sexta-feira, 28 de agosto de 2015

...

tás feituma
besta
vai
tembora

o blogoje tá nufím

vai
tembora

voucém rascunhos

Lisboa, 28 de agosto de 2015

Chegou o dia de ir buscar a minha Carta de Condução, a qual assentou praça nos arquivos da pê ésse pê há coisa dum mês. Desta vez foi também muito giro e vou contar já a seguir. Para começar anuncio que o meu Cartão de Cidadã deu início à sua atividade, o senhor agente precisou dele para se certificar que eu era eu. E era. E sou. Portanto o meu cartão, pueril e imberbe... mesmo sendo um mero pedaço de plástico... perdeu a virgindade com o senhor agente, e lá estou eu a relacionar estas visitas com sexo. Porra, pá, até o senhor agente que distribui as senhas fode bem, oh céus. Bom, desta vez quem me atendeu não foi o mesmo, quer isto dizer que nesta demanda corri os balcões todos, sendo, esta também, vez para ser fodida, mas bem. Mas tem sido sempre um agente de cada vez, que eu cá não fui talhada para bacanais, nem nada disso, daí que na vez primeira, com dois duma vez, a coisa não tenha corrido nada bem. Ora então o que (mais) se passa é o seguinte: como me foi permitido levantar a carta um dia antes, para não ficar com o (próximo) fim-de-semana estragado, palavras e ordem do senhor agente da vez anterior, na folha a4 de levantamento tive de redigir um pequeno texto que me foi ditado pelo senhor agente d' hoje:
«A Carta de Condução foi-me entregue no dia 28/08/2015 e fui informada que só poderia conduzir no dia 29/08/2015
Gina G»
Bom fim de semana, senhor agente.
Bom fim de semana, minha senhora.
E cai o pano desta peça mal ensaiada, finalmente. Doravante a memória é quanto baste para deleite.

Ultimamente tenho gravado

Ultimamente tenho gravado muitos vídeos, o que nada tem que ver com o facto de ter descoberto uma youtuber com montes de piada e mais montes ainda de subscritores, e que num dos seus vídeos incentiva os espectadores a fazerem os vídeos da forma que mais gostarem, serem criativos, não imitarem ninguém, isto sem obviamente se desviarem dos assuntos que querem expor. Mas pronto, é assim: ultimamente tenho voltado a gravar vídeos de rajada e pode acreditar-se que não gravo todos os que tenho na vontade, quer por falta de tempo, quer por falta de oportunidade de estar sozinha. Pois bem, faço vídeos há para aí meio ano, e entretanto percebi que os meus vídeos, afinal, oh céus, que lamentável, não são lá muito diferentes do que vejo em alguns canais, não contendo, nem por sombras, temas inovadores. Com isto de observar mais atentamente youtubers, acabei por perceber que as minhas ideias não são novas, já outros se lembraram de falar sobre isto ou aquilo e expor isto ou aquilo das suas vidas. Credo, mulher, qualquer dia filmas-te a passar o fio dental ou a mudar de cuecas.
Não filmo nada.
Mas os vlogues. Desconhecia que havia tanta gente compondo vlogues como quem compõe blogues, sofri da mesma ingenuidade, quando em 2006 quando me meti num lbogue... ai perdão, blogue, tal e qual, sabia lá eu que o mundo se encontrava neste estado.

Términus

Terminei a leitura do livro de contos 'Gostamos Tanto da Glenda', Julio Cortázar. Gostar, gostar, gostar, gostei somente de dois contos, aos quais já ontem tinha feito referência no blogue. Portanto, assim no geral, se disser que gostei de ler este livro estou a mentir, não é. É. Mas pronto, valeu pela parte que gostei.

Sabes aquela vontade




Sabes aquela vontade que tens de desaparecer do mundo, deixar de viver, fazer parte dos mortos – por sorte o texto acontece-me em crescendo -, não levantar a cabeça da almofada, não abandonar a inércia. Não abandonar a inércia mas por desejo e não por conta duma qualquer incapacidade mental. Sabes? Às vezes não te dá vontade de não fazer?










Nada! E deixares de lutar.
Lutar; viver.
Substituo uma por outra.
E deixares de viver.
Hum?

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Prova dos nove*

Naquele entardecer de primavera o sol tombava docemente no horizonte.

*prova quão longe estou da poesia

Lugar da musa

Ouvi um estalido mesmo ao meu lado.
Marimbo se foi imaginação minha. Esqueçamos essa possibilidade, por favor.
Ouvi um estalido mesmo ao meu lado, o que me despertou da escrita, senti-me num mundo à parte do mundo à parte onde costumo viver, tanto que respirava um ar diferente da outra gente. É a sensação que trago comigo. Sei que pode ter sido fabricada pela minha cabeça. Marimbo. Esqueçamos então essa parte. Vá lá.

