14:16
49901 visualizações a este blogue, agora. Tanta gente que já leu o blogue... Obrigadinha, 'migos.
14:18
49902. Porra, mais 1. Viro costas e é isto. Agradecida.
16:01
49910. Ena!
16:52
49919. Nem sei que diga.
18:17
49920. Só isto?! 1 hora e tal e só 1 pessoinha pousou aqui...? Oh!
19:06
49920. A sério?! Então, vamos lá a mexer nisto, pá!
20:20
49924. Ah, pronto, passou 1 hora e picos e chegaram 4 pontos até ao meu blogue. Assim, sim.
22:44
49925. 2 horas e tal depois e 1 clique apenas. Eu estive a ver tv, o resto do mundo também.
23:30
49925. Hum. Muito boa noite.
Gina, a mulher que tem um blogue
domingo, 31 de maio de 2015
Do domingo passado
Apresento hoje o resto das fotos que consegui no passado domingo, 24 de maio. São umas assim, outras assado. Ando há todo este tempo para publicá-las porque as queria preparar com o Picasa, e como só tenho esse programa no pc grande e o pc grande anda parvo e por causa disso durante a semana amanho-me com o pc portátil, pumba, coiso. É hoje, não é. É.
cantar a minha canção
esta frase:
'não sei escrever o esperável'
é minha.
quem dera uma plateia a gritá-la a uma voz para deixar de o ser.
'não sei escrever o esperável'
é minha.
quem dera uma plateia a gritá-la a uma voz para deixar de o ser.
A lista do cão
A minha cadela tem um móvel que é só dela. Ela não sabe disto, mas tem. Nesse móvel há:
a escova de pêlo que nunca é usada
o alicate de unhas que raramente é usado
o sacão, para rimar com cão, ah ah, de comida
o lençol para ser usado no carro
o tapete lavado para alternar com o que está a uso
a pomada para, já acontecidos e quiçá futuros, fungos
o spray para parasitas
as pipetas para parasitas
o bilhete de identidade, com o nome da proprietária: a rica filha, a raça: indefinida, a idade: +/- 2008/2010
o boletim de vacinas, actualizado, que somos donos zelosos
E era isto.
Poema
Sou Lúcido
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lagrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco
Aquele pobre que não era pobre que tinha olhos tristes por profissão.
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Copiei daqui
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lagrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco
Aquele pobre que não era pobre que tinha olhos tristes por profissão.
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Copiei daqui
sábado, 30 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Condicionante
A uma menina que se lhe ponha o nome Melodia é mister cantar harmoniosamente e tocar qualquer instrumento musical com destreza, quando mulher. Olá, o meu nome é Gina e jamais serei uma escritora extraordinária.
Trapadas
Seguidamente divulgo opiniões da rica filha. Note bem: ela está pensativa, o discurso é um murmúrio e enquanto fala olha demoradamente as minhas farpelas...
• Hum, eis duas cores que não deviam ficar bem mas ficam...
• Estranhamente, esse vestido fica bem assim, mãe...
Lugar da musa
A bolachinha de canela voltou, para meu gáudio. Tem nova roupagem e, por ser nova, é bem estaladiça.
SMS
Sim, sempre recebi a mensagem via telemóvel proveniente do supermercado. Este fim-de-semana oferecem:
25% desconto imediato em gelados e cafés e misturas
25% desconto no cartão em iogurtes de marca branca
Vou portanto comprar:
2 kg de gelados
5 kg de café de saco
8 kg de iogurtes
25% desconto imediato em gelados e cafés e misturas
25% desconto no cartão em iogurtes de marca branca
Vou portanto comprar:
2 kg de gelados
5 kg de café de saco
8 kg de iogurtes
planos
para
logo
à
noite
e
para
amanhã
*deitar
*o
*lixo
*no
*lixo
*pôr
*as
*claras
*e
*as
*massas
*a
*descongelar
##########
@lavar
@o
@paninho
@dos óculos
@lavar
@a
@bolsa
@do
@telemóvel
*o
*lixo
*no
*lixo
*pôr
*as
*claras
*e
*as
*massas
*a
*descongelar
##########
@lavar
@o
@paninho
@dos óculos
@lavar
@a
@bolsa
@do
@telemóvel
Cliente
Pesarosa, ela:
Ah, não sei fazer isso...
Pragmática, eu:
Olhe, nem eu, só que tenho a sorte de ter quem me faça.
Ah, não sei fazer isso...
Pragmática, eu:
Olhe, nem eu, só que tenho a sorte de ter quem me faça.
Vídeos & Imagens
É sexta-feira
É sexta-feira e estou aqui que não posso, querendo muito receber a mensagem a dizer que desconto tenho este fim-de-semana no supermercado.
Será peixe ou queijo? Frutas e legumes ou ultracongelados? Cereais ou pão?
A ver vou, não tarda.
Dias de um Ginásio
E pronto, eis que termina a saga do novo, e temporário, Ginásio. O outro Ginásio é efetivamente melhor, não vale a pena mudar para este. Gostei de muitas coisas, não gostei de muitas mais, mas não me vou pôr para aqui a enumerá-las, porque inclusive durante todo este mês tenho vindo a enumerar as que considero relevantes.
Agora já posso revelar o meu pin de acesso ao Ginásio. Achei sempre um piadão àquele conjunto de dígitos e tem-me custado imenso não o revelar no blogue, mas era melhor não, claro que era. Então é assim, os dígitos que eu teclava tinham que ver com a data do meu aniversário, 11072978, faz de conta que nasci 110 anos depois, ah ah.
Ontem: cacifro 216, portanto parece mas é que nasci 170 anos antes, ah ah, isto brincando com a lógica do costume dos últimos posts. Pensei descolar a bolinha do 6, mas não, mais vandalismo, não, que é lá isso.
