As palavras atravessam-me a cabeça. Tenho de as escrever. Sou uma privilegiada. Escrevo.
Contudo falta-me o desplante de dizer que sou especial, disso nunca estou certa nem sou capaz de me fingir convencida que o sou. Sou uma privilegiada. Siga a vida.
Ficava mais fixe usar a palavra trespassa-me, que trespassar é de lança e portanto de conotação violenta, e o ato de escrever é violento que se farta, fica tudo escavacado cá por dentro.
«As palavras trespassam-me a cabeça; destroem-me o cérebro; exterminam-me o pensamento.»
É, fica mesmo bem. Deixo estar, não mexo mais para não estragar.
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