Aceitei o desafio da Olinda do blogue ‘rascunhos, rabiscos e limitada’. Acho que pode chamar-se desafio, afinal de contas é-me difícil dar opinião acerca da criação dalguém que conheço principalmente através do blogue, tendo forçosamente que mandar embora a hipocrisia e o medo de melindrar. Mas despi a pele de uma certa Gina que é um tanto ou quanto reservada e fiz aparecer uma outra Gina, destemida e escrevente. E vamos a isso.
Vou começar pelo pior.
O único ponto negativo foi alguns contos terminarem demasiado abruptamente. Compreendo que possa dar azo a que os leitores inventem a sua própria história a partir dum tema e cenário mas eu não gosto, fico com água na boca, sou muito apegada ao real, ou então pouco imaginativa, ou ainda muito boa ouvinte e vai daí gosto de ‘ouvir’ tudo...
Vou agora continuar com o que achei melhor, bom e muito bom.
A Olinda possui uma escrita clara e acessível. Sei que estou a repetir as opiniões doutros leitores mas é efetivamente uma das marcas da autora, mantém-se à parte daquele pretensiosismo tolo de quem quer ‘escrever bem’, usando artimanhas e floreados que quanto a mim só atrapalham e enfeiam o texto.
A autora aborda despudoradamente assuntos temíveis e/ou vergonhosos tais como o sexo e a morte. Escrever é difícil devido à exposição de sentimentos, opiniões, cenas e intimidades nossas (sim, mesmo que seja ficção) e quando chega a hora de publicar nenhum tema parece ‘normal’ e nada parece tão relativo ou tão acessível assim.
Uma das coisas mais agradáveis que verifiquei com a leitura deste livro de contos foi conseguir lê-lo sem interrupções, habitualmente sou uma leitora desconcentrada e repetidamente assaltada por pensamentos extra e posso dizer que tal não aconteceu.
Uma outra agradabilidade foi não ter tentado mudar as histórias, ou seja: tenho a mania de estar a ler e a mudar os textos na minha cabeça, do tipo ‘eu cá escrevia assim ou punha esta palavra aqui’. É esta minha característica algo presunçosa que me ajuda a decidir se compro o livro ou não, isto nas raras vezes em que ando a escolhê-los nas livrarias. Portanto: compraria o livro da Olinda.
Para finalizar a opinião, os contos que mais gostei foram: ‘Organismos’; ‘Liberdade de Escrita’; ‘Conto Quase Erótico’.
3 comentários:
Não concordo com o sexo e morte serem assuntos destemidos!
São normais, fazem parte do nosso percurso.
Quanto ao resto, não sei. Não conheço o Blogue, mas vou descobrir.
Bji
Obrigada pela crítica!
Partilho lá para a tardinha, ok?
Beijinhos
Sabes que há quem me acuse de "Purlple Prose"? Curiosamente estou mais de acordo contido de com estes outros.
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