Vou falar da mudança de roupa. A minha. É uma verdadeira saga. Não é nada, mas que é feito de um blogue sem o exagero...?
Não vou falar de meias, cuecas ou sutiãs porque me vou dedicar à mudança de vestuário da rua para a do trabalho e a roupa interior não carece de ser mudada em tais ocasiões.
Está frio, agora é inverno, convém-me pôr um pequeno tapete por baixo dos pés antes de me descalçar. Descalço uma bota e coloco-a no bidé, descalço a outra e coloco-a onde calhar, ou uma bota onde calhar e a outra no lavatório, ou as duas onde calhar, ou as duas no lavatório, ou as duas no bidé.
Retiro o cachecol e penduro-o na pleia onde assenta uma prateleira que por sinal é estreita e portanto o que excede da pleia dá para pendurar ali qualquer coisa que queira. Começo a sentir frio.
Dispo o casaco e penduro-o por cima do cachecol.
Dispo as calças, que penduro por cima do casaco e do cachecol, correndo o risco de aquela porra cair toda ao chão, e sinto o frio a adensar. Umas vezes as calças e o casaco escorregam e caem, o que dá tempo ao frio de me torturar mais ainda, outras não.
Começa agora a segunda parte desta dança fria e indesejada.
Retiro o casaco grosso de andar pelo estaminé do cabide e coloco-o por cima das botas que estão no bidé, ou no lavatório, ou então não, porque posso eventualmente não as ter deixado aí e sim no chão, como já referi, seja lá como for coloco o casaco no lavatório ou no bidé. Por que não o visto logo, se tenho tanto frio, seria uma boa pergunta, à qual respondo: não dá jeito nenhum vestir e calçar o que me falta com um casacão grosso que se farta em cima das outras três camisolas que já trago vestidas de casa e que não dispo.
Onde é que eu ia...? Ah. Ressalvo que neste ponto encontro-me vestindo apenas três camisolas (eu disse que não ia dar importância à roupa interior).
Está agora na hora de retirar de cima do cabide o casaco suplente que tenho cá, e preciso de um casaco suplente para quê, seria uma boa pergunta, à qual respondo: esse casaco dá-me jeito nos dias em que sou transportada de mota, pois nessas viagens é obrigatório por via do imenso frio que os motards apanham, o uso de um casaco cheio de proteções para eventuais quedas, ora é claro que no intervalo grande não me vou pavonear pelas ruas da capital com um casaco desconfortável como aquele. Retornando: retiro o casaco suplente do cabide e coloco-o em cima do casaco grosso, desenlaço as calças de andar no estaminé e enfio-as nas pernas. Estão geladas.
Jogo a mão à prateleira onde estão apoiados os sapatos do trabalho e calço-os. Estão gelados
Visto o casaco grosso. Está gelado, só por dizer que não assenta por sobre a pele. Mas está gelado.
Estou pronta para trabalhar. Quero dizer: estou mais ou menos pronta para trabalhar, falta arrumar tudo o que desarrumei. Neste momento tenho um par de botas... algures, não me vou repetir, umas calças, um casaco e um cachecol empilhados num apoio da treta, na imenência de cair.
Primeiro: as calças da rua são enfiadas no cabide. Segundo: o casaco suplente é pendurado no cabide. Terceiro: o casaco com que saí de casa é colocado por cima daquele. Quarto: o cachecol é posto em cima de tudo. Quinto: as luvas... Ah, esqueci-me de tirar as luvas! Não esqueci nada, esqueci-me foi de relatar onde as tiro. Bem, depende, estou baralhada com tanta informação, mas acho que as tiro antes de tudo o mais e as enfio nos bolsos do casaco.
Um dia mais tarde, quando o clima estiver quentinho, hei-de fazer um post com a saga que é este despe-veste com as roupinhas de verão. Olarila. Para já, pois é, não vou sair deste post ainda, noticio que um dia desses, por conta de tanta volta que dou, me desequilibrei, apoiei-me no lavatório e preguei com o mesmo no chão... Sério, descolou-se da parede, numas partes, noutras, partiu, e catrapum, chão. O meu desequilíbrio pôs alguém em despesas.
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