que as lentes ficam manchadas, como se fosse nas lentes que as lágrimas caem. Mas não.

Observância

Observância. Ah ah.
Galerias do Saldanha, ou lá como aquilo se chama, lugar de doutores e de balconistas bem-apessoados. Detive o olhar num elemento que, dependendo do cenário, assim parecerá doutor ou balconista. Por causa do casaco de alfaiate. Da gravata centrada. Do colarinho alvo. Do rosto escanhoado na perfeição. Do perfume que não me chegou às narinas mas decerto exalava.
Assim até parece um doutor, não é. É. Qual balconista, qual quê, não é. É. Mas não, era balconista, só que bem-apessoado. Muitíssimo bem-apessoado.

Da arguida

O post anterior começa com «já entreguei a minha carta de condução ao senhor agente que está atrás duma secretária» mas agora acrescento que é velha, a secretária, e cheira a bafio nos meses de inverno. É que quando lá estive, e já por conta deste caso, era inverno, daí nasce a ideia bafienta. E se das outras vezes - numa aqueci o senhor agente e noutra dei cabo dos aquecedores, nesta vez foi também um momento especial. Passo a explicar:
Os trinta dias de inibição de conduzir terminam a 29 de agosto, o que calha a um sábado, e o senhor agente permitiu espontaneamente que para eu não ficar com o fim-de-semana 'estragado', possa levantar a carta de condução na sexta-feira imediatamente antes, a 28 de agosto, com a advertência de que nesse dia ainda não posso conduzir. «Ah, fico-lhe muito agradecida», disse eu, veramente grata. Enquanto o senhor agente me mostrava quão autoritária pode ser a autoridade, fixando o seu olhar no meu, seriamente, a ver se o modo como eu lhe responderia, quando o fizesse, soaria e prestaria como juramento solene, afinal o documento em questão ser-me-ia devolvido ainda no decorrer da inibição, eu jurei, cá por dentro, não só solene como também vocalmente: «não, eu não conduzo nesse dia, acredite.»
Porra, aura do caneco tenho eu ali. Vá lá, vá lá, de vez em quando dou-me bem nestes meios assim, se no início desta trama fui fodida, mas mal, depois disso tem sido muito bem. E vão três.

Da arguida

Já entreguei a minha carta de condução ao senhor agente que está atrás duma secretária numa dependência da pê ésse pê. Se não é pê ésse pê, é outrta merda qualquer que para o caso agora nada importa. Trinta dias inibida de conduzir. Eu. Oh céus, como é que vou ao supermercado? Como é que faço as compras para o estaminé? Pronto, paciência.
Sou uma criminosa, e mais, sou um horror de pessoa, pois sou, em certa altura a carta diz (mais ou menos) assim:
«A arguida revelou desatenção e irrefletida inobservância das normas de direito rodoviário, atuando com manifesta falta de cuidado e prudência que o trânsito de veículos aconselha e no momento se lhe impunham, agindo de forma livre e consciente, bem sabendo que a conduta descrita nos autos é proibida e sancionada pela lei contra-ordenacional.»
Sou tão, mas tão e tão e tão criminosa, não é. É. O que me ri quando li esta missiva... E garanto que não a li com desatenção nem irrefletidamente, se com vista na observância das linhas que alguém redigiu e me dirigiu.

Post do passado

Lugar da musa
Naquele regresso*, também comprei um livro, Assobiar em Público, Jacinto Lucas Pires. Desta vez, ao escrever coisas na folha morta, não me limitei à data e ao local da compra, acrescentei umas coisinhas:
«Um livro de contos. Gosto de livros assim, creio que são pouca parra e muita uva, contrariamente ao que diz o ditado.»

Caminhar ordenadamente
Naquele regresso*, apanhei uma folha do chão que anda na caixa dos meus óculos. Sei lá, pu-la ali e pronto. Ainda lá está. Não é que não saiba qual o destino da dita, sei, mas não me apetece.