Ontem: Yoga. Não é Yóga, 'migos, é Yôga. Bom, tive muita pena de abandonar esta prática, saí da sala quase pesarosa, principalmente porque não me despedi do professor, o único professor de quem realmente gostei, porque quando a aula terminou a malta amontoou-se à sua volta para lhe dar os emails e assim vir a receber informação acerca de eventos que ele organize e aos quais, obviamente, já não poderei comparecer. Mas, mais tarde, ouvi a voz dele no balneário. Sim, é um homem, portanto estava noutro balneário que não o meu, e eu ouvi a voz dele. Pronto, adeus senhor professor, mais que tudo neste Ginásio, adorei as suas aulas.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Mau andar
Num troço tropecei por duas vezes. Na primeira, iam-me caindo as mamas. Na segunda, caiu-me uma delas e deixei-a ficar no chão. O que uma gaja não faz para pesar menos, ah caneco.
Medida incógnita
Quanta originalidade consigo neste blogue.
Pois.
Arranjo frequentemente palavras caras,
sem rimas,
não vá cansar,
que isto aqui não é um poema.
Pois.
Arranjo frequentemente palavras caras,
sem rimas,
não vá cansar,
que isto aqui não é um poema.
Bom comportamento
Mudar a atitude. Não importa a queda. Importa o levantar. Haja perseverança, estoicidade, resiliência e merdas assim.
Cesta de fruta
Uma banana, três alperces, catorze bagos de uva. Treze. Doze. Dez. Nove. Oito... Sete... Seis... Cinco...
Vácuo
Palavras à solta, só se for no pensamento. Não sei como é com a outra gente mas eu cá domo-as com a caneta. Bom, jamais saberei o que acontece com a outra gente, para saber há que questionar e as questões assombram.
Dou conta
Dou conta disto tudo. Não tarda arranjo mais papelinhos para rasgar pelo picotado. Quando constato estas coisas sou verdadeiramente feliz.
Ele
Ele perguntou-lhe se os homens olham para ela. Era uma maneira subtil de saber se ela se acha bonita. Veja-se a tontice: ele não sabe que os homens olham para as mulheres com o propósito de avaliar.
Lugar da musa
Muito bom, o café, hoje, muito bom.
Num outro dia que não este, vinham dois pauzinhos de canela num só pacote. Aproveitei-me logo disso, claro, usei um pauzinho e guardei o outro no porta-moedas, no dia seguinte usei o pauzinho que sobrara do dia anterior e guardei o que me fora dado nesse dia, primeiro no porta-moedas e mais tarde num potezinho especial que há lá em casa.
Plano consumado
O tronco é mesmo o da árvore amarela, não há engano.
As fotos da árvore redonda, aqui estão, não tão bonitas quanto eu desejo, mas vá.
As fotos da árvore redonda, aqui estão, não tão bonitas quanto eu desejo, mas vá.
Almoço
Prato: Bacalhau à Gomes de Sá. Quando subia a avenida, lancei fora um pedacinho de salsa. Cuspi, portanto. Mais um gesto socialmente interdito às senhoras que por lá vagueiam.
Plano para o intervalo grande
Verificar se o tronco é mesmo o da árvore amarela.
Tirar fotos à árvore redonda.
Tirar fotos à árvore redonda.
Cliente
Mudou um bocado. Tem uma franja muito farta e arredondada e não perguntou:
'Como...?'
Arregalando os olhos e apresentando uma expressão seriíssima a cada preço que anuncio. Mas pediu desconto. E não foi pouco. Recusei. Pediu um desconto menor. Anuí. O seu saco de compras consiste numa mala de viagem daquelas que se arrasta no chão mediante uma pega. Lá dentro tem uma série de coisas e loisas, tais como sacos transparentes, sem asas, nuns estão os seus pertences, noutros há somente ar. Um deles chamou-me a atenção, é um outro saco, de alça comprida, plastificado, daqueles publicitários, com fole, o qual ela dobrou esmeradamente e enfiou clipes para eliminar o fole, sabendo assim com que espaço contar. Depois, chegada a hora de fechar a dita mala, onde colocara o que lhe vendi, com espanto pelo preço da parte dela e com desconto da minha, recusou categoricamente a minha ajuda, dizendo: 'não faça nada, por favor, que isto tem de ser com muito jeitinho'. Pronto, afinal a falta de jeito, pumba, coiso.
Cliente
Chamou bancada ao balcão. Tão jovem. Não que esteja incorreto, claro, mas tão jovem. Quando lhe passei o artigo para a mão ficou maravilhado. Era mesmo jovem.
Cliente
Não está cá o senhor Joaquim?
Não.
Até aqui tudo bem, não fora a resignação mal disfarçada do homem, a vida seria um sorriso.
Não.
Até aqui tudo bem, não fora a resignação mal disfarçada do homem, a vida seria um sorriso.
Esponjas de banho
As esponjas de banho que tenho na prateleira não são umas quaisquer, as minhas esponjas de banho trazem número de apoio ao consumidor e tudo. Tenho-as em três cores, mas só que fossem duas já dava hipótese de escolha. E este post existe também para mostrar ao mundo que sei que 'quaisquer' é 'quaisquer' e não 'quaisqueres'. De nada, ora essa.
Da frase pintada
A frase que pintei no balcão
«Eu escrevo no balcão. Ah ah.»
lá conseguiu outro leitor. E ao menos não perguntou o que é que aquilo quer dizer.
«Eu escrevo no balcão. Ah ah.»
lá conseguiu outro leitor. E ao menos não perguntou o que é que aquilo quer dizer.
8338
Capicua. Oito mil trezentos e trinta e oito posts.
Interesso-me pela capicua e pergunto:
Olá capicua, estás boa?
E faz de conta que ela responde:
Muito!
Interesso-me pela capicua e pergunto:
Olá capicua, estás boa?
E faz de conta que ela responde:
Muito!
Dias de um Ginásio
Ontem: Pilates. Foi a segunda aula que tive com esta professora, nas duas semanas anteriores, à quarta-feira, fui ao Ginásio, mas num outro lugar, onde já não regresso. Desse espaço recordo o candeeiro de rua, em verde, e em grande, como lhes é característico. Logo na primeira visita idealizei tirar-lhe uma foto mas nunca concretizei o plano. Paciência.
Mas do Ginásio onde logo irei pela última vez, vou então escrever disso.
