... É o livro que leio ao momento. O título atraiu-me, lembro-me de algo assim na minha infância, vivi de perto com a curiosidade das pessoas da aldeia de quando lá íamos de visita. Comigo era assim:
– Então esta mocinha é filha de quem?
E eu respondia que era filha da Rosária e do António, seguido dos respetivos apelidos. Era imediatamente identificada e seguia-se então a avaliação e comparação física. É daí que vem o meu traumazinho pequenino de infância que consiste em não ser parecida nas feições com nenhum dos meus pais, pois era isso mesmo que me diziam as aldeãs, ainda agravado pelo facto de o meu irmão ter a boca e os olhos da minha mãe, que foi uma das raparigas mais lindas da aldeia no seu tempo de juventude. E em todas as vezes eu tinha de ouvir estes comentários, pois é...
Mas a minha mãe sempre me disse que depois que nasci em momento algum saí de ao pé dela, portanto não fui trocada na maternidade, não senhores. E, num misto de gáudio e horror, noto que em cada dia que passa sou mais parecida com ela.
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