Gina, a mulher que tem um blogue

Gina, a mulher que tem um blogue

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Perspetivando

Nova perspetiva, se me lembrar segunda-feira tiro do outro lado da praça. E na rua.
Lembrete: esta foto foi tirada de dentro de um primeiro andar, com um vidro de janela pela frente. Na segunda-feira, caso haja oportunidade e lembrança, a foto que eu tirar não vai ter nada a ver.

A mulher do blogue

É aborrecido ter apontamentos acerca da mulher do blogue, isto se olhar para o futuro. O que dela escrevo é tão liso que daqui a dois ou três anos não saberei como a recordar.

Foto d' hoje

Vou ter de lhe pedir desculpa... (cavalheiro assaz pesaroso)
Então peça. (dama deveras desempoeirada)


Fotos d' ontem

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ella Henderson - Ghost

Insociabilidade

Tenho de escrever de coisas boas. Pois. Não somente coisas boas mas também coisas boas. Há alturas em que é um bocado difícil encontrar coisas boas nas pessoas. Melhor a árvore amarela, muito melhor. Melhor o velho no meu banco de jardim, as plantas à janela, tão melhor. Até a mola dependurada é melhor que as pessoas, mesmo que a história tenha findado com a morte, o outono fez a folha cair, trazendo de arrasto a mola. Mesmo assim a mola dependurada é um caso mais agradável que qualquer pessoa.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é Dia do Email. Há quarenta e cinco anos atrás foi enviado o primeiro email de todos os tempos e, ao que parece, não chegou ao seu destino, perdendo-se pelo caminho.
O meu primeiro email, isto para partilhar primeiras vezes, foi criado algures no início de dois mil e quatro, quando a internet chegou à minha casa.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

...

Todas as instâncias do meu viver

Bom, vamos lá a ver, eu cá gosto de registar o quotidiano, não deve ser muito difícil perceber isso. Normalmente são pedacinhos de coisinhas comezinhas. Calma, não estou a menosprezar os meus registos, de todo. O que eu quero realmente registar agora é que mesmo possuindo um interesse desmesurado pelas coisinhas comezinhas, escapam-me uma série de pedacinhos, ora porque não tenho tempo para tudo, ora porque não quero, ora porque não considero publicável ou relevante. Assim mais ou menos tão irrelevante (mas publicável) como o papelinho que contém a listinha dos remédios, vá. Essa listinha anda na minha vidinha há um mês ou dois, desde aí tenho em cima dela, numa ânsia de não a perder, um objeto que não defino por não considerar relevante. Ora bem, eu já não preciso da listinha, mas, ao mesmo tempo, eh pá, sei lá se não venho a precisar de a consultar... Aguardo, então.
Sei que não registo tudo o que se passa, nunca conseguiria, desse modo não viveria, creio que para escrever é essencial viver, pelo menos para mim, é. Isto fez-me lembrar o que há dias ouvi na Radio: a história de alguém que desde 2007 tem vindo a apontar o número de espirros, bem como o local do atchim e o que estava a fazer no momento. É um bocado descabido, tudo bem, mas é uma ideia estupenda. As ideias descabidas têm obviamente um certo quinhão de excentricidade e eu lembrei-me que podia copiar a ideia e debruçar-me sobre os meus arrotos. Começo amanhã.

As árvores

As árvores daquela rua são muito vivas, muito dadas ao verde, começam cedo, ainda a primavera vem longe já se lhes rebenta as folhinhas, e terminam quando o outono vai quase na despedida. Uma dessas árvores assemelha-se a um cone de folhas, assim como se fosse um chapéu gigante, vá, mas em forma de abóbada, o que lhe confere um interior alto e sombrio, como se estivesse dentro de um cone, lá está. E eu lá debaixo, às vezes. Fico lá debaixo sempre que posso. No verão, pela hora do calor, é tão bom. Na verdade, e é bom que diga, passo lá debaixo de segunda a sexta, parando umas vezes por outras para apreciar a casinha de folhas.

Quilometragem

Que quantidade de metros tenho andado nestes 10 anos, pergunto. Isto, considerando as caminhadas do intervalo grande.
10 anos são 120 meses mas eu faço as contas por baixo, por causa das férias anuais, e digo que são 11 X 10: 110 X 30 dias de cada mês, mais coisa menos coisa, resultado: 3300 dias.
Mas convém descontar os fins-de-semana, o que dá 22 dias ao mês, portanto: 110 X 22 = 2420 dias em 10 anos.
Será que em 10 anos caminhei todos os dias como de costume?! Claro que não, homessa, vamos lá apequenar os números novamente, arredondando para 2000.
Os quilómetros serão uns 2 por dia, e também aqui estou a contar rasteiramente.
Portanto: 2000 X 2 = 4000.
Em 10 anos percorri 4000 quilómetros.

E porque é que eu decidi basear-me nos últimos 10 anos e não em 15 ou 20? Porque foi em 2004 que iniciei este tipo de passeio.

