«No fundo da arca, Francisca encontra os elementos mais modestos do enxoval, os panos de louça e os panos do pó, executados em algodão grosseiro e corados a muitos sóis para ganharem a brancura imaculada que agora brilha contra a madeira escura. Tira-os um a um, e verifica – como podia ter esquecido?! – que a menina Angelina também bordou, em todos eles, uma pequena flor, um pássaro singelo ou um fruto, como se proclamasse num inesperado desafio, que até as coisas mais humildes têm sagrado direito a um toque de graça.»
‘Os Íbis Vermelhos da Guiana’, Helena Marques
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