Sou constantemente interrompida por mim mesma aquando das minhas leituras diárias. A minha cabeça trabalha imenso enquanto leio, não necessariamente dentro daquilo que estou a ler, mais concretamente dentro daquilo que nada tem a ver com o que leio. Fora, tudo fora da leitura, distante para aí uns mil milhões. Sou um bocado dispersa e desconcentrada, e como escrevo amiúde, tenho esta mania, pronto, acho que devo apontar tudo o que penso. Depois o que acontece é um desassossego constante, pois ora leio, ora escrevo. Às vezes imagino que se alguém me observasse com atenção julgaria que eu estava a tirar apontamentos da leitura...
Repentinamente dá-me a ideia que não sei viver assim, só que, mau grado, tenho de o fazer, ainda não consegui inventar outra fórmula mais calminha para levar a vida de leitora e escrevente avante.
Terceira pessoa:
Ela não sabe viver assim.
Mas tem de fazê-lo.
Primeira pessoa:
Não sei.
Mas tenho.
Sem comentários:
Enviar um comentário