«Não há amor mais sincero que o amor à comida.», Bernard Shaw
Esta frase está há meses nos meus rascunhos, à espera de oportunidade para aparecer. Escrevi da gula, revelo. O meu conto 'Modo de' assenta sobre a gula. E, vai daí, com o desenvolvimento perdi o controlo e o tema descambou, ou então converteu-se, não sei muito bem. Rabiei pra caraças para me manter no assunto. Não deu. Pumba. Coiso. Olha, paciência. Afinal de contas as incertezas e o desequilíbrio ajudam(-me) a escrever.
«Arranje-me uma marguerita, por favor. Com muito sal no bordo do copo para eu passar a língua prazerosamente, sorver o líquido turvo com uma vontade contida, os dentes fazendo as vezes duma rede que não deixará entrar o gelo dentro da boca, quero que derreta dentro do copo, esperar a marguerita como que transbordar antes de cada golinho que me há-de saber a limão muito ácido e a Tequila. Principalmente a Tequila, a ver se rodopio aqui sentada, enquanto absorvo o resto do lugar, que eu cá adoro essas cenas de olhar e tal, para as pessoas, para os objetos, pensar e cismar e disfrutar de tudo quanto é visível e invisível, plausível e impossível. Quero relaxar, o dia foi ruim, a minha vida está estranha, eu sou uma pessoa muito especial. Quero uma marguerita, é isso mesmo. Obrigadinha.»
Nota: excerto dum post meu datado de 12 de abril de 2012
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