A mulher dos olhos redondos adverte que não exaspere com as repetições na escrita, afinal a vida é cíclica.
A mulher dos olhos redondos concorda que devo retirar os 'eus', fazer de maneira a que não apareçam, que isso é narcísico por demais.
A mulher dos olhos redondos lembra que escreva doutros assuntos, dos que nunca escrevo, os assuntos horrendos, podres, fedorentos.
A mulher dos olhos redondos aconselha que escreva o que me apetecer, primeiro para mim, depois para os outros.
A mulher dos olhos redondos pede tento, pede-o muito subtilmente, pede que insinue a minha individualidade.
A mulher dos olhos redondos proíbe-me de escrever transparentemente, que o mistério é capaz de tudo.
A mulher dos olhos redondos frisa: o mistério é capaz de tudo.
A mulher dos olhos redondos remata que escreva sem motivo, irrisoriamente.
Somos todos iguais → há uma individualidade que nos distingue.
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