Lugar da musa

Ouvi um homem queixar-se que ninguém edita o seu livro, o que provocou algum alvoroço por entre os seus rodeantes mais chegados. Tipo assim o pessoal que estava na mesma mesa que ele, vá. E eu a rabiscar nos meus papelinhos... E eu a pensar... Oh. Nada.

Antes que este

Antes que este agosto vá embora, tenho de falar deste agosto. Redundância, bah. Mas é que fica gira, a frase, sei lá, tem piada, 'antes que este agosto vá embora, tenho de falar deste agosto'. Bom, se calhar a vírgula a meio é que está a mais.
Mas o agosto. Este agosto tem-se apresentando fresco e escuro. Era só isso, afinal. Ah ah.

Passei ao lado

Passei ao lado do muro de pedra, do outro lado da rua, e senti um cheiro quente, que entretanto identifiquei como sendo óleo de cedro. E eis que me fez lembrar profundas limpezas domésticas. E eis que me fez lembrar que este ano, devido à minha dor parva, não fiz as minhas. E eis que me fez lembrar das que fiz o ano passado e que de certo modo descrevi no blogue, quiçá atrapalhando a vida das pessoas que nessa altura procuraram temas interessantes neste blogue. Ah ah. O tema 'limpezas' é tão interessante como outro qualquer, eu cá acho, só por dizer que o tema da prosa ser interessante, ou então não, depende mais do leitor que do escrevente.

Estou prestes a

Estou prestes a terminar a leitura do livro do momento ('Gostamos Tanto da Glenda', Julio Cortázar) e devo dizer que agora estou a encontrar contos que entendo (é um livro de contos) e de onde retiro proveito, sendo que dois desses contos me entusiasmaram sobremodo. Num deles (Graffiti) o autor põe duas personagens a contracenar por meio de desenhos que fazem nas paredes, sem nunca se encontrarem, apenas se avistando de longe e atuando sempre escondidos, como se por algum motivo não pudessem encontrar-se e falar abertamente. É uma paixão imensa que desafia as leis, a destes dois, uma vez que é proibido desenhar nas paredes, a história mete Polícia, prisão e tudo. Achei fantástico este conto, fez-me lembrar um pouco a minha história com frases na parede, principalmente a primeira (de duas), uma pergunta que deixei escrita numa parede e que me fez sofrer tanto como vibrar com a possibilidade de alguém responder. Ressalvo que a expetativa em que me encontrava era febril. Tudo debalde, claro, nunca ninguém respondeu. Aos dias de hoje, que já contam dois anos e uns bons meses sobre essa minha rebeldia (oh, rebeldia! bah!), a frase está muito esbatida, qualquer dia apaga-se de vez sem que ninguém tenha respondido, o que lamento deveras. O outro conto (Histórias que me Conto) também o li interessadamente, trata-se dum homem que imagina histórias mirabolantes, que as protagoniza dentro da sua cabeça, muito ao estilo da personagem Walter Matty (do livro 'A Vida Secreta de Walter Matty', autor: James Thurber) Aliás, é facto que o tradutor faz referência ao livro, quando não jamais eu saberia que este livro existe. E agora o mais engraçado: aquando da leitura desta passagem, onde o autor faz referência à personagem fictícia Walter Matty, o destino quis que eu tivesse visto esse filme no dia anterior. Sério. Fiquei como que ligada ao mundo da literatura e do cinema, ainda que sonhadoramente, quero lá saber.

Então vamos lá

Então vamos lá escrever, não é.
É.
Com um desejo fremente de despejar tudo quanto temos dentro da cabeça, não é.
É.
Deixarmo-nos de imagens e de vídeos e palavreado relacionado com aquelas e com estes e mais não sei o quê, não é.
É.

½ foto
1 texto
2 vídeos



Planos para o fim-de-semana, ora bem, então coiso. Os vídeos que apresento abaixo estão gravados desde segunda-feira (hoje é quinta-feira) e entretanto já sei que provavelmente não vou poder dar andamento ao que inicialmente planeei para o próximo sábado. Mesmo assim, já que gravei os vídeos, registo-os no blogue, que estes registos são-me demasiado preciosos para não os publicar.
Nota: a foto acima aconteceu porque sim e foi tirada hoje pela manhã.







Quando eu disse

Quando eu disse no outro dia que tinham cortado os ramos à roseira, era disto que estava a falar.


Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia da banana. Creio que já noutros anos registei este dia e com a ideia advinda da Radio, mas repito. Então hoje é dia da banana. O pior é que o motivo que me levou a repetir o registo, ainda que noutro ano, é que a locutora referiu que em média cada pessoa come xis quilos de bananas por ano, o que equivale a ípsilon por ano. O xis e o ípsilon são incógnitas porque não memorizei os números. Pois.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

8888

capicua
c
a
p
i
c
u
a
capicua
c
a
p
i
c
u
a

8887

… nada longe de capicua...

8886

… não muito antes de capicua...

8885

… muito muito antes de capicua...

8884

… muito muito muito antes de capicua...

8883

… muito muito muito muito antes de capicua...

8882

… muito muito muito muito muito antes de capicua...

8881

… muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

8880

… muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

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… muito muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

8878

… muito muito muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

8877

… muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

8876

… muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

8875

… muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito antes de capicua...

½ foto
1 texto
2 vídeos



Ontem visitei a árvore amarela três vezes. É d' ontem, já passou, talvez por isso hoje contrabalanço a coisa criando um texto no presente. Sei lá, manias.

Da primeira:
Sou largada no Areeiro, ainda cedo, e acho por bem alterar o que seria o percurso natural e normal de quem tem de ir trabalhar, mas não senhores, meto-me por ali acima e pumba. Não me sento no banco, não tenho tempo para isso, mas deito o olho à árvore, que é tão linda, tão linda, tão linda, independentemente da hora do dia. Às tantas até é linda à noite.
Da segunda:
Horário normal, de praticamente todos os dias, percurso normal, de praticamente todos os dias. Árvore amarela linda, que o é todos os dias, e quiçá até de noite. Não me sento, que não me apetece.
Da terceira:
Volta a acontecer o improvável, bem mais improvável que a primeira visita e completamente disparatada se comparada à segunda. Às sete da tarde subo a avenida do costume e meto-me por uma outra rua, desvio e estou lá. Desta vez sento-me ali a ver a vida. O trânsito está a regressar a Lisboa, é o setembro que se avizinha, faço inclusive referência a isso no relato que gravo. Está frio e começo a ficar arrepiada. Aguento mais um pouco, pois preciso de gastar o tempo, mas entretanto não consigo aguentar mais. Desço a rua mais bonita de Lisboa, passo ao lado do muro de pedra, onde há muito tempo não me sento por conta das formigas me subirem pelo corpo, e sento-me no banco hater, onde falo mais um pouco para a câmara.







Pessoalmente nomeando sem nomear nomes de pessoas que não o meu

Poucas coisas se nos adentram tanto como o nome que trazemos connosco. E que não escolhemos. Ah ah. Quantos não o carregam como um castigo? Ademais, há homónimos esfriando a falsa ideia de que o nome nos pertence. Iguais, mas diferentes. Mesmo sendo um castigo, poucas coisas nos pertencem tanto e são tão fiéis como o nome. Gina. Ah ah.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Na carteira tenho

Na carteira tenho cinquenta e três cêntimos, sendo cinquenta deles pertencentes a uma moeda de plástico, dessas de pôr os carrinhos de supermercado a andar. Portanto: tenho três cêntimos. Se eu tivesse três (trinta, trezentos, três mil, etc.) euros na carteira não vinha ao blogue dizer nada disto, pois não constituiria notícia. A notícia está no pouco dinheiro, raramente no muito.

Do outro lado da carteira continuam os papelinhos de há muitos meses. Como é do outro lado, quebrei a linha duas vezes para obter uma linha em banco. Para que é que isso interessa, não é. É. Isso interessa tanto quanto os papelinhos, papelinhos esses que são pacotinhos de açúcar vazios e estratégica e cuidadosamente abertos para guardar quando esvaziados, no sentido de vir a confecionar as receitas de bolos/bolachas que contêm impressas no verso. Há também o pequeno recorte dum prospeto de pizaria que tem uma ilustração sui generis, polpinhas de dedos com desenhos de caras. Quero fazer igual e depois tirar fotos, só não sei quando, mas sei que será seguramente num dia do futuro. Depois tenho cartões vários, de supermercado, do ginásio, e isso também não constitui notícia. A notícia está no papel laranja. O papel laranja é um lembrete que aguarda a minha passagem por uma das avenidas de Lisboa. Quer isto dizer que preciso de visitar uma loja para me informar dum item específico mas que não quero especificar. Daí o papelinho laranja. É que assim vê-se bem, é lembrete vistoso. Sempre quero ver quantas vezes passarei na dita avenida e me hei-de esquecer de perguntar 'olhe lá, aquele item assim e tal e coiso?'

