Gina, a mulher que tem um blogue

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domingo, 15 de fevereiro de 2015

O post perfeito

Li num blogue acerca de uma espécie de perseguição pelo post perfeito. O autor referiu alguns posts perfeitos dos seus blogues preferidos e referiu inclusive os posts considerados perfeitos e criados por si mesmo. Depois, no final, fazia um apelo, quem quisesse divulgar o post que considerasse perfeito, que o fizesse na caixa de comentários. Pensei nisso...

«O pensamento é do mais livre que há, ninguém lhe poderá jamais aceder. Melhor que esta liberdade só se for um tapete voador, e eu em cima dele, voando, umas vezes em pé de pernas ligeiramente afastadas, sentindo o frescor do vento, outras de cócoras, espreitando para baixo, maravilhando-me com o universo afinal tão pequenino. Por qualquer razão desconhecida materializo a minha liberdade num tapete voador.
Ninguém sabe o que penso, certo? Então vou pensar o pensamento mais horripilante. Posso e quero. Já não tenho vergonha dos pensamentos perversos ou não merecedores de atenção, já não tenho idade para esses embaraços. Pode pensar-se tudo, não tenhas medo, ninguém descobrirá.»

… Mas não tive coragem. Podia ter entrado na roda, podia ter evitado pedir licença para entrar, podia ter pedido licença para entrar, podia ter feito qualquer coisa, mas em bom. Ei, estou aqui, o meu post perfeito é assim...

… «Creio que a obscuridade contém o palavreado de que necessito constantemente. Encontro essa obscuridade amiúde, ultimamente. Pode ser um lago pouco profundo, para eu conseguir manter-me à tona, respirando e vivendo, ou pode estar no céu, dentro duma nuvem fofinha que de vez em quando deixa escapar as palavras, ou no sopro do vento, que me canta o que devo escrever. Esse precioso palavreado está num plano diferente, vá, siga a vida.»

Mas não. Que tola. Insocial no real, insocial no virtual. Bah.

«Consumar o efémero, inventei eu. É assim como a gente atuar diariamente em cima de insignificâncias mui necessárias à vida. Fazer as coisinhas todas que não interessam porra nenhuma, portanto, e que ainda por cima se esfumam à velocidade um ai suspirante. Ninguém vê nem fala das ditas coisinhas. Mas é preciso. É mister. Consumar o efémero é mister.»

Um post é perfeito se eu o achar perfeito. Afinal, acredito se quiser.

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