Geralmente não sinto necessidade de atingir metas porque a vida não se me afigura diferentemente. Portanto, o mais que faço, ou penso, ou determino, é continuar a viver sem pensar em morrer. Este é um pensamento tão bruto como eu, mas como também sou capaz de pensar e sentir e fazer coisas fofinhas, vou aqui registar um plano para 2016, o qual se me chegou hoje de rompante e me fez ficar cheia de esperança no futuro. Eis então o plano:
Em 2016 farei um castelo na areia. É que nunca fiz nenhum. Eh pá, é assim: eu tenho 47 anos e nunca fiz um castelo na areia. Fiz muitas poças para os ricos filhos chapinharem, fiz também aquelas construções em que a gente se limita a deixar escorrer por entre dedos a areia e a água em fio, montando uma espécie de cone aqui e ali, que em querendo se pode chamar castelo, mas eu não quero. Castelos, mesmo castelos, com muros e bandeirinhas e mais não sei o quê, esses não, nem um. Já ando a engendrar o plano, o Luís até me disse que não tenho balde, que ele arranja a pázinha mas e o baldinho? E eu pergunto: então e as bandeirinhas? Contentar-me-ei com folhas que por lá andem aos rebolões, ou penas de gaivota, de pombo, restos de plástico, logo vejo, posso até nem astear bandeira nenhuma, afinal eu é que mando nas minhas construções. 2016 vem aí, este ano até é bissexto e tudo, pumba, mais um dia, mais uma oportunidade para construir castelos na areia.
Sem comentários:
Enviar um comentário