*terça-feira, dia 28 de julho

Gina, a mulher que tem um blogue redundante

Ó pá, olha só o que me apareceu no pires, pacotes de açúcar (que não adiciono ao café) com frases simples e especiais ao mesmo tempo, tão boas para eu andar de roda dos pacotes e isso assim.


Perspetivas

Não creio que alguma vez tenha visto o Areeiro sob esta perspetiva. Sempre há uma primeira vez para tudo e esta é tão boa!




Então e esta primeira vez? Tão boa, também.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

Relembrando o amor*

Funguei ruidosamente por causa do ranho. E ele, montes de interessado:
'Diz?!'

*«O amor é todavia lindo. Pois.»

Casório

Era dia 14 de julho de 1989. Casei no Registo Civil. Já fez anos, 26, e entretanto não dispus de tempo para preparar o post comemorativo deste aniversário senão hoje. Vamos então a isso.
Ora bem, é a contar da esquerda, por favor.

1 empunha a máquina fotográfica mais moderna da atualidade. Não se lhe nota o sorriso por a ter ao nível do rosto.
2 sorri forçadamente, entesando o corpo para manter o sorriso.
3 ri-se francamente, nada de contenções, qual quê, sempre alegre e reinadia.
4 é linda, só por dizer que aqui nota-se pouco. Sorri, também, posando, mas fá-lo naturalmente.
5 espreita por cima do ombro esquerdo da 4, quase apoia o queixo em cima do enchumaço da que há-de ser o 7 não tarda nada.
6 é uma criança, a única no momento. Apresenta-se séria, expectante.
7 observa interessadamente um ponto lá longe que nada tem que ver com o momento. O interesse é tanto que franze o cenho no momento em tinha de ter a expressão mais esplendorosa de sempre. Lamentável...
8 é apanhado no momento menos feliz do seu sorriso de montagem. Que pena...
9 está de lado, atentando num ponto longe dali, à semelhança da postura da 7, se bem que numa direção oposta.
10 tem um sorriso natural, incrivelmente. Quiçá o mais natural de todos os que sorriem.
11 enfrenta a câmara com ar desconfiado porque é o seu modo mais peculiar de dissimular a timidez.
12 parece que chegou ao grupo no preciso momento do clique. Terá sido assim? A dúvida perpetuará para todo o sempre.
13 espreita alegremente a um canto, esgueirando-se, porque quer mesmo aparecer na fotografia.

Não estão todos a sorrir mas há muitos sorrisos, mesmo não passando apenas duma tentativa de esboçar felicidade, porque o dia era feito disso. Mas não tardaria a haver uns dias doutro calibre...
Uma dúvida que persistirá perpetuamente é a seguinte:

Quem tirou esta foto…? É que os dois fotógrafos de serviço estão na fotografia, são eles o 1 e o 12, e ambos têm o equipamento consigo. Hum, que mistério...


Ai que me desconjuntam, oh céus

Caríssimos, usai de toda a gentileza que possuis ao momento do aperto de mão, vos peço, que me encontro escaqueirada ao nível do tronco. Agradecida.

Blás

Nunca tinha estado num lugar para fazer quatro exames duma assentada. Estou tão doent... Não estou nada. Mas não me sinto bem, lá isso não. E não quero estar doente, pronto, a verdade é essa, não me deixo estar doente do corpo, luto afincadamente contra essa ideia. No outro dia disse que às dores e às tristezas e às confusões da cabeça já eu estou habituada, mas nada de nada às do corpo, não é. É. Então é isso.

Aqui há um quadro a fazer as fêmeas parecerem fêmeas sensuais. Há uma certa lógica nisto: a gente não é mulher, mais mulher, do que num consultório de ginecologia. Somos mulher-concepção-vida, ok, vá, tudo bem, mas antes disso fomos mulher-atrativa-sexo. Há uma dose enorme de sensualidade nesta paleta, daí se pintarem belos quadros com tons tão díspares. Quem quiser há-de vê-la, a sensualidade.

