Gina, a mulher que tem um blogue

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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Cliente

Geralmente não tenho piada nenhuma para os demais, com exceção feita para os meus coabitantes, ainda que de longe a longe. No outro dia foi o rico filho. Eu e a rica filha falávamos do novo trabalho discográfico da Adele que agora se ouve amiúde na Radio e eu expunha a ideia de que qualquer dia não a posso ouvir. E vai que a sublinhar me jogo a cantar:
So hello from the other side
I must've called a thousand times
Com os tiques vocais da cantora, cheia de gestos de diva e mais não sei o quê. E vai que o rico filho larga a rir. E vai que a rica filha também. E vai que no seguimento da melodia esta me acompanha e a gente as duas jogamo-nos a cantar:
To tell you I'm sorry
For everything that I've done
But when I call you never
Seem to be home
Com os tiques vocais da cantora, cheias de gestos de diva e mais não sei o quê. Portanto: coiso. Ou seja: três pessoas a rir na cozinha.
E a esta hora está a legião de leitores que segue este blogue pensando que me enganei no título deste post. Mas não. É que na faixa etária dos ricos filhos (ela 24, ele 21) há um descomprometimento, um desimpedimento, um desprendimento, algo assim, que faz com que as pessoas sejam leves de espírito e descompliquem tanto a vida que acabam por se rir só porque sim.
Um jovem cliente quer um artigo acerca do qual temos duas espécies nas prateleiras. Pergunto-lhe qual das duas necessitará, explicando de antemão umas coisitas. E vai que o homem responde conforme a sua necessidade. E vai que me preparo para cortar a peça. E vai que uma onda de insegurança atinge o jovem cliente, que duvida, não somente do seu querer e necessidade, como de eu estar a cortar a peça certa. E vai que eu digo categoricamente mais ou menos isto:
Então, o cliente pede um artigo e é esse artigo que o cliente leva e não um diferente. Outra coisa aliás não seria de esperar.
E o jovem larga a rir. E eu por junto. E a gente os dois ri muito. É tanto o riso que tenho de me apoiar no balcão. Ele não sei, mas eu...
E pronto, era isto, é raríssimo, mas por vezes tenho imensa graça.

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