Tenho sempre vontade de escrever. Pergunto. Me. Sim, tenho. Obviamente não posso estar sempre a rabiscar e a apresentar num blogue todos os meus pensamentos e atitudes. Mas gostava, claro que sim. Viver somente para escrever, porque não? Ora.
Pergunto-me como viveria. Pois. Se estivesse sempre a escrever não vivia as minhas coisas, que não me componho apenas de escritos tolos. Pensava o quê? Ah, e coiso, agora vou escrever que estou a escrever, que sinto a escrever, que refilo a escrever, que desaustino a escrever, que mordo a escrever, que mato. A escrever. Mato.
A morte. A morte é tão atraente. É-o pelo mistério.
Seria mais feliz se estivesse a escrever ininterruptamente? Sim. Não viveria. Sabe-se que são as experiências que trazem infelicidade à vida, logo: não sofreria.
A morte. Há dias vi uma corda pendurada no tronco de uma árvore. Supostamente terá sido uma criança ou um adolescente a pô-la ali para se baloiçar e divertir-se com isso. Mas eu vi imediatamente o suicídio por enforcamento, foi esse o retrato que tirei.
Mato-me a escrever. Não pergunto, sei.
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