Agora estou de costas para o quadro sensual, mas há pouco não. Vou descrever o que recordo no pouco tempo em que o mirei. É o desenho duma mulher nua, contornos que se esfumam em tons de castanho até ao centro da boneca.
Que faz um homem sentado na sala, pá?! Só agora me dei conta que o pobre destoa tanto. Virá fazer uma ecografia endocavitária...? Tem mais ou menos a minha idade e tem um ar tão perdido e resignado como o meu. Quero dizer: presumivelmente, que eu não me estou a ver, não é. É.
Mas o quadro...
Amadeu, o nome do pobre. Ah, ok, aqui o espaço tem lugar também para r-x. Hum.
Mas o quadro. Então, o quadro tem a figura distorcida, a cor, nos contornos bem fixa, esbate-se até ao centro. De notar que ainda estou de costas. Já o quadro que tenho na frente é aquele que diz por meio de sinais que é proibido fumar, e por baixo diz em letras 'mantenha o silêncio, por favor'. A mania que esta malta de bata branca tem de mandar a gente calar-se, pá.

Trapadas

Ontem, pelo meio de lugares, horas e temperaturas, comprei dois retalhos de tecido.
São lindos.
Um é verde e azul e laranja, que linda dose, não é. É. O estampado é assim como que às pinceladas, que se sobrepõem levemente em alguns fios. Um mimo.
O outro é preto e branco e vermelho, que melhor conjugação de cores, não é. É. O estampado é em motivos grandes e dispersos, quase não dá para perceber que os desenhos são florais, mas são.

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Entretanto adquiri mais três retalhos. Dois do mesmo padrão, miúdo, e neste momento não recordo sobre que é, só sei que são cores que combinarão maravilhosamente com as minhas sandálias de tiras coloridas; outro simplesmente preto, sem mais, que vou usar para debruar o vestido das riscas e, com as sobras, porei uma nesga no vestido azul, mas este último é ainda um caso em estudo, o que restar: guardo no baú.

Da arguida

Recebi uma carta que me vai permitir, note bem: permitir, estar um mês sem carta de condução. Não vai fazer grande mossa, na verdade conduzo geralmente distâncias curtas e não é coisa que faça diariamente. Mas pronto, não tendo carta de condução, e principalmente não podendo conduzir, é certo que vou sentir uma vontade imensa de agarrar o volante e pôr a mão na manete, bem como do jogo de pés e pedais e da dança que isso às vezes parece. São só trinta dias, que passados, mais próximo estará o verão do seu fim, a árvore amarela já fará jus ao cognome que lhe dei e vai daí pumba, coiso.

Dia de (disseram na Radio)

30 de julho, Dia da Amizade, diz-se na Radio, e há inclusive montes de eventos no sentido de promover a amizade entre as pessoas e o caneco.
Não sei ser amiga e nos meus relacionamentos e não vejo ninguém com capacidade/paciência/vontade/resistência para ser meu(inha) amigo(a), é por isso que estes dias dedicados a estas coisas me baralham a caixa.

Ponto G

Foto tirada ontem à tardinha, no Parque das Nações, em Lisboa. Lugar onde não se veem passarinhos infelizes mas sim gaivotas aborrecidas. Pelo menos, no modo como falam parece aborrecimento.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Último

O blogue hoje termina de forma (des)igual.
Lisboa; alameda Dom Afonso Henriques; 17:31; 29º
Lisboa; praça de Londres; 17:43; 28º

banco hater, como estás?
ao sol, 'miga, ao sol.

No outro dia

No outro dia esqueci-me de dizer que aquando da visita ao hospital português, eu e a rica filha gingávamos sempre que o telemóvel dalgum utente, ou acompanhante, soava. Deve ter sido giro de ver, a gente a abanar o corpo ao ritmo desenfreado, ou então não, dum software tão em voga como um telemóvel.

Há cenas na minha vida que gostaria bastante de poder observar como sendo outra pessoa, esta é uma dessas ocasiões.

