Na loja do chinês lá estava ele, o biquíni. A duas cores: amarelo e roxo. Incrivelmente. Não tarda fico a pensar que estas duas cores me perseguem.
Lisboa, rua Morais Soares. As linhas do elétrico estão cobertas. Esqueceram a avenida Almirante Reis, no pedaço que rodeia o Fernão de Magalhães em estátua, onde demograficamente se chama Praça do Chile. Isto do alcatrão descurar as linhas ser propositado ou não... Não sou sabedora.
Passa na rua o homem que tem montes e montes de burros de enfeitar espalhados pela casa.
Moça quer petróleo, vai limpar o quintal e quer atear o fogo aos caniços.
Para mim é comum ver o meu colega e um cliente unidos pelo mesmo suspense. Esperam o clique que indicará o ponto exato de bom funcionamento da mola de porta. A sério, o suspense daqueles dois é qualquer coisa de sinistro. Clique: a porta fechou e quase lhes dá uma epifania. Também posso dizer que a cena tem um cunho algo miraculoso. Valeu a pena o sobe e desce de escadote. É incomum, porém, ouvir-se algures a ladainha dum atrasado mental que por volta das sete da tarde se põe à janela. É a mãe quem o coloca ali para espairecer a maluqueira do pobre diabo. Também se ouve um cão raivoso. Não se vê, ouve-se. Não se vê o dono. Não se ouve o dono.
Era uma vez uma mulher que deixou cair uma moeda na sarjeta e aborreceu-se com a vida no geral. No geral pode ser tudo, já se sabe. Quem quiser alongar o tópico, força aí.
Os feios são pessoas com azar.
Os semáforos vivem em grupos de três e dão-se todos bem, brilhando à vez.
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