Exclamei vivamente que a rica filha era parecidíssima com o pai numa determinada característica. Ela respondeu não menos vivamente que também é mórbida, como eu. Ia pedir-lhe um exemplo mas entretanto a coisa esfriou e ambas nos esquecemos de onde íamos, focando a conversa noutro assunto.
No dia seguinte, por via doutro assunto qualquer, que já não me lembro qual nem isso interessa, a rica filha, de semblante sério, declara:
– Temos de viver com calma, que vamos morrer daqui a muitos anos.
Faço um comentário insípido demais para caber neste blogue e pouco depois ela remata com uma questão:
– Então mãe, não reparaste que fui mórbida como tu costumas ser?
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