R-X

Malta, é assim: eu tenho um lombo sagrado. Olarila. Sabia lá eu isto! Coluna lombar, sabia, pois, agora lombo sagrado, não. Sempre a aprender...
A fotografia está um espanto, sou muito bonita por dentro, bem que às vezes dizem que a beleza do interior é importante.
As letras que o senhor doutor ditou, em jeito de conclusão, aquando da apreciação do meu interior, diz que é:

«De notar o aumento do ângulo lombo-sagrado, bem como a tendência para a horizontalização do sacro, que poderá condicionar instabilidade ao nível da charneira lombo-sagrada.»

… E também tenho uma charneira... Que raio será isso?! Decerto, e no mínimo, é algo a pesquisar futuramente.

Ainda o dia de ontem

Árvore amarela, onde estás tu? Estava lá, é o bem que estas amiguinhas têm, sempre lá para a gente e assim, não é. É. Verde, ainda, muito verde, mas como que mais seca, menos frondosa, como se as folhas tivessem diminuído de tamanho. Se calhar diminuíram mesmo. Não se lhe vislumbra ainda muitas folhas amarelas, mas já tem algumas, na verdade já continha uma ou duas ainda a primavera vigorava no calendário. Mas pronto, a verdade é que a árvore amarela parece um tanto ou quanto seca.

Post dois em um e que devia ter sido escrito ontem

Dizer do lugar da musa, que ontem não contei nada acerca do pomposo regresso. Estavam todos saudosos da minha presença, não é. É. Claro que é, ora essa, não é. É. E eu adentrando, majestosa, não é. É.
Bom, adiante.
O homem que não se parece com nada nem com ninguém, lá estava, conversador, conversando, gesticulando. A igual lá estava, em gestos brandos, lendo compenetradamente. De todas as outras pessoas que lá costumam estar, as pessoas de todos os dias, não lembro já se lá estava mais alguma, mas estavam os livreiros e o moço dos cafés, aquele que nunca soube tirar café nenhum, mas que ontem, oh glória terrestre, tirou um belo café.

Ontem também não referi a senhora do banco. Refiro hoje.
Queixou-se-me, dizendo que estava farta, tão farta, de números, que tinha a cabeça azamboada. Aconselhei-a a dedicar-se às letras. «Então dedique-se às letras!» Assim, tal e qual. Ela riu, eu também.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Gina, a mulher que tem um blogue redundante

Estou tão triste. Não é no entanto caso para dar o tiro nos cornos. Calma. A vida leva-se bem, eu sei, mas a dificuldade que sinto nesse campo é mais que muita e ademais há em mim uma necessidade sufocante de escrever o que quero. Calma. O tiro. Pois, o tiro, está bem assim como está. Não é um, é o, porquanto é ato que dispensa ensaio. Amanhã é outro dia, que não tentarei fazer diferente. Mas calma, vá.

AAS

As pessoas silenciosas guardam segredos
As outras também
Só por dizer que aquelas sentem prazer no secretismo

LLLNN; PPQ

Lançado
Lançado
Lançado
Nem saudades
Nem nada
;
Pauzinho de
Ponta amarela
Que saudades

Das férias

Dona Raqueline ligou.
Olá Gina, queria saber da minha conta, se faz favor.
Ora essa, dona Raqueline, então, são xis euros.
As suas férias foram boas, minha filha? Com saúde...?
Respondi que sim às duas questões com uma efusividade espantosa. Ainda sei mentir tão bem. Algo que não desaprendi com as ditas férias, portanto.

Pontos

Ponto nº1
As calças de trabalho ainda me servem. Tive doze dias de férias, tivesse eu mais dois ou três...
Ponto nº2
Limpar os óculos, é preciso. Os de ver ao perto e mais ou menos ao longe; os de ver a rua e tudo o resto escurecido. Estes últimos tiveram quase tanta praia quanto eu, estando portanto extremamente necessitados de duas esguichadelas e montes de esfregas.
Ponto nº3
Cortar as unhas das mãos, é preciso. Retirar o verniz, é preciso. Arejar a queratina, é preciso.

