«Façamos bolos!
Adocemos a vida.»
Fiz um bolo de marmelada para levar para casa duns amigos. Devia dizer conhecidos mas parece mal, ou lá que é, isto de a gente não ter amigos faz crer que somos extraterrestes. Por isso: amigos, amiguinhos do coração, fofinhos e queridos, fui lá a casa jantar mais a família. E eu fiz um bolo com prazer, disso estou eu certa.
O outro casal que lá estava também levou um bolo de bolacha daqueles de supermercado, que a vidinha deles é uma correria e mais não sei o quê, por causa das criancinhas e isso. Não provaram o meu bolo, eu que me esmerei, até pauzinho de canela pus a enfeitar, cobri com açúcar em pó todo à volta, a fazer desenhos e tudo. Não quiseram saber, nem perguntaram de que era feito, nem nada. Aquilo foi com certeza algum passarinho que lhes cochichou que a minha farinha habita no casebre do burro e que vão lá bichos horripilantes defecar e que ponho o açúcar mesmo junto à comida do cão e os ovos repousam no cesto ao pé bebedouro dos coelhos... ou do cão... ou do burro. De maneiras que foi assim. Siga a vida.
Porém, os anfitriões honraram os meus doces préstimos. Bem hajam. E puseram na mesa uma musse de chocolate melhor que a minha. Bem hajam novamente e agora com mais força.
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