Gina, a mulher que tem um blogue

Gina, a mulher que tem um blogue

sexta-feira, 6 de março de 2015

À sexta-feira

:::: Afinal ontem não pus as fotos das minhas mãos e unhas no blogue. Não ficaram bem o suficiente, já as eliminei e tudo. Fora daqui, vá.
Afinal ontem já não voltei a escrever, ficou um post magrinho, magrinho. Afinal ontem tive uma tarde fantástica. Não fui devagarinho por aí fora. Afinal, não. 120 km/hora, ali assim na via onde se pode. Tão bom.
Afinal fui-me lembrando a tarde inteira de cenas que queria pôr no blogue, cenas bué d.a giras. Mas não.
:::: Depois de viver aquilo, fui às compras. Isto, ontem. Comprei quase tudo o que tinha na lista. Comprei:
lixívia de esguicho
sal cozinha
arroz carolino
arroz basmati
açúcar amarelo
Não comprei:
sal máquina
Entretanto, já em casa, dei por falta de:
aveia
E na próxima ida tenho também de comprar:
amaciador de roupa.
:::: Isto é tão giro e especial que vai ter de figurar no blogue: «Eh pá, onde é que a gente vai dividir aquela merda?» Faz parte do dia de ontem. E já está. Fica assim, não mexo mais.
:::: Eram dez e cinquenta e dois. São onze e trinta e três. Na primeira hora tinha acabado de olhar para o relógio. Ia escrever. Ia escrever que não suporto estar aqui e que por causa disso quero morrer. Ia escrever que não suporto pessoas e que por causa disso quero morrer. São insuportabilidades impreteríveis, tenho de as viver. Quando o cliente entrou, o que interrompeu o que vinha escrever, e que entretanto já escrevi, eu tinha uma lágrima no rosto, outra no olho. No outro dia disse que já me apanharam em muitas figuras, dentre elas chorar, não é. É. O senhor era simpatiquíssimo. Quis ver um modelo de chave que está na parte de cima do expositor, quis ver com as as mãos, eu até brinquei a dizer que também gosto de ver com as mãos, e depois ele viu-se aflito para recolocar a chave no seu lugar. Riu. Ora como eu sou muito grande, dizia ele, arrastando as palavras. O senhor deixe estar, eu já arrumo, descansei-o eu. Mas ele insistia, a sorrir, em bicos de pés. Simpático que só visto. Riu-se então com mais gosto ainda e desistiu. Afastei um pouco a chave de nós dois, pronto, não a vendo, o homem finalmente descansaria.
Ah, eu também ri com prazer. E pensar que há cinco minutos estava a chorar.
:::: A minha vontade é desistir completamente do blogue. Eh pá, coiso, que se me falta o ar.
:::: Estou muitíssimo apreensiva e ansiosa com o fim-de-semana que vem aí. Vou até ao Alentejo, num daqueles passeios de motards. Não me apetece nada ir. As pessoas aborrecem-me. As suas coisinhas más e as suas queridezas fofinhas aborrecem-me sobremodo.
:::: Meio-dia e três. Lembrei-me agora mesmo, quando voltar a publicar no blogue vou fazer assim:
Agarro em cada símbolo que há no teclado
|
\
@
#
£
$
§
%
&
*
Quiçá também
{
}
[
]
'
«
»
Ou ainda
«
»
~
^
E preencho metros e metros e mais metros de espaço no blogue. Montes de espaço ocupado com elegibilidades. Tão bom. Hum. Orgásmico, até. Os visitantes da página vão desistir de rodar o scroll do rato. Ah ah.
Meio-dia e sete. Levei quatro minutos a escrever esta merda. Há decerto record, não é. É. E não me pertence, não é. É.
:::: Lembrete: vou já colocar uma série de símbolos, dos que falo no item anterior, mas assim muitos e muitos e muitos e muitos, e quando me der nos cornos, pumba, coiso, tenho tudo a postos, copiar-colar; copiar-colar; copiar-colar, até me apetecer parar.
Bom, fui tentar fazer mas entretanto descobri que o primeiro símbolo - | - se em grande quantidade cria uma tabela. Que merda. Passo à frente.
:::: Meio dia e cinquenta e quatro. Vou apontar e aprontar mais umas coisitas e vou almoçar.
