Fiz tudo ao contrário, ou, dito de outra maneira: fiz tudo diferentemente do costume.
Saí do estaminé e subi a avenida. Fui ao banco. Depois segui quase até ao lugar da musa, só por dizer que parei antes, e noutro lugar, para almoçar. Sozinha. Enquanto esperava que me servissem, li o livro do momento (Gostamos Tanto da Glenda, Julio Cortázar). Deixei o arroz quase todo no prato, dando especial atenção à chicha e à salada. Acabei de almoçar à hora em que normalmente já me encontro aí, nessa mesma rua, com o almoço quase esmoído porque entretanto já subi a avenida, a diferença é que eu tinha acabado de almoçar, portanto tinha o trabalho atrasado e adiantado em simultâneo. Quase só me faltava ir até ao lugar da musa para beber o café, que fica logo ali, e fi-lo mais ou menos à hora do costume, e assim a vida se cruzou com o habitual. Bebi o sublime café e fui embora, percorrendo Lisboa pelos lugares de sempre; à hora do costume. Praça de Londres; 14:43; 27º.
Sem comentários:
Enviar um comentário