Abandono

Lá dentro está um rato. Para nisto crer, buscar uma ideia tão próxima do presumível e tão longe do incrível quanto possível, por favor. Obrigadinha.


Luz(es)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

8690

Eu dantes dizia 'até amanhã' e como hoje estou numa de fazer igual ao dantes, até amanhã. Amanhã não estou de férias, recomeço a etapa, como dantes. Não recomeço uma nova etapa, nada disso, recomeço a etapa. As férias foram boas, vivi pedaços felizes, portanto por ora o gume continua longe da carótida, que para já considero viver uma cena fixe. Hum, já agora, não sou canhota mas há um monte de coisas que consigo fazer extremamente bem com a mão contrária à minha natureza, portanto, pumba, coiso. Até amanhã.

8689

registo telegráfico, amanhã

8688

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Post nas horas

14:01
Rico filho deixou mãe em rotunda ali assim mesmo próximo de hospital português.
14:10
Mãe espera rica filha que virá em camioneta lenta. Mãe ouvirá ronco e saberá que rica filha vai apear-se dois minutos depois.
14:12
Mãe nota que está rente a edifício de infecciologia, sentada em banco de jardim, de parque, de paradeiro, mãe sabe lá. O que mãe sabe, e lembra, é que é àquela hora que se senta em lugar da musa para beber cafezinho e depois se desloca até árvore amarela para admirá-la e sentir sentimentos tão bons. Mas mãe está em hospital português, rentinho a edifício de infecciologia e espera rica filha que vai chegar em camioneta lenta e com ronco.
14:15
Rica filha desce de camioneta que já chegou, lenta, e roncou. Rica filha apeou-se dois minutos depois disso tudo. Mãe prevê futuro. Mães sabem coisas antes de acontecerem coisas.
14:46
'Exames a decorrer. Por favor mantenha silêncio. Obrigado.' Ausência de vírgulas. Uso de ponto final em vez de. Recado\aviso\pedido telegráfico. Escrever telegraficamente... Ao tempo que mãe não redige ideias dessa maneira. Saudades. Hum. Ligeira alteração: 'Estão a fazer cenas maradas às pessoas, é favor calar a boca, ok?'
14:50
Mãe apercebe-se de modo incrivelmente gracioso com que envolvem caixote de lixo com saquinho preto, tem nó, tão certinho.
14:51
Puto irrequieto empurra carrinho de mano-bebé. Calma, carrinho é vazio ao momento. Não desastradamente, portanto. Mário, nome de puto. Mãe (de puto) chama-o. Só falta(va) puto irrequieto vir perguntar a mãe que escreve ela. Só que não.
15:16
Amor pulula em hospital português. Parzinho em lado direito; parzinho em lado esquerdo. Longos beijos em bocas; longos abraços em troncos.
15:21
Amores foram embora de hospital português. Quatro pessoas abandonaram local. Não mais me-me-me em sofás quadrados. Favor ler me-me-me com é fechado, outra vez, então: me-me-me.

Porque este post é o número 8686 e porque o número 8686 é podre de giro...

... Boa tarde!

Porque me lembrei

Porque me lembrei duma frase que em tempos registei no blogue repetidamente durante alguns dias, 'o narcisismo da iluminada', estou então de volta com essa ideia.
O narcisismo da iluminada.
A foto abaixo é também demonstrativa do narcisismo desta iluminada e, por ora, é uma iluminada em tons de azul. Há outras cores na imagem, ok, vá, mas é que ultimamente ando também com repetições nos azuis. Para contrabalançar então um pouquinho o assunto, as imagens e as ideias dos últimos dias e posts, devo dizer que esta foto foi tirada com a minha máquina fotográfica menos espetacular e não precisei do compincha dos passeios mundo afora, qual quê, temporizador e pronto, clique. Depois azuis por cima, mas disso já eu falei ainda não há nada de tempo.