Ontem: cacifro 68, ah ah. Bastaria a minha palavra, não era preciso fotos a comprovar, mas ontem cliquei. Há também foto do cacifro 46, ah ah. O miolo do quatro está retirado. No outro Ginásio, aquele onde já não regressarei, fui eu que lho retirei, a imitar o que vira neste. Que vândala, não é. É. Fotos já a seguir. Mas não sem antes ainda referir que a professora de Pilates de ontem me aborrece sobremodo, é muito lenta nas explicações, leva-se um ror de tempo entre exercícios, e eu não estou nada habituada a isso, aquela turma é de facto poucochinho para o meu saber. Mas vamos então às fotos.
Bom dia!
Ontem, 27 de maio de 2015, foi o primeiro dia do ano em que não cheguei a vestir o casaquinho de malha. Mil urras. E mais uma.
Hoje, 28 de maio de 2015, pela temperatura que por esta hora sinto na pele, será o segundo dia do ano em que não vestirei o casaquinho de malha. Duas mil urras. E mais duas. Ou três, vá.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
8335
1º) Luz
2º) Ação
O prazer é todo meu. Sou extremamente egoísta, portanto. Olá, sou a Gina, nem tinha dito nada.
2º) Ação
O prazer é todo meu. Sou extremamente egoísta, portanto. Olá, sou a Gina, nem tinha dito nada.
Sofá negro
Há tanto tempo que não me sentava aqui. Vim passar o tempo, que o lugar da musa estava apinhado, logo, coiso.
cliente
(de verniz fresco nas unhas das mãos, pedindo por favor...)
eu que lhe
abra a mala
eu que lhe
retire o molho de chaves que deve estar mais para o lado esquerdo
eu que lhe
remova a carteira e lá debaixo estará o dito molho
eu que lhe
abra a carteira e tire o dinheiro
eu que lhe
meta o troco na carteira
eu que lhe
meta tudo na mala: carteira, molho de chaves, duplicados das chaves
eu que lhe
feche a mala
(adeuzinho e tenha um resto de bom dia, de nada, ora essa, não faz mal, então, estamos cá para ajudar)
Dias de um Ginásio
Ontem, derradeira aula de Yoga com esta professora, a qual, veja-se, já sabe o meu nome. Pronto, 'miga, apreciei a sua memória mas a gente vai deixar de se ver aqui.
Ando a despedir-me aos poucos das coisas, lugares e costumes deste Ginásio. Mentalmente, apenas, não falo.
Cacifro 46, anteontem, não é. É. Cacifro 68, ontem, não é. É. Só que não, o cacifro 68 estava ocupado, mas sem cadeado, veja-se o desmazelo, mas, veja-se sobretudo eu preocupada, ontem, que anteontem tinha ido treinar e deixado o cadeado aberto, não é. É.
Dia de (disseram na Radio)
Hoje é dia do protetor solar, protetor solar, verão, verão, praia, praia, qual a praia favorita dos portugueses, era o que os locutores queriam saber por parte dos ouvintes, ele que ligassem a dizer.
Eu escrevo, então.
Não tenho praia favorita.
Tenho, isso sim, grande dificuldade em eleger favoritos disto ou daquilo. Não sei. Gosto de tantas praias, se calhar até gosto de todas, sei lá eu. Conheço várias no Sul, nenhuma no Norte, a não ser a de Matosinhos, que há anos fui lá e a observei de passagem, a imagem que tenho na memória é um areal extenso e plano, mas não sei se corresponde ao real do sítio. Se tivesse tempo punha aqui uma foto para comprovar. No Sul, sempre adorei a Praia Verde, gosto de muitas outras mas esta é especial porque foi a primeira praia do Algarve que conheci. Entretanto não vou escrever de mais praia nenhuma por falta de tempo. Oh. Mas a Praia Verde foi efetivamente muito especial por ser a primeira onde vi peixinhos, a água era tão límpida, contrastando com estas de aqui ao pé, como por exemplo a de Carcavelos, à qual eu estava habituada. Bom, talvez continue com este assunto num outro dia.
Outro dia
Outro dia de calor. Outro dia em que está um calor que não se fode. Quando está muito e muito e muito e muito frio é mais ou menos igual porque está um frio que não se fode. Estou portanto lixada. Fodida. Mas mal.
Bom dia!
Tenho-me esquecido de registar que fomos levados a jantar fora pelos ricos filhos para celebrar o dia do pai e da mãe. O evento ocorreu numa data um tanto ou quanto longe do Dia do Pai e mais ou menos perto do Dia da Mãe, mas foi muito bom, mesmo que fora de horas. Agora sou uma mãe um bocado desatualizada com os lugares a frequentar, ou das novidades que há ao nível do 'comes e bebes', nesse campo a jovem prole é indubitavelmente mais conhecedora.
Para ficar o registo completo: fomos levados a um restaurante no Parque das Nações, Lisboa, de seu nome 'Fifties', e, como o nome alude, é um restaurante onde se revive a época dos anos cinquenta, quer através da decoração, dos adereços do pessoal e até na ementa, que aquilo é só hambúrgueres e colas e cheesecakes e o caneco. Mas nada de comida plastificada, tudo em bom.
terça-feira, 26 de maio de 2015
coisas
advertência: ah, temos de ser pragmáticos
contestação: mas isso é o que estou a ser
posta-restante: hum, ok, vá, às vezes sou coisas
contestação: mas isso é o que estou a ser
posta-restante: hum, ok, vá, às vezes sou coisas
Do calor
Trinta e sete graus na alameda, há bocado. Aqui há tempo andei para aí a prever que um dia sopraria com tanto calor, não é. É. Ainda há meses, a esta hora, a do intervalo grande, tiritava de frio, não é. É. E, soprando, era devido a tanto frio sentir, que também sopro com frio, não é. É. Então é isso.
Boa tarde!
Na foto abaixo é o saco de cereais de que falei ontem, alguém lhe mudou o poiso, ontem no banco de jardim, hoje encostado à árvore. Achei curioso, ao que parece ninguém quer comer aqueles cereais, talvez amedronte mentes e estômagos sensíveis, principalmente as mentes, julgo. Vão lá ver, o tronco é o da árvore amarela, o saco está selado, vá, vão que vão gostar, acho. E o livro que lá deixei?! Ora bem, nem sinal, alguém levou e cuidou, imagino. Um livro é um livro, não é de comer, não é de pôr na boca, não repugna, presumo.
