Lisboa, praça de Londres, sete e tal da tarde. Chupo um gelado perna de pau que não relembra o sabor de outrora, é deslavado, nem a lista vermelha a imitar os morangos pica como antigamente. Que pena. Estou sentada num dos bancos, à sombra, mau grado, que a temperatura não está amiguinha, não, e o gelado vai refrescando, primeiro a goela, depois tudo por ali abaixo.
Não explico porque me encontro ali e àquela hora em vez de estar a caminho de casa, imaginando o jantarinho que iria preparar e tal, pois seria uma canseira inglória.
Enquanto saboreio a guloseima passa uma senhora em conversa telefónica, orientando alguém para ir desfiando o frango que ela já lá vai ter. Decido num repente:
‘É isso mesmo, o jantar vai ser frango assado!’
E foi. Frango assado, queijinho de ovelha grelhado com azeite e orégãos, pão saloio. Finalmente chegada a casa encontro a mesa posta com todos os requisitos. Olá, que é isto… Mesa posta? Foi o rico filho, viu da janela o saco que identificava a ementa da noite e decidiu adiantar-se.
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