Gina, a mulher que tem um blogue

Gina, a mulher que tem um blogue

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Entrega

Ia ter de entrar num prédio para deixar um recibo na caixa do correio, isto com a enorme possibilidade de a pessoa em questão estar na sua hora de almoço e vai daí não estar ninguém que me abrisse a porta.
Pus-me a pensar 'ah e tal agora era fixe a porta estar aberta escusava de tocar para o consultório' e mais não sei o quê.
Oh glória terrestre, a porta estava escancarada. Estou a falar duma porta lisboeta que não costuma nem por sombras estar aberta, é pesadona e grossa que se farta e estava mesmo encostada lá atrás, como se alguém invisível a estivesse prender para eu entrar.
Estranhei mas apreciei a sorte 'ah e tal olha que bem até parece que o cosmos ou lá que é me curte à brava e mandou a porta pra trás para me favorecer'.
Entrei. Cheirava a champô. Não sei porquê mas cheirava. Eu e os cheiros andamos muito unidos nos últimos meses. Adiante.
Introduzi o papelito em causa na caixa do correio e fiz-me ao caminho de volta. Assim que desci o primeiro degrau de acesso à rua, ou seja: já na rua, a porta fecha-se delicadamente, sem estrondo, sem bruteza, como se alguém muito gentil tivesse feito as honras... O porteiro invisível, invisível continuou, não apareceu, portanto. Que pena.

Sem comentários:

Arquivo do blogue