Tenho um amigo que olhou demoradamente para o boneco que tenho no aparador. É o Fernando Pessoa. Ou é como se fosse, vá, que o Fernando Pessoa foi, e é, bem mais que um boneco. É Literatura e Saber e História. Para se perceber a importância que dou ao poeta note-se a letra maiúscula.
Levantei a peça e pu-la nas suas mãos. Oh, não pus nada, apenas apontei com o dedo mostrando ao meu amigo o azulejo em que assenta a cadeira onde o boneco está sentado. É um azulejo à portuguesa, azul e branco. E o boneco é feito de metal, umas partes pintadas, outras não. Andámos às voltas, o meu amigo e eu, se aquilo seria mesmo metal e isso assim. Concluímos que era, sim senhores, daí já ter afirmado antes, tipo assim três ou quatro frases antes desta, ou lá que foi.
Levantei a peça, finalmente, e mostrei-lhe o papelinho onde apontei a data e o local da compra: Porto, rua de Santa Catarina, 3/10/2011. Depois rematei o caso com a fundada informação: tenho a casa toda assinada, 'migo, é que eu sou das letras.
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