Nem só de fotos vive o blogue

Nem só de fotos vive o blogue mas também. Falta ainda publicar umas quantas fotos das férias. Não fiz vídeos, afinal não. Estou indecisa quanto ao avanço do blogue, isto no sentido de decidir de que forma o configurarei, se mais fotos já e agora, se aguardo uns dias e vou escrevendo da minha vidinha atual para criar saudades das ditas férias, vai daí quando as rever verei novidades naquelas imagens, ou então não, qual quê, meto mas é já todas as que quero e siga a vida. Uma das formas com que poderia avançar o blogue era contando a história das férias através das imagens, pois como se sabe cada paragem é por uma causa, não necessariamente uma causa imagética, mas já que estou de máquina na mão, então pronto, pumba, coiso, clico, ficando também cada clique com sua história. E há sempre umas histórias que posso contar, outras mais escondidas, mas que posso obviamente desvendar.
Então e as letras? Claro que vou falar também das minhas letras, quando não, jamais intitularia este post como intitulei. Ora bem, preenchi folhas aos montes num caderno, buscando frases que não lembro se usam de coerência ou abusam da incoerência. Não as reli. Não conto relê-las, pelo menos para já. Se calhar nem as copio para o blogue nem nada disso, digitalizo e siga a vida. Hum, não, então se a caligrafia é imprestável, não vai dar, ora essa. Bom, depois vejo isso. Agora, e à semelhança do que fiz dois posts abaixo, deixo mais uma foto alusiva ao ato de fotografar, sendo de notar, ainda, que o que tenho na mão direita é a minha máquina fotográfica montes de espetacular, o que remete para o facto de ter sido a máquina fotográfica menos espetacular que a captou e quem, neste caso, clicou, não fui eu e sim o meu partner on holidays, o compincha dos passeios mundo afora. O Luís, pois. Ó Luís...

Apetece-me

Assim, de repente, até me apetece dizer 'bom dia!'. Mas, sei lá, já não tem piada e talvez eu me pareça, eu disse 'me pareça', que se note bem que eu disse 'me', ora então dizia eu que talvez me pareça uma tolice voltar ao sistema de onde saí tão altivamente. Oh, nunca mais digo 'bom dia' nem 'boa tarde' no blogue, que é lá isso. Falo daquela coisa de me zangar, zangar é um exagero da minha parte, mas pronto, com os meus bons-dias, eu disse 'meus', e as minhas boas-tardes, eu disse 'minhas', que aqui há semanas, e durante uns quantos meses, ou terá sido um ano, sei lá, fiz questão de usar. Era 'bom dia queridos leitores' no blogue, logo pela manhã, mas sem o 'queridos leitores', e era 'boa tarde queridos leitores' no blogue, rente ao meio-dia, mas depois das badaladas, não antes, para ser boa tarde e apelar a uma certa oficialidade que à vida pertence, pois, ou então por volta das três da tarde, que é por aí que defronto novamente um computador que me dispõe, e predispõe, o dedilhar. Ah, pois, quase esquecia, era também o 'boa tarde' desses tempos nada remotos, sem o 'queridos leitores'. Nada de queridos leitores neste blogue, não sou lá muito fofinha, e estou outra vez a falar exclusivamente da minha pessoa, que os leitores podem sê-lo, na verdade é porreiro quando aparece alguém fofinho(a) no blogue, só por dizer que considero preferível assentar esta ideia na simpatia, ao invés de na fofice. 
Mas... Bom dia! Pois, então, ora essa, apetece-me. Apetece-me, ainda, pontuar este texto assim, assim, como, ora, excessivamente virgulado. Sei lá, tenho saudades de escrever, ora, portanto uso vírgulas pra caraças, contrariando os meus costumes, atenção, eu disse 'meus'. E dum teclado... As saudades que tenho dum teclado. Ah... E reticências, também estou a usar em demasia, ou então não, estou mas é a construir um texto fora de pé, diferente, usando tiques que não são nada meus, ou não eram, mas agora são. Eu que as desprezo, as reticências, sei lá, parecem-me demasiado indecisas, já me basta a ideia que não sei fazer isto, um blogue, e já me basta a canseira que a ideia me dá, o que é um sentimento indeciso... Não é...?

