Tinha o cacifro aberto. Retirara o bloquinho rudimentar de dentro da mala e pusera-me a rabiscar, apoiada na parte de dentro do cacifro. Noto movimento junto a mim. Os cacifros não têm mais de trinta centímetros de largura e entre uns e outros não distam mais que quatro ou cinco centímetros. Conclui-se portanto que uma vizinha ali mesmo ao lado, que queira abrir o seu cacifro, o vai fazer tão em cima de mim que lhe sinto o bafo. Rabisquei apenas 'imaginação', fechei a portinhola e afastei-me. O que eu queria apontar, para não esquecer, era:
'Imagino que não tenho imaginação'
Imagino que não tenho imaginação porque não enredo histórias inventivamente. Era só isto.
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