Gina, a mulher que tem um blogue

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Post requintado e doente

Por acaso, só por acaso, acho que o Natal é mais bem vivido onde haja uma tia de unhas sujas a estender os coscorões em cima do joelho mas que gosta genuinamente da sobrinha, de como ela é, de como se apresenta, do que junto duma tia que ostenta singelas jóias de ouro em dedos de unhas pintadas dum qualquer verniz nude para não chocar a sociedade endinheirada, o mindinho esticado ao bebericar o chá, sempre esperançada que a sobrinha se porte muitíssimo bem e demonstre requinte. O requinte é, ou pode ser, embaraçoso. E pode tornar as pessoas indesejadas. Mesmo no seu próprio meio. É assim mais ou menos como são as doenças mentais. Pois.

Agora já toda a gente sabe que sofro daquilo. Não me é fácil conviver com essa ideia, na verdade o meu relacionamento com pessoas ficou mais difícil, era tão mas tão melhor quando ninguém.
Sabia.
E vai que aquilo estourou ao pé dumas pessoas, daquelas pessoas, e então tornou-se-me insuportável encará-las por saberem que aquilo existe em mim e ocorre sem aviso prévio. Tenho de encontrar outro meio e outras gentes, começar de novo, mudar de casa, como fazem os divorciados. No fundo é mudar de vida, isto.

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