Li por aí

Li por aí, num blogue qualquer, que o diamante é multifacetado, extremamente resistente, sendo que é destrutível apenas por matéria igual. Quer isto dizer que apenas um diamante desbasta ou desgasta (ou agasta...) outro diamante, o que é comparável ao ser humano, porque eu sou o meu pior inimigo, tu és o teu pior inimigo, ele é o seu pior inimigo.
Desde aí tenho refletido nessa ideia e tentado descortinar o que realmente faço de mal a mim mesma, como me maltrato, com o quê. Tentei até fazer uma listinha mas não cheguei sequer a iniciá-la, não encontro respostas na minha cabeça.
Preciso de ajuda. Diz que a gente, em se sentindo incapaz, procure ajuda. Hum.

iú donte éve tu trai, trai, trai, trai-ah-ai

Teve 1

Perguntou-me se tive um esgotamento – teve, não teve? - e fiquei sem resposta, não estou habituada a falar do assunto. Balbuciei um 'sim', devo ter posto um dos sorrisos mais amarelos de sempre e preparei-me para tudo... Mas não era preciso tanta armadura, a pessoa só queria ser solidária, também sofreu em tempos com um caso do género.

Ah...

Bom, custa-me falar do assunto porque me sinto algo embaraçada com a questão, aparentemente é chato ouvir lamúrias que facilmente se comparam às de quem me ouve, se estou triste, o ouvinte terá uma vida consideravelmente pior, se estou aborrecida, o ouvinte não vê motivo nenhum para isso porque a minha vida é fantástica, o marido e os filhos são um espetáculo de pessoas, tenho uma linda casa e o meu emprego é uma pérola deveras cobiçada. Mas há mais coisinhas: esta doença não é 'bonita', as dores não são físicas, não me apresento coxa ou com um braço ao peito, não tenho pensos na cabeça a cobrir pontos de coseduras de pele, não vim do hospital, não fiz análises cujo resultado revelassem valores assustadores, nenhum exame médico diz que tenho uma doença terminal, nenhum r-x atesta grandes e dolorosos males.
Posto isto, pumba, estou doente, tenho a cabeça esgotada porque não me é dado o direito à infelicidade, e como não tenho esse direito esforcei-me até à exaustão para me acomodar com a vida (muito feliz) que (parece que afinal de contas) tenho.

adivinha

fgt~

As bolsas e a vida

Uma, envolvia o cartão de eleitor, a parte plástica apresentava tinta da impressão, tinha lá ficado agarrada possivelmente devido ao calor. Fiquei receosa que se conseguisse ler os meus dados, aí seria descoberta. Não. Cortei-a aos pedacinhos e deitei-a no lixo.
Duas, era onde guardava o bê-i. Tentei colocar a máquina fotográfica lá dentro (entretanto já preciso de uma nova camisola para a minha máquina), caber, coube, só por dizer que em ocasiões em que preciso de rapidez em a desembrulhar por ver uma cena muito gira para fotografar e mais não sei o quê... Não haveria rapidez suficiente. Não verdade não haveria rapidez nenhuma. Desisti. Pus um papel lá dentro a dizer: 'serve pra pouco'.
Três, era onde punha toda a papelada que é necessária à minha vidinha. A vida pode ser de papel. Que giro, nunca tinha pensado nisso, mas pode. Aí guardava extratos do tpa, recibos de supermercado, talões de desconto, cartões de débito, crédito e de cliente, cartões pessoais (nif e beneficiário), bilhetes de Metro, lápis, caneta, bloquinho rudimentar e lenços de papel. Dentro desta bolsa pus o livro que terminei de ler há dias: 'O Declive' de Madalena Caixeiro.
Esta conversa toda é para dizer que despachei as três bolsas e que a minha vida de papel mudou de lugar e até de tática – tenho uma carteia nova, e é isso mesmo: uma carteira, não uma bolsa. Com a eliminação das três bolsas, o lápis, a caneta, o bloquinho rudimentar e os lenços de papel foram apartados do restante recheio, isto por serem demasiado compridos ou grossos para caberem lá dentro. Pu-los, então, na bolsa de fora da mala de tiracolo, para estar à mão e junto do coração. No início fez-me montes de confusão não poder juntar logo o que mais amo e preciso, que são os instrumentos para escrever as coisinhas que registo diariamente, excetuando os lenços, que com isso pude eu bem, mas dizia eu, fez-me confusão, levei um ror de tempo a habituar-me a esta nova fase da minha vida.

As pessoas

As pessoas não fazem por mal, mas fazem.

Dias de um Ginásio

O professor de Pilates agacha-se ao meu lado e murmura:
Onde é que sente os seus pés mais apoiados agora?
Não percebo nada e olho-o fixamente, à espera de mais informação. Ele repete a pergunta de outra forma:
Em que parte do pé lhe parece que está mais apoiada?
Com um ar atarantado, creio, finalmente respondo:
Não sei.
Noto que por minha causa a aula está suspensa e sinto-me culpada e esquisita. Ele, no mesmo tom de voz, que mistura ironia com impaciência, e portanto uma anula a outra, diz assim:
Queremos ter os pés apoiados por completo no chão, não é? Então, repare: tem a parte de fora da sola do pé mais apoiada que a de dentro. E não é isso que nós queremos, pois não...?
Corrijo rapidamente os pés e dá-me uma vontade imensa de rir. Contenho-me. Volto a sentir-me culpada e esquisita, tenho vontade de sair dali a correr, sinto uma vontade imensa de chorar. Contenho-me.
As aulas de grupo podem ser um suplício em três frentes. Puxar pelo físico até à exaustão; querer rir e não poder; querer chorar e não dever.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

...

