Estávamos a ser atendidos numa dessas lojas de tv por cabo, quando um dos presentes começou a espingardear com o governo e concernentes politiquices, o que nada tinha a ver com o local, claro, tanto mais que o homem não falava para ninguém em particular mas sim para quem lhe desse atenção. A rica filha apoia os cotovelos em cima do balcão, olha-o insistentemente e começa a falar baixinho como se estivesse a conversar com ele, a dar-lhe razão mas a mandá-lo calar em simultâneo. Lancei-lhe um olhar reprovador e adverti:
… olha aí, vê lá se o homem te ouve
mas logo ela se desculpou:
… ó mãe, tu fazes o mesmo
Acrescenta que é giro fazer como eu: digo que ninguém me ouve ou se interessa pelo que digo, posso dizer as parvoíces que quiser mesmo que não esteja muito longe do 'inimigo' e ela realmente pôde certificar-se que nenhuma das pessoas presentes dera o mínimo sinal de atenção sobre o que ia dizendo e que se calhar, afinal e tal... É como eu. Rematei a questão dizendo-lhe que em certos aspetos, a única diferença que existe entre nós é a idade...
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