O senhor Adeodato, o homem que tem uma loja com tudo o que é de lamber, mostrou-me o louro que tem para venda em saquinhos, já seco e pronto a usar, não fosse eu querer comprar. Neguei a pretensiosa oferta, disse que quando preciso de louro vou passear a um lugar da saloiada onde à beira da estrada está um loureiro lindo e enorme, apanho as folhas que me apetecer e depois deixo-as secar em cima do frigorífico. O senhor Adeodato põe uma cara estranha e declara muito poético, como que para amordaçar a deceção de não vender:
– O louro tem que secar à sombra para não ficar sem aroma.
Gostei deste aroma, surpreendeu-me, o senhor Adeodato é aquele homem que classifico como amavelmente rude.
Sem comentários:
Enviar um comentário