Há aquela pessoa que vem descendo a avenida - fá-lo de segunda a sexta, sem falhar um dia - e te olha atentamente, como se quisesse descortinar a tua personalidade, não se contentando com a aura misteriosa que demonstras. O amiudado interesse faz brotar a paixão e comprazes-te nela, um poucochinho que seja. Entretanto engendras um plano na tua cabeça: amanhã trarás uma resma de folhas contigo, quando te cruzares com o dito cavalheiro deixa-las cair propositadamente ao chão... Bem, talvez não seja precisa uma resma, quaisquer dez ou doze folhas chegam para que o cavalheiro dobre a espinha e te ajude a apanhar as folhas perdidas e espalhadas pelo chão da avenida.
As mulheres apaixonam-se tão facilmente. Descobriste um poema que fala disso e tudo…
Paixão fácil
Há cavalheiros
Muitos
Não suficientes, porém
Para a vontade feminina.
Há momentos cavalheirescos
São menos
Que os cavalheiros
São demais, porém…
É preciso cuidado
Que as mulheres
Apaixonam-se facilmente
Digo eu, a mulher.
Poema meu, publicado na antologia 'Poesias sem Gavetas'.
Sem comentários:
Enviar um comentário