Alameda; 14:39; 28º
Praça de Londres; 14:47; 26º
A travessia entre os dois pontos foi a avenida Guerra Junqueiro, pelas contas levei oito minutos, como da outra vez. Volto então a referir que não sei se os relógios estão sincronizados, portanto nunca saberei se efetivamente levo os tais oito minutos entre os dois pontos.
»Lugar da musa. Café; pau de canela; bolachinha. Bons. Do melhor.
Se bem que o café tenha uma meia dúzia de pingos a mais, daí me ter sido proporcionado um café menos amargo e aromático, mas pronto.
»Lugar da musa. Perfume de mulher fatal, aquele perfume sexual, vestidinho preto e justo, cinto dourado, muito fininho, a marcar a cintura, elegante par de sapatos de salto alto. Little black dress e o resto a compor.
»Lugar da musa. A igual chegou e meteu-se com a menina que hoje está a servir os cafés mas que costuma estar na área das revistas.
»Lugar da musa. A senhora do banco. Hum, nunca tinha visto esta senhora do banco por aqui. Tem uma blusa branca com lacinhos pretos nas costas. Quer parecer sensual, esta senhora do banco. Pergunto. Não quer nada. Não gosto muito desta senhora do banco. Não sei bem porquê, uma vez que a dita nunca me tratou mal. Mas não gosto lá muito dela. Não vou rebuscar motivos, não gosto dela e acabou a conversa.
»Lugar da musa. Não trouxe o livro pra ler, esqueci-me. Já agora trago-o apenas de hoje a uma semana. Isto porque: amanhã tenho, ou teria, tempo para ler, sim senhores, mas quarta-feira tenho manicura e quinta e sexta estarei de férias. Portanto, só por um dia, trago-o no dia 15. Nesse dia, nessa semana, a minha vida retoma os contornos de sempre.
Fui à loja de roupas. Andei a ver se a t-shirt azul, uma verdadeira pechincha, estava à minha espera, no lugar onde a deixei, ao pé dos cabides com calças, assim um bocado escondida para ninguém dar por ela, quem sabe assim, passados estes dias todos, ela estaria no mesmo lugar. Mas não.
Comprei um verniz lindíssimo e uma tira de uma espécie de camurça, recortada finamente na horizontal. A ideia era colocá-la no decote, cavas e base do vestido das riscas. Já estive como que a ensaiar na minha cabeça e entretanto percebi que fiz as contas ao contrário, pensei que o recortado ia abrir no decote, mas não, vai fechar, oh que pena.
Vi a árvore amarela, claro que tem mais folhas amarelas do que da última vez. Não vi o velho sentado no meu banco, cá pra mim teve medo dos borrifos de chuva que caíam ao momento. Vi a mola dependurada na folha, e eu que nem me tinha referido a ela no post de há pouco. Não me sentei no muro mas vi as plantas à janela, passei por elas, cumprimentei-as cordialmente, sem banzé. Sentei-me no banco de pedra às 14:38, estavam 26º. Tirei um foto de uma perspetiva que já tirei em tempos, creio até que mais do que uma vez. Rabisquei coisas.
Agora aparecem as fotos que tirei.
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