:::: Quase quatro horas da tarde. Porra pá, não vou ter tempo para desenvolver todo o percurso nem os acontecimentos e as circunstâncias do intervalo grande. Antes que não tenha mais tempo deixo já os tópicos:
indecisão: avenida tal ou então a tal
chocolate, comprei um, enormíssimo prazer no trincar, mastigar, engolir
senhora do banco, que a máquina de contar o dinheiro me estragou a nota, oh céus, sim foi isso mesmo, rasgou-lhe um pouquinho, máquina assassina, chamou-lhe ela, máquina destruidora, chamei-lhe eu, ah ah, ah ah, rimos muito as duas, mas não por tolice, é que foi mesmo giro
no jardim passaram umas putas que iam para o lugar da musa
lugar da musa, a igual queixa-se à menina que serve os cafés que hoje está naqueles dias em que não quer falar com ninguém, ver ninguém, penso que nunca fomos tão iguais como hoje, 'miga
lugar da musa, há burburinho, montes de gente e o caneco, olhei ao redor, comprometida, apontei as parolices que agora debito e estendo um bocadinho
lugar da musa, as putas chegaram, i-ei...! mas são só duas e eu vi no jardim para aí umas quatro, uma delas fez para a outra o gesto de agarrar numa chávena e beber, como que a oferecer um cafezinho, assim lá longe, que a outra já tinha ido sentar-se
comprei uma t-shirt amarela e verde e branca, é gira mas não a devia ter comprado
já há duas árvores com folhas novas na rua mais bonita de Lisboa, a terceira do lado esquerdo, a quarta do lado direito, ambas a contar de quem vem de cima
fiquei tão contente com aquilo, depois sentei-me no último banco de quem vem de cima para apontar a posição das árvores e chorei desesperadamente por causa daquela coisa dos extremos.
:::: Dentro da minha cabeça estive de roda daquela ideia de descrever o que acho acerca dos blogues que leio, bem como dos seus autores e do seu modo de escrita, e decidi que não vou desvendar quem são, a menos que lhes ponha uma capa protetora, tipo assim:
erros no meio da rua;
vozeirão desmandado;
anita doutro país;
irresiste ao astro-rei;
blás amargos e doces;
dama do círculo;
grande impasse;
num fio esticado;
eles os quatro;
que bela suína;
é dia até ser noite;
reviravolta do relógio;
novidades do universo;
sol de pouca dura;
dar a ler com cafés e bolos;
blogue com nome;
prato do dia;
o sal das pipocas.
E é isto. Acho mesmo que vou mas é fazer assim. Escuso de estar com ideias parvas, posso ser mais sincera e tudo. A bem dizer vou tratar disto já na próxima semana, e nessa semana conto continuar tão escondida como tenho estado até aqui.
:::: Mandaram há pouco o sms com a informação de que a minha máquina fotográfica está pronta. Oh pá, tão bom, assim vou ter ocupação enquanto me movo no meio das gentes passeio fora e isso.
:::: Quando saí entrei em lojas.
Numa retirei quatro modelos, três blusas e uma t-shirt, do expositor e fui para o provador. Nada feito, uma não me serve nos braços (!), outra pareço uma saca de batatas, outra parece que ando com uma capa da chuva em forma de t-shirt e a outra não me lembro, só sei que não gostei de ver nenhuma pousada em mim.
Na outra loja escolhi três pares de calças do mesmo tipo de tecido, umas numa cor e de um determinado tamanho, as outras duas noutra cor e cada uma de seu tamanho. As primeiras são muito giras mas é na pilha onde se encontravam, são muito claras, evidenciam por demais as minhas coxas grossas, as outras, mais escurinhas, escolhi o tamanho menor.
:::: Pronto, o dia está no fim. Dezoito e tal, agora. Vou contar as palavras e os caracteres até ao findar do item anterior... 1236 palavras; 6668 caracteres. Oh céus, que poucochinho...

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