Vai haver casório na família, uma das minhas sobrinhas vai casar. Casar mesmo, mas assim mesmo casar. Casar. Casar com cerimónia, banquete e fotos. Fotos. Oh céus... A minha sobrinha pediu-me que tirasse fotos ao casamento dela*, mas assim mesmo tirar as fotos como eu quiser, ao meu jeito, com a minha perspicácia, com a minha emoção.
Então é assim: a minha sobrinha quer uma reportagem sem fotografias artificiosas e/ou poses estigmatizadas, ela não quer saber se as fotos ficam boas, com a luz ideal, com a focagem e a velocidade certas, ela quer registar o lado humano da festa do seu casamento: a lágrima, o sorriso, a felicidade, o tédio e sobretudo a espontaneidade. E pediu-me, a mim, pediu-me que o fizesse, levada por um lado observador que ela (também) tem. E fá-lo-ei com todo o prazer. A primeira parte será fácil, vou andar lá por casa a clicar aqui e ali, por entre paredes e pessoas que conheço há décadas. Depois é que vai ser o bonito, olha eu de roda dum casal de noivos, a clicar, a ver as carinhas (e as emoções) deles de perto, olha eu defronte duma plateia, calada (eu), é certo, mas à frente duma catrefa de gente que não conheço, num lugar onde supostamente não caberia mais ninguém se não os noivos e os dirigentes. Essa é a parte que me assusta. Mas adiante, que eu cá não vou deixar fugir esta oportunidade, não.
– Ó tia, não te importas?
Pergunta ela a medo. E eu sou sincera:
– É assim: eu tenho vergonha... Mas tiro as fotos, podes contar comigo.
E olha eu ali, que bom, podendo ver a 'coisa' de perto, assistindo e clicando, eu ao pé da lágrima e do sorriso, arrimada ao acontecimento.
2 comentários:
Acho que é um momento muito especial mas, pergunto que vai fotografar a "fotografadora"?
Sabe que isso já me passou pela cabeça? Mas alguém me há-de fotografar, ou então faço como nas férias: fotografo os próprios pés e mãos... ;)
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