No pátio que

No pátio que não é das cantigas:
# A folha que eu entalei por entre veios que crescem pra caraças, varanda abaixo, caiu ao chão, descompondo assim o cenário que eu preparei há dias.
# Cortaram o grande caule da roseira. Não há rosas, por agora, ok, tudo bem, portanto vai daí coiso, se é para cortar, que seja agora. Há no entanto um olhinho seco a espreitar num dos ramos mais baixos.

Nota: o cardinal é para dar um ar de #astag e essas modernices merdosas.

Consultório

Antes do tratamento tenho de aguardar na sala de espera. É sempre assim, não há consultório que difira disto, há invariavelmente uma sala de espera para os doentes.
Eu estava então na sala de espera aguardando, e como isto é um assunto diário, os trâmites e as ocorrências já começam a ser corriqueiros, nomeadamente ao nível do que a tv está a transmitir àquela hora. Neste caso quero falar do programa de ontem (creio que o televisor estava sintonizado na sic) às seis da tarde, que era apresentado pela Fátima Lopes. É consabido que a tv portuguesa no geral tem este horário soterrado pelos(as) velhinhos(as) e doentes acamados, logo: a sic não difere dos demais.
Expostas estas questões minudentes, debruço-me agora sobre a senhora que ontem estava a ser entrevistada mais ou menos pela hora que já referi no parágrafo anterior: Maria de Lurdes. Maria de Lurdes tem noventa e um anos e é poeta, publicou uma série de livros, sendo o primeiro por sua conta. À parte: os seguintes não consegui apanhar se aconteceram no mercado da mesma forma, tenho esperança que não, isto de a gente que gosta de escrever ter de pagar para nos lerem é triste. Continuando: a dada altura a Fátima Lopes pergunta a Maria de Lurdes de onde lhe vem aquela alegria tão esfusiante, se é a poesia que traz nela que transborda dessa maneira. Ela responde que não, diz que é genético, é o feitio dela que é assim e pronto.
Fiquei cheia de inveja, sou uma triste que escreve, sou a triste que escreve, sou triste porque escrevo, sou triste se não escrevo. Por outro lado, ainda bem que existem pessoas assim tão díspares, isso demonstra vivamente que escrever não tem mal algum, ora essa. Hum, é que eu às vezes acho que escrever me entristece e não me sinto nada bem com isso, outras vezes acho que só escrevo deleitosamente se estiver triste e sinto-me ainda pior.

Nota: 
A foto foi tirada na semana passada, no dia 20 de agosto, numa altura em que todos abandonaram a sala e fiquei somente eu, ficando a aguardar post condizente até hoje.

dador (leia-se da dor)

uns dizem olha lá, a partir de agora é assim, que idade é que tu tens, ah pois é, elas vêm e ficam, vai-te habituando, isto se me indigno com a dor e o mal estar, se com veemência mostro que não quero cá dores nenhumas a martirizar os meus dias
outros dizem hum, tu deixa-te de merdas e não te queixes, há quem esteja bem pior, vê o caso do homem que só tem um braço mas dantes tinha dois, o que é o teu incómodo perto dum sofrimento daqueles, isto se respondo ao vulgo 'então estás melhor?' em modo sucinto mas queixoso
pois então desejo que um raio fortíssimo lhes rache os cornos, que não escape nenhum, inclusive o homem que só tem um braço mas dantes tinha dois

Cliente

Tenho uma cadelinha deste tamanho, ó (imaginar a senhora com as mãos em concha a fazer um comprimento de vinte centímetros), chamada Paloma, que veio da Alemanha.

Porreiro, três nacionalidades numa só frase. Se não se percebe, eu explico: portuguesa, espanhola, alemã.

Cliente

Então, minha senhora, o que é que tem aí para os ratos?

Cliente

Entrou de rompante e ficou muito aflito. Sério, até soltou um 'ui' cheio de aflição. Depois afastou a franja dos olhos para falar comigo, tem uma trunfa do caneco, acreditai que tem, e lamentou profundamente não estar cá o meu colega.
O meu colega?
O meu colega!
O meu colega... Este homem deve ter lido o meu blogue, não é. É. Mas, bem vistas as coisas, só se o fez há muito tempo, pois eu não planto cá o meu colega há meses. Olha, vou pesquisar... Era trinta de junho deste ano, a última vez que escrevi acerca dele, e fi-lo acerca dos parabéns a você. Ora leia-se.

