Na carteira tenho cinquenta e três cêntimos, sendo cinquenta deles pertencentes a uma moeda de plástico, dessas de pôr os carrinhos de supermercado a andar. Portanto: tenho três cêntimos. Se eu tivesse três (trinta, trezentos, três mil, etc.) euros na carteira não vinha ao blogue dizer nada disto, pois não constituiria notícia. A notícia está no pouco dinheiro, raramente no muito.
Do outro lado da carteira continuam os papelinhos de há muitos meses. Como é do outro lado, quebrei a linha duas vezes para obter uma linha em banco. Para que é que isso interessa, não é. É. Isso interessa tanto quanto os papelinhos, papelinhos esses que são pacotinhos de açúcar vazios e estratégica e cuidadosamente abertos para guardar quando esvaziados, no sentido de vir a confecionar as receitas de bolos/bolachas que contêm impressas no verso. Há também o pequeno recorte dum prospeto de pizaria que tem uma ilustração sui generis, polpinhas de dedos com desenhos de caras. Quero fazer igual e depois tirar fotos, só não sei quando, mas sei que será seguramente num dia do futuro. Depois tenho cartões vários, de supermercado, do ginásio, e isso também não constitui notícia. A notícia está no papel laranja. O papel laranja é um lembrete que aguarda a minha passagem por uma das avenidas de Lisboa. Quer isto dizer que preciso de visitar uma loja para me informar dum item específico mas que não quero especificar. Daí o papelinho laranja. É que assim vê-se bem, é lembrete vistoso. Sempre quero ver quantas vezes passarei na dita avenida e me hei-de esquecer de perguntar 'olhe lá, aquele item assim e tal e coiso?'
2 comentários:
Bem! Vim, li, diverti-me e encantei-me.
Uma semana sem publicar! Que se passa?
Nada de especial, Manuel, às vezes ando escondida e isso assim.
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