Planos para o fim-de-semana
No congelador tenho: massa folhada; massa de bolachas de avelã; massa de bolachas de manteiga; claras de ovo.
No frigorífico tenho: natas a expirar o prazo de validade.
E o que é que vai acontecer, docemente falando, no próximo fim-de-semana, aquando no recesso do meu lar...?
Vou agarrar nas claras e nas natas e preparar um gelado soberbo, a que juntarei um monte de bons sabores.
Vou agarrar na massa folhada e fazer folhados de carne.
Vou agarrar na massa das bolachas de avelã, estendê-la, cortá-la em formas giras e cozê-las.
Vou agarrar na massa das bolachas de manteiga e cozê-las numa só placa. Pois. Vai daí parto a placa e faço bolachas toscas e os pedaços mais pequenos acrescento ao gelado.
O meu fim-de-semana vai ser tão bom...
Do comércio tradicional
Precisava de uma cotação e solicitei-a num balcão tradicional. O homem respondeu um tanto ou quanto lamentosamente:
Ah, tenho de ver... Sabe que eu não tenho todos os preços na cabeça...
Bom, aquele homem fez-me lembrar alguém. Eu, não é. É. Ao que parece é comum o pessoal do comércio tradicional não ter os preços todos na cabeça. Uma coisa que não sei se o pessoal do tradicionalmente vendendo faz como eu é dizer ao cliente que não tem um artigo ou outro quando na verdade os tem na prateleira... Não que seja prodigiosa nisso, mas de vez em quando cometo cada gafe, pá.
Dias de um Ginásio
Quem é que foi treinar e não trancou o cadeado, quem foi, quem foi? Eu. Quem é que já fez isto outras vezes, quem foi, quem foi? Eu. Quem é que tem uma sorte tão do caraças que encontrou o cacifro tão recheado como o deixou, quem foi, quem foi? Eu.
Porra pá, estava a ver que ninguém me estranhava. Eu sou aquela que escreve, 'migas. Isso. Alguma de vós deseja ler...?
Ontem: cacifro 46. Hoje (planeio): cacifro 68. Tem de ser, é para esquematizar a minha vida ao redor de números que por ora têm que ver comigo.
Ontem foi Pilates, a derradeira aula com aquela professora. Não é grande coisa, essa professora, é do tipo rebelde, não se pense que ela faz a chamada de um a um, ali é assim, as aulas são previamente marcadas via Internet e depois é preciso efetuar a chamada, a ver quem veio e quem não está, para controlar a cena e isso assim. Mas ela não, ela levanta a mão e pergunta: «Ora bem, toda a gente marcou Pilates, não é verdade? Então vamos entrar!» E entramos ao monte. E amanhamo-nos ao monte.
Sequei o cabelo no secador de mãos. Qual secadorzinho pequenino e fofinho e lentinho pertencente ao Ginásio, qual quê, nada disso, lá não há secadorzinho pequenino e fofinho e lentinho, isso é no outro Ginásio, aquele que tenho mantido abandonado todo este mês e estou cheia de saudades.
Oh, não sequei nada o cabelo com o secador de mãos, estava a inventar e lembrei-me de inventar porque em tempos frequentei um Ginásio, que não é nenhum destes dois, onde as marias acionavam o secador de mãos e punham a mona lá debaixo para receber calor e vento, calor e vento que expulsava a água velozmente, calor e vento que revolvia mechas, calor e vento... coiso. Agora que penso nisso tão profundamente, esta cena tem a sua piada.
Venho todos os dias
Venho todos os dias aqui para perder tempo a desdobrar roupas e a desarrumar cabides. A mania de importante faz-me pensar que qualquer dia expulsam-me daqui, ou, para não ser tão dramática e portanto mais realista, reconhecem-me e mostram-me caras de enfado. E cochicham entre si. Mas não, que é lá isso.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Gravei um
Gravei um vídeo. Ouvi-o uma vez. Vi-o uma vez. Ouvi-o outra vez. Eliminei-o. O plano era novamente indecoroso e ademais, logo ao início, passei as mãos pelo corpo sem intenção de me evidenciar. Contudo, agora que escrevo, quero evidenciar essa parte da minha atuação, daí a ressalva. Via-se inclusive a minha garganta, aquela concavidade que há na base do pescoço. Isso. Conforme as palavras me saiam, assim se enchia ou afundava a concavidade. Essa é a única parte que lamento ter deitado no lixo.
Imaginário adulto
Imaginando que
eu podia fazer exatamente
o que quisesse,
ia para casa e deitava-me.
Mas se eu pudesse mesmo,
mesmo,
mesmo fazer o que quisesse,
não ia para casa,
ia para a praia e deitava-me.
eu podia fazer exatamente
o que quisesse,
ia para casa e deitava-me.
Mas se eu pudesse mesmo,
mesmo,
mesmo fazer o que quisesse,
não ia para casa,
ia para a praia e deitava-me.
Lugar da musa
«Vai escrever um livro?», ouço perguntar. Sim, era comigo. Que felicidade. Eu estou sempre a rabiscar no lugar da musa, não é. É. Então um senhor que conheço há anos fez-me a pergunta. Respondi «qualquer dia, quem sabe, estou sempre a escrever não é?»
É.
Senhora do banco
A senhora do banco levantou disfarçadamente o rabinho do assento para se inteirar acerca da parte da frente da minha blusa. Achei a sua atenção desmesurada para um feitio de blusa tão simples como a que eu trazia vestida, mas uma gaja gosta sempre de ser invejada.
Proibições sociais
Não retirar peles das cutículas com os dentes.
Não retirar macacos do nariz.
Não coçar a cabeça.
Não fitar o próximo.
Temos aposentos próprios para esse fim. Pede-se o favor de solicitar á entrada da avenida.
Não retirar macacos do nariz.
Não coçar a cabeça.
Não fitar o próximo.
Temos aposentos próprios para esse fim. Pede-se o favor de solicitar á entrada da avenida.
Boa tarde!
Finalmente! Deixei o livro! Ao acaso! Tão bom! No banco! De jardim! Estou esfusiante! Nem sei se é notório! Penso que sim! Deixei lá o livro!
Antes que não se leia o que está escrito, deixo registo:
«Estive a descansar a cabeça do sol, debaixo da árvore amarela, ao lado de um saco de cereais.
