'Onde andará o meu tom de escrita?', pensei eu, logo de manhãzinha. 'Ecos que projeto no ecrã do computador e isso assim, onde se terão metido?!'
Mantenho o tom comigo, na verdade nunca o perdi, não o dei acabado, apenas me economizei para forjar a mudança – deixar de escrever -, garrotei as veias literária, cronista e memorialista. Esta última, a mais vívida e presente, foi tão difícil de estancar, sofri horrores para não fazer caso das pipocas a estalar na minha cabeça. Ui. Ui. Ui. Que horror.
Tenho estado mais ou menos parada, a fazer de conta que a vida é morna, a rececionar calmamente as sensações boas e sem queixas as sensações más, a fingir que sou humilde e recetiva e vivo esses momentos bons e maus num frenesim contrito.
A ideia primária era conseguir ser uma pessoa normal, e fui-o durante alguns minutos e nuns certos dias. A pessoa normal que desejei ser é alguém que não escreve num blogue num registo tão pessoal. Mas no fim, hoje, agora, lá porque deixei de escrever não me sinto mais capaz ou virtuosa e/ou outras coisas giríssimas para a gente ser, qual quê. E deixei tanto por escrever...
Não obstante, do morno hiato, sem esconder que o mesmo tem o seu quê de aprazível, ficou-me isto:
«Quem disse que a mornidão não presta pra nada? Porque não viver lassamente? Porque não viver sob o mote do 'tanto me faz'?»
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