Gina, a mulher que tem um blogue

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Do intervalo grande

:::Subia a avenida quando vejo um extenso cortejo de crianças, vinham duas a duas, de mãozinhas dadas, vestidas de vermelho, ponteando a vistosa indumentária com enfeites brilhantes aqui e ali, fizeram-me lembrar duendes felizes. Havia um corredor de pessoas aos lados, umas observavam embevecidas, outras fotografavam ou filmavam tão especial evento, não menos embevecidas. Entretanto ouve-se pelo ar a sirene de uma ambulância. A vida é assim, no mesmo momento: a singela felicidade e a tragédia meteórica. Tão inexplicável que isto é.
:::A camisola, ainda não a tenho. Verniz das unhas, logo vejo se igualo o tom à camisola ou não. 1º camisola. 2º verniz.
:::Senhoras do banco, hoje são duas. 1ª jogou a mão à manga do meu casaco para ver ser era fofinho e sorrimos, eu e ela. 2ª jogou a mão à manga do meu casaco para ver se era fofinho e sorrimos, eu e ela. E era só isto.
:::Lugar da musa. Às vezes estou a rabiscar nos papelinhos quando o moço me vem levantar a chávena. Mesmo considerando que ninguém dos presentes está interessado no que escrevo, fico sempre aflita, temendo que se consiga ler à distância de meio metro. Mas acrescento ainda que fico particularmente aflita se o moço vem levantar a chávena e estou a debitar coisitas acerca dele, o que efetivamente já aconteceu duas vezes.
:::Lugar da musa. Canta o Rod Stewart. Este homem consegue também ser natalício. Let it snow, let it snow, let it snow.
::: Lugar da musa. Agora que ando arredada da leitura, naquela fase em que nem sequer tento ler, sobra-me tempo. Hoje pus-me a olhar para as bancadas e notei que uma delas tinha todos os livros tombados de maneira a que se vissem as folhas e não as lombadas, visto dali era portanto uma visão deslavada. Nota: esta não é a primeira vez que me ponho a escrever da visão deslavada que um conjunto de livros pode ser, e da outra vez fi-lo referindo-me exatamente ao mesmo lugar e objetos.
:::Na rua mais bonita de Lisboa. Acho que o ramo da oitava árvore, aquela que susteve durante meses a mola com o dizer... Na verdade já não tem a ramagem igual, ou seja: o raminho caiu. Hei-de confirmar isso nas imagens do blogue.

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