Lisboa, 25 de maio de 2015
Gina»
Diálogo
Vai daí eu
Já reparaste que oscila rima com Godzilla?
E ele
Ah ah.
E eu
Era giro para fazer aquelas rimas do rep.
E ele
Então começa a cantar.
E eu
Ah ah.
E ele
Vá, estás à espera de quê?
Já reparaste que oscila rima com Godzilla?
E ele
Ah ah.
E eu
Era giro para fazer aquelas rimas do rep.
E ele
Então começa a cantar.
E eu
Ah ah.
E ele
Vá, estás à espera de quê?
Cliente
|À despedida.|
Então até por enquanto. Ah ah. É uma grande expressão, não há dúvida nenhuma que dá para tudo. Ah ah.
Então até por enquanto. Ah ah. É uma grande expressão, não há dúvida nenhuma que dá para tudo. Ah ah.
Quer o destino
Quer o destino que quando eu deixo um comentário do caraças num lbogue... ai perdão, blogue desses aí um comentário montes de inteligente, tanto que me é reconhecida a dita inteligência... Eis que me esqueço de acabar de preencher os dados e comento como 'g a', assim, tal e qual, 'g a', sem hipótese de acesso à minha página. Vai daí, pumba, coiso, ninguém se aproxima, ninguém se pode aproximar, e eu tão inteligente e o pessoal sem meio de me poder conhecer, oh céus.
Dia de (disseram na Radio)
Hoje é dia de lembrar o que perdemos frequentemente, pela manhã. Eu cá perco o descanso e a vontade. Por mim, parava agora.
Adenda:
Também estão para ali a dizer de hora a hora, nos noticiários da Radio, que hoje é dia internacional das crianças desaparecidas. Já esse dia diz-me pouco, pois para já sou uma pessoa adulta e depois apareço amiúde algures, isto sem ordem, pedido ou convite.
bom dia!*
olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha; olha a folha...
domingo, 24 de maio de 2015
Blás
Bom dia!
O episódio que tenho de rever mais atentamente é o número oito do programa 'A Comida Caseira de James Martin', temporada um, no canal 24 Kitchen. É lá que vem a tal tarte de frangipana que planeei fazer logo ao início da semana que já terminou. A não esquecer, então, para concretizar um fim-de-semana desses.
O estado do meu lençol também é assunto para a parte da manhã. Está muito amachucado, sério, tem um plissado miúdo e preciso, se eu quisesse plissar acordada não faria a coisa tão perfeita. Sou uma mulher muito mexida na cama. Olarila.
Alguém empurrou o encosto do sofá. Eu senti. Se há coisas por aí, então uma delas empurrou o encosto do meu sofá. Quando digo coisas, digo no sentido carnal, que coisas espirituais não são carnais, não tendo portanto força para empurrar o encosto do meu sofá, pelo menos é o que consta nos filmes que metem fantasmas no enredo, normalmente atravessam barreiras e não têm tato. Uma coisa carnal empurrou o encosto do meu sofá. Pois. Se imaginariamente, quero lá saber, não é de todo o que me importa e ademais tenho imaginação também, que é lá isso de serem somente os gajos do cinema.
O episódio nove (isto agora tem que ver com o primeiro item deste post) não tem interesse para manter, pelo menos até agora, vamos lá a ver se veem aí os doces. Neste programa há uma rubrica onde são apresentados os modos antigos de preparar comida, neste em particular foi mostrado pão a torrar num gingarelho do antigamente, o qual suportava as fatias de pão e que se colocava frente à lareira. Então e querendo tostar queijo, ao depois? Ia-se buscar uma pá metálica que se colocava em cima do lume e se deixava ficar até incandescer, estando então apta a fundir o queijo por cima do pão. O aspeto daquilo era deveras apelativo, só por dizer que me faltam o gingarelho e a pá e a lareira. Há contudo outros meios, os modernos. Ah ah.
Boa tarde!
Quanto gáudio numa tarde quente e ventosa. Digo eu bom para secar a roupa. Pois. Gina já ontem referiu tal facto. Gina não vai avançar com isto de falar na terceira pessoa referindo-se a si mesma mais que até ao próximo ponto final. É que tenho uma necessidade imensa de não escrever sempre da mesma maneira, muito embora não esteja certa (estarei eu certa de alguma coisa?!) de algum dia, alguma vez ter reinventado a minha prosa.
Elevadores, átrio, varanda, corredor, sala. Já está. Falta a cozinha. Uma cozinha dá tanto trabalho a manter limpa e arrumada, oh céus, não tem par nem conta as vezes que já limpei e arrumei a minha cozinha hoje. Que faço eu num domingo à tarde, não é. É. Que tarefas mais desprezíveis, não é. É. Daqui a nada vou sair e depois mostro ao mundo como é. Ou como sou, sei lá.
sábado, 23 de maio de 2015
Blás
Gina foi ao supermercado de manhãzinha. Gina gosta de lá ir ao abrir da porta para despachar a coisa e para ver e ter os géneros frescos. Gina disse bom dia ao caixa, depois de o caixa ter dito bom dia a Gina. Caixa diz para Gina olhe não sei se já lhe disse bom dia mas tinha dito, que Gina respondeu sim senhor e eu também disse, portanto dissemos os dois. Ah ah. Gina comprou batatas e vieram duas delas em feitio de coração fofinho e outra a parecer um pénis só por dizer que é parecido com um pénis mas não é um pénis. E pronto, Gina repetiu propositada e parvamente a palavra pénis (olha, outra vez) na frase anterior. Gina comprou um tubo de pasta de dentes e duas beringelas.
Gina vinha a chegar a casa e viu um homem atravessando o pátio, de estendal ferrugento nas mãos, com as pontas de fio a pender. Gina desviou-se, que o homem vinha de olhos postos na poesia que há num fio às voltas, por conta da tenacidade daquele material. Gina conhece bem esses caminhos, ou fetiços, ou inspirações, ou, mais pobremente, impressões. Quanta poesia há neste mundo...
Gina ontem foi ao cinema ver o filme A Idade de Adaline. Gina gostou do enredo e do sentimentalismo que envolve a protagonista, um personagem que não envelhece e se isola do mundo, mas achou pouco desenvolvido. Gina achou também que o filme ia acabar com tristezas e lutos mas afinal não, talvez por isso tão pouco desenvolvidos os sentimentos.
