Adoro confecionar doces, é indubitavelmente o meu tema culinário preferido. Uma das grandes questões da doçaria é o facto de esta ser uma ciência exata, pouco se podendo desviar em termos de quantidades. Não tem nada a ver com uma comida de tacho que a gente põe lá dentro muito alho, se gosta muito de alho, muita cebola, se gosta muito de cebola, pouco tomate se não gostamos lá muito do piquinho que este deixa no refogado, muito ou pouco disto ou então daquilo. Não tem mesmo nada a ver. Quero com isto dizer que há certas coisas que não sei ainda fazer, como por exemplo o doce de ovos. O doce de ovos tem um ponto impreterível, a calda tem de estar numa determinada temperatura e com uma determinada redução. Nem mais, nem menos. Ali. Pumba. E eu, mesmo sabendo da ciência que a doçaria exige, tenho a mania de me guiar pelo instinto...
A vizinha deu-me ovos. Muitos. E eu pensei, olha, boa, fixe, vou aproveitar e experimentar fazer doce de ovos. Não me aconteceu acabar com uma omolete doce no tacho, não senhores, mas a verdade é que o creme, ainda que tenha engrossado, não ficou homogéneo, quando 'descansou' as gemas escorreram para baixo, ficando o açúcar e a parte mais cremosa e espumosa no topo. Congelei-o. É claro que vamos comê-lo na mesma, é doce, sabe bem, a malta lá em casa não é muito esquisita com o aspeto que as coisas têm. Agora só tenho de fazer um molotof com as claras que sobraram, e que também congelei, e regá-lo com o meu doce de ovos de duas camadas.
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