«As pessoas têm medo de ser e de gostar. Eu tenho – também – medo de escrever e de falar. E de pessoas. Há dias em que me sinto horrorizada perante a sua presença. Não, não estou a exagerar.»
Encontrei a pintora, depois de um mês ou dois. Perguntou-me como vou eu e também como vai a minha escrita. Respondi somente que ia bem, obrigadinha, sendo incapaz de dizer à senhora que vai haver o lançamento doutra coletânea e blás, convidá-la para o evento e o caraças, falar do quanto gosto de escrever. Ela deu-me as vazas todas e eu não consegui sequer formular o pensamento. Tenho um prazer imenso em ser lida e não me consigo anunciar e fazer presente.
Estou desanimada com isto de escrever, comigo mesma, com o meu pensar e até com o alter-ego, que a bem dizer não sei lidar com essa existência. Não sou de anunciar que vou pausar ou terminar ou deixar momentaneamente a escrita. Só sei que hoje é essa a minha vontade mais premente.
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