Gina, a mulher que tem um blogue

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sábado, 26 de janeiro de 2013

Dos meus poemas

Num dia em que escrevi uma das minhas coisinhas estapafúrdicas (mais concretamente esta aqui) tinha optado por cessar a publicação de poemas no blogue para não emporcalhar esta página que me é tão querida e tão preciosa, tão preenchida por prosas que me agradam. Não me considero poetisa, nem nada que se pareça, e se mesmo assim refiro por escrito os meus poemas com propriedade é para não me estar a fazer passar por miserável e coitadinha e pobrezinha e outras coisas que depreciariam a minha escrita. Não sei muito bem porque não me sinto poetisa, só sei que tenho dificuldade em escrever a poesia que há em mim – note bem: em versos - e não me deslumbro facilmente com esse modo de escrever.
Mas...
Há sempre um mas...
… Esta semana descobri que, simplesmente, puramente, obviamente...
… Os versos do poeta não têm forçosamente de sair de chofre. Por qualquer motivo que desconheço, tinha para mim que era assim que tinha de acontecer, achava que os versos saíam velozmente do pensamento do poeta, rodopiando, sem pausas ou intervalos, aterrando em bruto no papel. Mas (cá está outro mas) não tem de haver uma ligação direta entre o pensamento e a mão que escreve. Nada disso. Eu versejo tal e qual como proso. É igual. Igual, igual. Nunca fui de escrever desenfreadamente, sou de ir preparando, lentamente, em banho-maria. Logo... Como versejar diferentemente se a cabeça e o pensar é o mesmo? Vou proseando; vou versejando. A dança das palavras é diferente numa ou noutra forma de escrever. E é só isso.

Telefonei ao meu amor. Assim que ele atendeu não fiz mais nada senão declamar o poema abaixo. E pronto, estreei-me, declamando a minha própria criação, com a minha entoação. E regresso ao costume largado, de vez em quando cairão poemas no blogue.

A friorenta

Tem frio
Não vem de fora
Mas infiltra-se
Ora e esta?
Estranheza...

Está por baixo da pele
Mesmo antes da carne
Rodopia e sopra
Entre as duas:
Pele e carne.

O frio
O ruim
Esse malfazejo
Não vem de fora
Não

O frio
É a alma à solta
Rebelde
Entre as duas:
Pele e carne

1 comentário:

Olinda Gil disse...

Eu também tenho dificuldade em que me saia um poema

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