Ontem à noite no supermercado fui atendida por uma menina apressadíssima.
Tudo bem.
Vá.
A malta (eu) está no fim do dia, cansada, mas existe algo de salutar em observar pessoas enérgicas se estou cansada, sei lá, pode ser que contagie... E ademais costumo admirar noutras pessoas características ou estados de alma que não possuo.
Com a tamanha pressa com que trabalhava, a menina deu-me de troco uma nota de cinco em vez de uma de dez.
'Ah, não acredito', lamentou-se ela, apressadamente.
E foi apressadamente que me pediu 'imensa desculpa' e me informou que eu ia ter de esperar que o cliente seguinte terminasse as suas compras, pois aí seria aberta a gaveta e só então ela me daria o resto do meu troco.
Não sorri.
Eu.
Não me apetecia.
Não fui cordial.
Estava tão cansada.
Mas fui tolerante para com um erro humano, condescendente para com uma trabalhadora.
Há aquela coisa do efeito bumerangue, né? Devolvemos o tratamento com que somos presenteados, mesmo que noutro alvo, né? Então pronto, esta menina vai aprender a tolerar e a condescender.
|os sorrisos não se ensinam a ninguém|
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