Ofereceram-me uma revista feminina, daquelas produzidas a pensar nas jovens, tanto que tuteia as leitoras, dialogando assim mais ou menos como que despudoradamente e mais não sei o quê. Os trâmites da oferta são de somenos e o nome da revista é ainda mais insignificante. Na página 66, para ser próximo ao número da besta, há um artigo onde se ensina, por assim dizer, a não se contar tudo ao parceiro, que convém resguardo acerca dalgumas coisinhas. Fiquei logo a pensar que se iriam referir ao adultério e escapadelas ao matrimónio, aconselhando as jovens a que não se contasse nada disso, pois os cabrões sofreriam imenso com esse desvendar bravio.
Mas não.
A ideia é não contar aos pobrezitos que elas vão sair com as amigas para não os melindrar, ou que sabem preparar maravilhas na cozinha, para assim conseguirem surpreendê-los... Sempre. Para sempre.
…
Estranhamente, o ‘para sempre’ não cabe neste texto.
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