Gina foi ao supermercado, hoje, duas vezes. Na primeira vez Gina gravou a viagem para lá e para cá. Gina vinha a cantar e a conduzir. Os filmes estão ruins, como todos os que faz, mas estes estão mais ruins ainda. Na segunda vez Gina tentou gravar mas não gravou nada. Gina foi ao supermercado duas vezes, hoje, porque estava destrambelhada e esquecida das faltas de casa.
Gina tem o jantar ao lume.
Gina tem dois ecrãs à frente, o pc e a tv. No pc Gina tem o blogue aberto e está a escrever, na tv Gina tem um filme qualquer.
Gina lembra-se de jogar à macaca. Gina lembrou-se porque leu uma passagem num blogue onde se falava dos riscos no alcatrão com giz. Quando jogava à macaca, Gina perscrutava os pedacinhos de chão, sem alcatrão, pedras, sulcos e assim, o jogo era desenhado na terra, não no alcatrão. Gina, já na infância, se debruçava por sobre minudências.
Gina vai lavar o átrio do prédio lá em baixo, mais logo.
Gina fez a tal tarte de maçã. Gina andou a semana inteira a planear o quinhão doce da sua donadecasez. Não, esta palavra não existe. Domesticidade.
Gina devia ter dito/escrito boa tarde quando começou este post, agora é tarde. Trocadilho. Ah ah. Uma mulher obesa canta no Eurofestival, agora. Casalinho, agora. Gina não fixa os países que desfilam.
Gina jantou, pelo meio da construção deste post. Às pessoas convém saber que Gina já jantou. Mas o quê? Esse é o tipo de coisa que não convém às pessoas saber. Gina duvida que esta última frase esteja bem construída. Gina ignora a frase e ignora a dúvida.
Gina vai lavar o átrio. Isto sim, convém às pessoas saber.
Gina ainda não foi lavar o átrio lá em baixo. Gina, pelo meio, ou antes, desocupou o tabuleiro do assado... ah, Gina acaba de revelar a janta! Gina apanhou a roupa que estendera há hora e meia e congratula-se com este tempo secante de roupa no estendal. Gina dançou enquanto tratava do tal tabuleiro, uma canção que não vale um peido, well I guess it's all rigth if I'm your baby...
Gina rodou o volante e a mala saiu do lugar, indo acionar o botão do ar condicionado. Gina não gosta de ar condicionado. Gina gosta tão pouco que nem sabe mexer naquilo. Solução: mexer nos botões até desaparecerem os números do visor. Gina é gaja. Gina é mesmo uma gaja. Gina trata da casa. Gina arrasa na blogosfera. Gina não sabe mexer num carro. Gina cozinha. Gina faz roupa. Gina limpa pó e gordura. Gina é gaja. Gaja. GG.
Gina já lavou o átrio.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Horizonte
Guardo a folha para segunda-feira. Fica cá, a secar mais, seca enquanto espera, entalada entre papelinhos sem nada lá escrito. Depois tiro-lhe fotos, ou falo/escrevo acerca de. Poeticamente, horizonte é sinónimo de porvir e de esperança.
Dias de um Ginásio
Outro post, mais do mesmo, só por dizer que diferente e isso é quanto baste para figurar no blogue.
O professor quis que a classe lhe dissesse se quando nos espreguiçamos ao acordarmos, a primeira espreguiçadela sabe melhor que as outras, ou se há um crescendo no prazer do espreguiçar. A maioria das pessoas disse que o primeiro esticanço era o melhor, uma ou duas disseram que depois é que era bom, e houve uma muito indecisa. Quando chegou a minha vez respondi timidamente que achava ser a primeira, sim. Então o professor elucidou o pessoal dizendo que a primeira espreguiçadela não só é mais prazerosa, como mais eficaz e benéfica. Mesmo que no meio de uma aula onde a prática leva a que se deixe o mundo, associei o momento a um excerto do livro 'Viagem ao Mundo da Droga', onde o autor (Charles Duchaussois) conta da primeira experiência de uma rapariga com a heroína, referindo que não há 'viagem' como a primeira. Depois fui-me lembrando que não há como a primeira colherada de um doce irresistível ou mesmo a primeira passa do cigarro. Depois não se quer outra coisa, bem sei, vicia, ah pois, mas que estas duas primeiras vezes são qualquer coisa, lá isso são.
O rico filho
O rico filho está feito um homem, fez arroz de salsichas. Mais uma aptidão a juntar aos milhares que já possui. Havia meio tomate na bancada, não havia nada, havia mas era o pote do arroz e a garrafa de azeite na bancada e uma casquinha ínfima de cebola no chão. Tão leve que voa. Ora essa.
Som
Que música mais lamechas, pá! E o que dá vontade de chorar, oh céus. Olá, estou a vê-la aí, de caneta na mão, a fingir que não vive. Não ouve? Há um papelinho na bolsa do telefone que diz 'os áudios estão em file manager'. Não ouves? Ó, escuta, fala de lupas e aumentar X3. Vezes quatro também dá pica. Consigo, eu. Demasiado inteligente para enlouquecer, eu. Ora essa.
Ainda
Ainda não me habituei à minha altura, tanto que sempre que jogo o cu abaixo faço mal as contas e pumba, quase caio. Dez centímetros a mais, não é. É.
Lugar da musa
Nunca mais falei dos quadros que habitualmente estão expostos no lugar da musa, nunca mais me aceleraram a veia literária.
O moço novato nos cafés não estava lá. Ainda bem, mais por conta do prejuízo que lhes dou que outra coisa.
Há música portuguesa pelo ar. Não sei quem canta, mas sei que canta Camões, «ó mar salgado / quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal». Lamento não saber quem está a cantar.
Senhoras do banco;
É sexta-feira
A primeira senhora do banco, com um tiquinho de malícia e montes de cumplicidade, perguntou-me:
'Então, preparada para o fim-de-semana?'
'Preparadíssima!', disse eu toda espevitada. Em resposta, ela sorriu largamente e meio envergonhada, combinação estranha, bem sei, mas vezes há em que os males do mundo têm um sabor extraordinariamente agradável, daí o sorriso e o ligeiro embaraço.
