«Puxou as meias para cima; o amor. Pediu para esperar; o amor. Por me saber de saída; o amor.»
Eis a minha última sobra de amor, mais um tópico que deixei nos meus rascunhos e chega hoje ao blogue, depois de um tudo-nada desenvolvido.
Apareceu na loja uma senhora pedindo encarecidamente que a deixasse entrar para puxar as meias para cima.
Deixei, claro, como não?
Escondeu-se atrás do balcão e levantou a saia e puxou as meias, vi-lhe o corpo franzino e definhado, de velha. Mas amorosa. Fiquei a contemplá-la sem vergonha enquanto ela me pedia que esperasse e se debatia com gestos de velha. Mas amorosa. Sabia o quanto estava próxima a hora do almoço, debateu-se com o embaraço de quem sabe que incomoda. Desculpou-se.
Desculpei-a, claro, como não?
Era uma velha muito amorosa.
Sem comentários:
Enviar um comentário