Gina, a mulher que tem um blogue

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terça-feira, 26 de novembro de 2013

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Sinto-me maltrapilha das palavras. A sério, visto mal de blogue. Estou a escrever, e portanto confiante no que digo, escrever é fingir certezas e é por isso que insisto no tema. Mendicidade ao nível da blogosfera é comigo.
Ontem publiquei uma série de posts que espero sejam pulsantes. É o que mais quero. Quero mostrar a vida porque lido com a morte todos os dias e essa é a maneira mais sadia de me equilibrar. Penso na morte, reflito vida. Penso na morte, reflito vida. Penso na morte, reflito vida.
Ontem fiz mal pôr-me para aí a dizer que a escrita da Maria Gabriela Llansol é aluada. Que desplante. Hoje de manhã lembrei-me do que escrevera e arrependi-me tanto. Não sei que raio tenho na cabeça, nem sequer conheço nada do que ela escreveu, só por dizer que no programa televisivo, de onde me saiu a ideia para o dito post, mostraram uma série de papeis escritos pela sua mão e essa apresentação pareceu-me louca. Daí ir buscar a aluada. Aluada sou eu, que também anoto as loucuras e os devaneios em papéis que por vezes custo a decifrar, mesmo que lidos apenas umas horas depois. Já houve um ou dois que nunca decifrei. Não é que quisesse comparar-me a uma escritora, mas fi-lo inconscientemente.
Quando se é muito jovem os avós podem meter um bocado de nojo a comer. Eu tinha um tio.
Desta vez, acerca do meu mais recente conto publicado (Coletânea 7 Pecados, Pastelaria Studios Editora), não tenho obtido grande resposta, não tem sido mostrado a muita gente. Imagine-se eu para a Isilda: já viste o que escrevi recentemente, e ela lia que a Maria Alice acha que 'comer é foder' e depois nunca mais me olhava porque ia ser difícil convir que é uma personagem ficcionada, e é uma personagem que inventei, sim senhores, mas para mostrar a minha opinião. Imagine-se eu a mostrar aquilo ao meu pai, aos ricos filhos, ao meu irmão, às minhas cunhadas. Concluiriam que sou maluca, mas pior que isso, não diriam nada e afastar-se-iam um pouco, alguns fariam esgares enojados. Uma chatice. Escrever é um ato hediondo, afinal. A bem dizer: escrever é uma merda.
Olá, boa-tarde. A vida é tão boa.
Lisboa, avenida de Roma; 13:57; 9º. Lisboa, avenida João XXI; 14:15; 17º. Lisboa, praça de Londres; 14:26; 16º. Dados banais mas díspares.
Ontem, no ginásio, eu estava de abalada mas tive de me sentar um pouco à espera, então apoiei a cara na mão e deixei-me ficar a observar a rececionista e uma usuária (chamam-nos sócios mas eu não gosto do epíteto). Estava tão cansada que não quis saber se embaraçava as meninas ou a mim mesma e deixei-me estar a fazer figura de gente infantil ou então de gente velha que não tem que fazer. A usuária cochichou algo que só pode ter sido no sentido da minha atenção descarada se dever ao facto de a rececionista falar alto e gesticular imenso, tanto que esta ripostou que 'não, ela já está habituada à minha maneira de ser!' Pois estou, e até lhe acho graça, tanto que ela sabe...
No livro que leio no intervalo ('A Acidental', Ali Smith) afinal ela ainda não se matou no penhasco, nem sei se o fará. Hoje li durante pouquíssimo tempo, não deu para findar a leitura, estou a escassas páginas do fim da história.
No livro que leio em casa ('A Fé de um Escritor', Joyce Carol Oates) a autora diz que vai correr para pensar e depois escrever. Diz que é bom. Que produz. As ideias proliferam. Concordo. Eu ando por aí e dá no mesmo. Não estou a comparar a escrita da gente as duas, só estou a fazer uma comparação pequenina em relação ao resultado duma atividade que eu e ela temos em comum. Quero dizer: mais ou menos comum, ela corre, eu ando muito depressa.
Hoje resolvi fazer e apresentar uma escrita compactada. De certo modo este escrever mima-me, isola-me e livra-me da maldade aí presente. Não me importa que seja ilusão. A vida é uma ilusão. Pra quê a correria e o querer ser feliz? Pra que é que isso interessa se morro no fim?
Lisboa, Lumiar; 20:43; 9º.
Agora vai-se ver uma maçã em várias posições, fases e formatos. A maçã que já foi falada ontem. Há maçãs cá com uma sorte. Ei-la.

2 comentários:

Olinda Gil disse...

Esta escrita mais compactada resulta!

Quando a nos lerem, agora tenho de aguentar o "que queres dizer com isto"?

Gina G disse...

:)

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