A segunda senhora do banco... Hum, foi assim:
'A senhora está boa? Bem-disposta?'
Imbuída, ainda, pelo espírito eufórico da senhora anterior, respondi:
'Claro, é sexta-feira! Embora lá!'
À despedida aconselhou-me a aproveitar bem o meu fim-de-semana, voto que retribui.
Encontro grandes amigos(as) em desconhecidos(as), no convívio de raspão também se encontra o bem-querer, e lá por ser de raspão não é menos sincero.
Nada disso
Nada disso*, vou mas é fazer tarte de maçã com queijo mascarpone. Lembrei-me, sabeis porquê? Porque ontem, nas pesquisas do meu blogue estava lá repescada a minha receita e eu lembrei-me. Pois. Assim sendo vou mas é usar o queijo numa deliciosa tarte de maçã. Vou até ter de fazer a massa para a base, que chatice... Estou a ser irónica. E depois, com as sobras, vou ter de fazer bolachas, que trabalheira... Estou a ser irónica.
*...
Dias de um Ginásio
Lá fui eu para o Ginásio, não é. É. Cacifro número duzentos e catorze, é melhor variar, não é. É. No fundo dele avisto duas metades do invólucro de um tampão. Estas gajas, pá, umas porcas, não é. É. Mas eu a pensar que podiam ser papéis de rebuçado ou um par de brincos, isto devido à cor mimosa, não é. É. E por ora chega deste escrever assim, não é. É.
Yoga. Hum. O professor é muito engraçado, manda a malta pôr-se de pé e levantar a perna esquerda, fletida, e com a ajuda da mão esquerda rodá-la para o lado esquerdo, abrindo-a ao máximo, enquanto a perna direita se mantém no chão, muito esticada, e o braço direito se eleva do corpo e estaca ao nível do ombro, depois é retirar a mão esquerda, deixando de ajudar a perna a subir e deixar que tudo fique igual. Quando digo/escrevo que o professor é muito engraçado, digo/escrevo porque ele, antes de mandar a malta fazer isto diz 'quero ver como está a correr a vossa semana'. Que querido, que atencioso. Mas nem só, o que ele queria saber é se temos equilíbrio. Aquela posição é difícil de conseguir e dificílima de manter. A conclusão dele foi que a nossa semana não estava a correr nada mal.
Estou quase a largar este Ginásio, já só tenho a semana que vem, vou ter saudades do Yoga mas do Pilates não, o Pilates do outro Ginásio é superior.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Blás
Quero matar a minha gente, que somos muitas. Um batalhão. Decerto não darei conta do recado sozinha. E o armamento?
Não sei se estou a envelhecer ou a enlouquecer. É que envelhecer melhora umas coisas. É que enlouquecer piora umas coisas. Mas, havendo consciência não há loucura. Então: quem dera a inconsciência. Estou a envelhecer. A velhice traz uma certa inconsciência, creio.
Quando eu tiver oitenta anos vou dar por mal empregue a tristeza e os desejos insanos do tempo presente. Nesse tempo vou estar doente, cheia de dores, torcida, incapaz, entupida de medicamentos, a morrer, literalmente, a morrer, tão perto da morte, a inevitabilidade da morte, que nos oitenta todos os dias são véspera, e a não querê-la. Que palermice, esta de agora. Raios partam isto. Que um desses raios me parta os... Ah, pois, lá vem a mesma conversa, a de agora, então, um raio nos cornos é fatal. Hum.
Há aquela... Perdi-me. De vez em quando acontece-me isto, perco a ideia, estaquei na primeira frase, a sério, não lembro o que ia escrever, vai daí resolvi escrever que perdi a ideia. Mas, e depois, como continuar? Digo continuar com o registo de que perdi a ideia, perdi a ideia e pronto, que mais dizer/escrever? Perdi-me. Há esperança, há, quem sabe a ideia retorne e me faça montes de feliz.
Mais logo: Yoga. Espero que o Yoga me liberte. Querer que me transforme é pedir/esperar demasiado. Tenho de ser eu. Viver é tão dispensável.
No entardecer há a cabeleireira sisuda. Deambula, distrai-se, tem um andar pesado. Há lago nela de repelente. Pois.
Estive a rasgar tirinhas de papel. Rasgar não é só papel, então e os tecidos, ora essa.
No entardecer vejo a família que regressa do lanchinho na pastelaria. Já contei no blogue acerca deles, são três, são velhos à beira do fim, que depois dos oitenta todos os dias são véspera, já disse/escrevi mais acima.
No entardecer as pessoas falam sozinhas na rua. Andam e falam. Ou vocalizam, antes isso. Já alguém pensou que pode ser por não quererem conversar com ninguém dos presentes? Eu já. E também já pensei que pode ser porque não encontram quem os queira ouvir.
Agora ando numa de me despedir. É para me despedir imaginariamente, é sim senhores, que raramente tenho companhia, mas é sobretudo para construir o blogue de modo a que posteriormente perceba quando o dia começa - o meu vulgo 'bom dia', onde nem sempre tenho coisas a dizer -, quando vai a meio - o meu vulgo 'boa tarde!', onde também nem sempre tenho coisas a dizer e quando assim é, deixo reticências e pronto - e o fim da escrita do dia - o meu vulgo 'até amanhã'. Os 'bons-dias' e as 'boas-tardes' há anos que uso no lbogue... ai perdão, blogue, o 'até amanhã' é recente, tem semanas de nascido, e quando digo até amanhã faço-o num post que no título tem o número de posts em que vou e, variando, não é isso o que hoje está a acontecer. Já pensei em desistir da ideia, que auqleur dia dame o amoruqe e n~«ao puvliba co pora nenuma... Hum, ok, vá, eu queria dizer/escrever que qualquer dia dá-me o amoque e não publico porra nenhuma no dia a seguir, destituindo o 'até amanhã' do seu valor. Até amanhã. Mas não sei. Deixo rascunhos, ah como isso é bom. Se não para amanhã, então para outro dia que me apeteça.
Da cor
Vermelho, a cor das unhas dos pés. Afinal, olha, vermelho. Vermelho mas assim como que vermelho, mesmo vermelho. Mesmo vermelho. Mesmo. Vermelho.