domingo, 26 de julho de 2015

Nem só de fotos vive o blogue

Nem só de fotos vive o blogue. Nas tais férias de que tenho vindo a falar nos últimos posts tirei imensas fotos. Seguidamente, já em casa, fiz a escolha e creio que enviei um terço delas para a reciclagem. A era digital tem de bom que a gente clica porque no momento gosta, e é barato, mas depois vai a ver e não gosta nada, e gastou-se uns míseros cêntimos em pilhas ou carregamento de pilhas, e antigamente não era assim, nem tão fácil nem tão barato.
Escrevi, também. Geralmente as férias fora de casa não são férteis em letras, mas escrevi. Creio até que escrevi mais do que em outros anos, em outras férias, em outros lugares, quiçá mais interessantes por serem desconhecidos, e por isso mais deslumbrantes, podendo portanto serem estimuladores da corrente criativa. Falo das minhas pipocas literárias. Pois. Mas qual quê, nas férias ocorre o esvaziamento da mente, faz parte, sem esse vazio as férias são insípidas e não merecem esse nome. Mas na verdade creio que desta vez escrevi mais que o habitual. É verdade. Tanto creio nisso que houve até um dia em que rabiscava furiosamente no meu caderno, à mão, e acabou-se-me a tinta da caneta. Havia parado no grilo. Sério, registava a palavra 'grilo' quando a tinta secou. Que deprimente. Oh. E eu que ando sempre prevenida e desta vez esqueci-me de armazenar canetas na bagagem. 
Bom, assim que pude fui ao supermercado da área à procura de substituta. Mas não. Nada. Não tinham. Oh. Depois enchi-me de coragem e fui pedir ao senhor da receção do empreendimento que me emprestasse uma caneta até eu abalar. Ele fez um gesto condescendente que eu interpretei como 'ora essa, minha senhora, então, leve lá a caneta e não se fala mais nisso'. E assim pude continuar a escrever o que queria e o que não queria, escrever é isso também, porque escrever para mim é tudo. E agora estou aqui a matraquear num teclado de computador, que tem umas teclas suaves, baixinhas, largas, confortáveis. Que saudades eu tinha dum teclado, oh céus. Escrever à mão dá-me preguiça e enerva-me um pouco porque me apressa, receio que o pensamento me escape. Não é um receio infundado porque o pensamento às vezes escapa-se-me mesmo. Por causa dessa urgência em registar velozmente a minha caligrafia é horrível, por vezes eu própria custo a decifrá-la. 
Dantes eu gostava tão mais de escrever à mão, até lhe chamava manuscrever para parecer bonito. Entretanto descobri que matraquear num teclado de computador acompanha melhor o pensamento. Atualmente prefiro matraquear para compor os meus registos, mas, quantos desses registos não foram anteriormente rabiscados em forma de tópico, rapidamente, à mão, num qualquer papelinho...?

Por falar em azul

Por falar em azul, visitei a vila de Júzcar, em Espanha, onde todas as casas são azuis em alusão aos Smurfs. El pueblo de los Pitufos. São aqueles bonequinhos azuis que antigamente se chamavam Estrumfes. Em Espanha há uma vila pequenina toda pintada de azul estrumfe e chama-se Júzcar. Com bonecos desenhados, os Pitufos, os espanhóis chamam-lhe assim, Pitufos, em algumas paredes, casinhas-cogumelo, enorme bonecos de esferovite adornando chaminés e gradeamentos e toda uma catrefada de outras pequenas coisas que tem que ver com o assunto azul. Nunca pensei que estas férias fossem tão azuis...


Ora bem, vamos começar a despejar fotos das férias que ainda há pouco terminaram, não é.
É.
Antes de abalar eu disse que tinha (na verdade ainda tenho) as vinte unhas pintadas num lindo tom de azul, o que condiria na perfeição com os azuis do mar e da piscina, não é.
É.
Então ei-las, às centenas.
Ah ah.

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