Terminei a leitura do livro 'O olhar das mulheres' , Max Gallo.
Gostei do livro mas em dada altura aborreceu-me um pouco e a verdade é que estava desejosa de o acabar de ler.
A história está dividida em duas partes, sendo que uma é a narração sob o ponto de vista dum homem e a segunda sob o da mulher. São casados, com um casamento que se deteriora aos poucos, girando à volta do olhar das mulheres, incidindo levemente, aqui e ali, naquela capacidade que elas têm para serem destemidas e implacáveis.
Curiosamente gostei bem mais da narração masculina que da feminina, muito embora tenha escolhido para publicar um parágrafo da parte feminina.
«Quando i miei occhi su di tè si son fermati sono stata felice.»
Aquele calvário de uma paixão que nos habita e se não cumpre, que desejamos se apague e temos tanto medo que se extingue, vivi isso durante vários meses.
Alguma vez conhecera sentimentos tão intensos? Dizia para comigo: esta é a última oportunidade de amar, depois será a lenta paralisia do egoísmo e da idade, o envelhecimento dentro dos hábitos, a perda deste ímpeto que nos torna capazes das ruturas ou de levantar voo. Depois, será o enterramento cada vez mais profundo de uma só vida, com recordações e mágoas. E, com esse pensamento, a angústia oprimia-me. Metia uma cassete de canções e poemas russos no gravador, enchia a cabeça com aqueles sons ásperos, dilacerantes, com aquela melopeia inflamada, a sua língua materna, depois estendia-me na cama, pegava no seu livro, lia, relia, recitava e achava-me de súbito tão ridícula que jurava curar-me daquela ilusão. Daquela doença, porque Karl nada me dissera. Eu era joguete dos meus desejos, dos meus devaneios.
Não tinha mais que fazer?
Aquele calvário de uma paixão que nos habita e se não cumpre, que desejamos se apague e temos tanto medo que se extingue, vivi isso durante vários meses.
Alguma vez conhecera sentimentos tão intensos? Dizia para comigo: esta é a última oportunidade de amar, depois será a lenta paralisia do egoísmo e da idade, o envelhecimento dentro dos hábitos, a perda deste ímpeto que nos torna capazes das ruturas ou de levantar voo. Depois, será o enterramento cada vez mais profundo de uma só vida, com recordações e mágoas. E, com esse pensamento, a angústia oprimia-me. Metia uma cassete de canções e poemas russos no gravador, enchia a cabeça com aqueles sons ásperos, dilacerantes, com aquela melopeia inflamada, a sua língua materna, depois estendia-me na cama, pegava no seu livro, lia, relia, recitava e achava-me de súbito tão ridícula que jurava curar-me daquela ilusão. Daquela doença, porque Karl nada me dissera. Eu era joguete dos meus desejos, dos meus devaneios.
Não tinha mais que fazer?
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