Maria Alice aparece à porta, condoída como é seu costume.
Germana lança-se em desaforos amiguinhos.
Maria Alice encolhe os ombros.
Germana vai ralhando, que se ela está neste estado é porque foi parva o suficiente para deixar fazer ninho na sua cabeça.
Maria Alice olha de soslaio para nenhures, escondendo aquela tristeza própria que as pessoas sem palavras sentem quando se deparam com essa incapacidade e fazem inclusive prova viva da mesma.
Germana diz que é sem maldade nenhuma que lhe fala das verdades da sua vida, porque lhe quer bem.
Maria Alice fixa o chão melancolicamente, desfeita, sente-se desgraçada.
Germana desdenha da blusa, que parece que está grávida, credo, Maria Alice, na tua idade...
Maria Alice rola os olhos à procura duma brecha para se escapulir e vai andando para trás quase sem dar por isso.
Germana volta à carga, essas cores não te ficam bem.
Maria Alice afasta-se a medo, os olhos tristes de dar dó.
Germana vai atrás dela e estranhamente escasseiam-lhe os argumentos.
Maria Alice finalmente conseguiu escapar às garras tão atrozes, venceu pelo recuar.
Germana fica. Só.
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