There must be some explanation
To all my frustrations
Inside my head.
I've always dreamt of what I could be
And I still dream...

(Ez Special, My Explanation)

Normalidade

A partir d' hoje os dias voltam a ter vinte e quatro horas.

Arranquei

Arranquei o calendário 2015 de onde estava. Porquês do arranque já a seguir.
Para preencher todo o calendário com folhas secas teria de ser nesta época e as mesmas repetir-se-iam até mais não porque aqui à volta não há tantas espécies de árvores assim, variariam em tamanho e estado de maturação e pouco mais.
Tinha idealizado que faria a cobertura mês a mês, conforme estes fossem terminando, mas isso obrigar-me-ia a esperar até ao final de janeiro do próximo ano para começar esse intento e nessa altura as folhas serão escassas e estarão extremamente debilitadas.
Finalmente, entendi que esta ideia é estúpida e que amaluco debalde, sinto-me num palco com a plateia vazia. Este último porquê é explicável mas por ora fico aqui.

As fotos abaixo é de uma folha que hoje apanhei do chão e que entretanto coloquei dentro do livro que não cheguei a ler porque estava muito desconcentrada mas que levei comigo a passear porque não me sabia assim.



Nota:
No calendário estavam coladas: a folha grande que achei num caderno e que deu azo a este tema; a folha bebé e tão fofinha, a folha amarela que não pertenceu à árvore amarela nem nada disso, duas folhas que trouxe do Alentejo.

No fim-de-semana

No fim-de-semana esqueci-me de registar no lbogue... ai perdão, blogue, que no supermercado já se celebra o Natal. A música ambiente emite cânticos de Natal e há uns cones vermelhos escuros aqui e ali, nada de luzes nem bolas, assim como quem quer lembrar suavemente que já se pode pensar em comprar prendas e lembranças para familiares e amigos(as) e conhecidos(as) e chefes e namorados(as).

No fim-de-semana

No fim-de-semana encontrei Elisabete Maria, a esotérica, na praia, junto ao paredão. A bicha fartou-se de falar da conjuntura atual e essas merdas desinteressantes pra caraças. Eu, porque sou um estrondo de pessoa, não. Deixei-me estar a ver os vidros e isso assim, protegida pelas lentes escuras.



A unha desta bloguista

Durante o fim-de-semana não pintei as unhas e devido ao serviço doméstico a unha doente ia lascando e lascando e lascando, ficando a cabeça do dedo a parecer uma batatinha. Ontem à noite pintei com uma cor clara, o verniz encapou a unha e agora parece quase normal.

Folhas d' outono

Será que da última vez que fotografei este lugar havia menos folhas no chão? Não vou pôr-me a contá-las, tenho de ir trabalhar.

Clientes

Um cliente pediu algo para matar pulgas e percevejos. Um cliente que aguardava a sua vez, ouvindo o pedido daquele, exclama:
Porra! Arre mula! Percevejos?! Estamos no fim do mundo ou quê?!

Não esquecer a foto dos capacetes

Pois não, não esquecer, que é lá isso de esquecer a foto dos capacetes, nem pensar.
Na quinta-feira passada, dia 23 de outubro, fui ao cinema ver o filme 'Os Gatos Não Têm Vertigens'. É um filme muito bonito, gostei bastante. A história mostra como as pessoas, se bem tratadas, reagem positivamente e se lhes aflora os bons sentimentos. Recomendo calorosamente.
Pois não, não esquecer, que é lá isso de esquecer a foto dos capacetes, nem pensar. Foi tirada durante o jantar, antes do filme, é gira e merece aparecer no blogue.

Uma questão de pele

Tenho borbulhas avermelhadas e enormes em alguns pontos do corpo. Sou tão feliz, afortunada, especial, não é toda a gente que tem uma pele capaz de ser furada desta maneira e os furos reagirem tão vistosamente.

Cliente

Pôs-se em bicos de pés para se despedir e desejar um bom resto de dia.

Bom dia!

|Hoje não há foto do bom-dia, não me apeteceu tirar a máquina da mala em nenhuma das vezes que vi uma perspetiva interessante.|
As horas. 10:03. Todos os relógios da minha vida estão de acordo com as novas horas e os mesmos minutos. O do micro-ondas, o do despertador, o da sala, o do estaminé. Já os dos computadores e dos telemóveis são cemartes e vai daí alteram-se bai íme selfes.
Entretanto, a Radio anuncia que 'Ferrero Rocher está de volta, mais fresco que nunca' e também me apercebo que o Ambrósio continua bravo, só não sei se o vestido da dama ainda é amarelo porque a Radio, como se sabe, não mostra imagens.

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