Pronto, ok, vá
Pronto, ok, vá, ainda não é hoje que deixo o livro* no banco de jardim, vou à esteticista e portanto não há intervalo grande como de costume.
De manhã, para marcar, pedi à Carminho vaga para tratar das patinhas de baixo e da sovaqueira. Ela sorriu, abriu a agenda, escreveu o meu nome e o que eu ia lá fazer, fechou a agenda, olhou para mim e disse, sorrindo, que já estava. Sim, é um facto, há quem converse menos que eu.
Estou aqui num dilema, dilema esse que não tem nada a ver com o resto do post, mas que fica na mesma, é acerca da cor do verniz. Caraças pá, eu queria ter trazido o meu rosa neón mas esqueci-me... Assim vou ter de escolher dentre o rol da valise da Carminho, decerto haverá algum que me agrade.
Que saudades
Que saudades da minha batedeira montes de espetacular, há semanas que não a uso. No sábado tem de ser, vou fazer bolo de chocolate com queijo mascarpone. Bem sei que tinha planeado a tarte de franginpana* mas é que tenho o prazo do queijo a expirar, portanto tenho mesmo de o usar. Bolo de chocolate, ah bolo de chocolate.
*...
Dias de um Ginásio
Ontem: Pilates. Ia dando cabo das costas, ontem não curti lá muito a aula. Também é verdade que tenho feito exercício todos os dias, isso conta, cansa a musculatura, mas caraças, aqueles roll up são cá de uma violência...! Isto tendo em conta a quantidade de rolls, claro, somando as variantes foram para aí uns 80, com pausas de 10 em 10. Um suplício.
Os balneários haviam mudado de sexo, trocaram os géneros sexuais de sítio, sei lá porquê. É no entanto giro ver os balneários deles. Ah ah. 2 urinóis. Ah ah. Somente 3 sanitas. Ah ah. Mau maria, assim já não posso chorar depois do Pilates, que aquilo é sempre a aviar, clientes para o chichi e isso. Na parte de dentro das portas dos cubículos não está colado aquele anúncio que adverte as senhoras a deitarem somente os pensos, pensões, pensinhos e tampões no contentor, e o papel sempre na sanita. Vá-se lá perceber porquê, não é. É. Achei também curioso que o lado de lá seja mais espaçoso e com bancos ao meio. Muito curioso, eu julgava que a maior parte dos usuários de um Ginásio fossem mulheres, afinal parece que não, por isso são eles os comtemplados com o lado melhor.
Escolhi o cacifro 46, lembrei-me, andei à procura dele e tudo. Fica próximo ao chuveiro, contrariamente ao outro lado, o que é normal, que as coisas combinam como mãos, são assim como que uma contra a outra, par com par, não sei se me faço entender, espero que sim... É por exemplo como os andares de um prédio, de apenas dois apartamentos, esses dois apartamentos são opostos entre si, a minha cozinha fica à direita, a da minha vizinha do lado fica à esquerda, pronto, é isso o que quero dizer.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
8262
Vou-me embora. Outra vez. Sem rascunhos. Outra vez. Os rascunhos não me pesam. Ou pesam, que sinto a responsabilidade de os preparar e publicar. Cenas maradas e douradas, portanto. Douradas de ouro, de valor. Até amanhã.
O homem
O homem do gás vem a cantar. Não descortino melodia nem poema, só sei que ouvi a palavra 'paixão', que é quanto baste.
Vezes
Mais
Menos
Todos somos, só que uns somos mais que outros, portanto há uns que são menos. E às vezes acontece que os que são mais estão a ser mais para outros parecerem menos, ou então noutras vezes é para não parecerem menos e sim mais. Outras vezes os de menos são mais por serem de menos e os de mais são menos. A vida resume-se então em vezes, mais e menos.
senhoras e senhores e verbos
senhora do casaco creme pode ouvir, vai com auscultadores nos ouvidos
senhora do casacão comprido não pode ouvir porque jamais entenderá questões alheias
senhora da saia vermelha pode ouvir, tem um ar ausente, decerto compreende
senhor da camisa branca não pode ouvir por conta da elevação do seu tórax
senhora das sapatilhas não pode ouvir sem abrir a boca num ó
senhor sem cinto pode ouvir, tem o ar desleixado de quem não repara em nada
senhora...
senhor...
ouvir...
poder...
senhora do casacão comprido não pode ouvir porque jamais entenderá questões alheias
senhora da saia vermelha pode ouvir, tem um ar ausente, decerto compreende
senhor da camisa branca não pode ouvir por conta da elevação do seu tórax
senhora das sapatilhas não pode ouvir sem abrir a boca num ó
senhor sem cinto pode ouvir, tem o ar desleixado de quem não repara em nada
senhora...
senhor...
ouvir...
poder...
Tenho amigos
Tenho amigos imaginários, pois tenho. Pois tenho. Pronto. Ora. Um perguntou-me mesmo agora se eu queria hoje já fosse amanhã. Respondi-lhe logo que não, ora essa, que ainda não escrevi tudo o que queria hoje.
Olha outro rascunho
Tenho três fotos para tirar, o que não deixa de ser um rascunho, se bem que presente apenas na minha cabeça.
A primeira foto é às duas folhas na mesma árvore mas de estações diferentes, portanto uma está verdinha e a outra acastanhada. Tenho mesmo de registar porque acho espetacular, e isso é algo que já observei noutros anos mas não sei se alguma vez fiz registo ou não, nem quero saber.
A segunda foto é à moldura que já não consigo obter quando sentada num dos bancos da avenida. No outro dia, em dia de os homens andarem a desbastar as árvores, coloquei o assunto no blogue, só que não tirei ainda a foto para comprar e fazer o antes&depois.
A terceira foto é ao banco hater. E eu lá em cima, a fazer pose ou a não fazer pose, logo vejo. Preciso do meu colega e nem sempre o homem tem tempo para as minhas maluqueiras.
Grandessíssima novidade
Arranquei uma folha da oitava árvore do lado direito de quem desce a rua mais bonita de Lisboa. Apresento o verso por gostar de ver avessos, seja daquilo, ou de quem, for.
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