À uma e doze duma madrugada qualquer lembrei-me que se não me agrada a maioria dos contos dos meus coautores, e marimbando para a ausência de humildade e decoro, percebi que a probabilidade de produzir um texto interessante aumenta consideravelmente.
Mantra: se não me agrada a maioria dos textos deles, então eu que faça melhor!
Ora bem, tretas e mais tretas e mais tretas!
Deixei os meros rabiscos e fui direita aos contos pecaminosos. Estou desfeita. Não sei… (escrever…) Como continuar.
O conto vaidoso e o conto preguiçoso não passam de tópicos sem vislumbre ou esperança de desenvolvimento capaz.
O conto irado não passa de uma suposiçãozinha pequenina e ligeiramente indignada.
O conto invejoso é completamente ficcionado, e portanto está longe de ser concluído porque não tendo para a ficção, qual inventar uma vida diferente, ou entrecruzar várias vidas, qual quê.
O conto guloso não passa duma reviravolta tola e carnal, esforço-me por escrever acerca das papilas gustativas e da saliva que cresce na boca mas dou por mim a escorregar para a luxúria, como se se fundissem os dois desejos. Ou seja: os dois desejos fundem-se, só por dizer que eu tenho a obrigação de os dissociar. Ou escrevo duma boca, ou escrevo doutra.
O conto luxurioso não passa duma viagem pela minha pacata e vulgar vidinha, é autobiográfico, portanto, e sendo que não ando por aí com este e aquele, dando-me a luxos carnais…
Sem comentários:
Enviar um comentário