«O meu colega revelou-me que ultimamente tem parabenizado muito mais no fuçasbuque devido ao facto de tanta gente se ter lembrado de o parabenizar a ele aquando do seu (mais ou menos) recente aniversário. E eu, do meu pedestal de sabedoria, partilhei a seguinte informação:
Olha ‘migo, se quisermos pôr a coisa no plano poético e romântico, podemos chamar-lhe efeito bumerangue, mas se quisermos pô-la no plano da sabedoria popular, chamemos-lhe macaquice de imitação.»

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Árvore amarela

Era para me pôr debaixo da árvore amarela a ouvir os meus relatos, era sim senhores, que tenho de ver... ai perdão, ouvir aquela merda para constatar que me apresento minimamente coerente e capaz, só que não. Pronto, estava um senhor no banco em frente e eu sou uma mulher tímida, daí a desistência de tão excelso lugar como é o banco debaixo da árvore amarela. Desci um pouco da rua mais bonita de Lisboa e sentei-me no banco do meio. Não escolhi logo o primeiro porque estava um carro com o motor ligado mesmo ao pé, o que me dificultava a escuta de tão primorosos relatos. Portanto fiz uma segunda escolha, às vezes tem de ser. E não foi má escolha.

Lugar da musa

Extensão da leitura de hoje:
1 página e ½
1 resma de frases
1 aglomerado de palavras
1 catrefada de caracteres

1 página e ½ li eu hoje. Tão pouco e mesmo assim, tanto.



Nota: livro do momento, 'Gostamos Tanto da Glenda', Julio Cortázar

2 vídeos
1 foto
1 texto
½ receita










Ingredientes para o Cobller
3 cups de farinha sem fermento
2 colheres de chá de fermento em pó
1 colher de chá de tomilho seco
1 pitada de sal fino
100 gramas de manteiga fria em cubos
1 ovo
100 mililitros de leite frio
Preparação do Cobller
Peneirar a farinha, o fermento e o sal e depositar no processador. Juntar o tomilho e pulsar brevemente. Adicionar a manteiga e pulsar até se formar um granulado. Deitar o ovo batido e o leite e pulsar até se formar uma bola de massa. Se necessário, adicionar mais leite. Retirar a bola do processador e amassar um pouco na bancada. Estender até obter uma espessura de 1 centímetro e colocar por sobre o preparado de frango e legumes que está no pirex. Em querendo, pode-se cortar em forma de bolachas e levar ao forno num tabuleiro forrado com papel vegetal por cerca de 10 minutos e assim obter uma espécie de scones salgados.

Nota: receita retirada do programa 'Prato do Dia', apresentado pela Filipa Gomes, no canal 24 Kitchen.

domingo, 23 de agosto de 2015

Café em chávenas

Café em chávenas bonitas, de porcelana ou lá que é aquilo. Fazem parte do enxoval. Eu tive enxoval. Fi-lo. A minha mãe obrigou-me, quero eu dizer. Ordenou, talvez, induziu-me. Não sei. Só sei que levei este serviço de chá no enxoval. Mas as chávenas, que são de chá mas nada em impede de por lá beber café daquele de cafeteira, não é. É. Então, são bonitas. Foram oferecidas pela dona Natércia, uma senhora das relações da gente nessa altura, que tinha uma loja onde vendias estas coisas. Têm florzinhas, as chávenas, vermelhas, azuis e amarelas, tudo a conjugar com o verde dos caules e das folhas, verde esse que mais parece destoar, pois se até aí só havia cores primárias. Que basicidade. Eu tinha catorze anos. Como encontrar novidades se tudo me estava vedado? Mas eu gostei das chávenas, do bule, do açucareiro, da leiteira. Foi perguntado, antes de . Se eu não gostasse, não sei que seria. Às tantas ainda hoje era solteira. Ah ah.

Trapadas

Vestido lindo, terminado. A agulha volta para o cartuxo, nada de usar mais que a conta, que é lá isso. Tenho de a manter novíssima um tempo mais, que doravante torno às meio rombas. Mas o vestido. Então, o vestido é lindo. Pus as tais correntes cosidas no decote. Está muito bem. Muito bem, mesmo. Mas a agulha, que já me esquecia. voltei a embrulha-la em papel prateado, veio assim da loja, com um dizer que diz (este blogue é redundante): 'Esta agulha já foi usada, mas muito poucochinho. 23/8/2015'

São mais ou menos

São mais ou menos três da tarde. É domingo. Dia vinte e três de agosto de dois mil e quinze. Reparei há dois minutos que o último postl além de ser o sexagésimo segundo rascunho que mantenho no blogue, é também o oito milésimo octigentésimo quinquagésimo oitavo post (isto contando com todos, mesmo os rascunhos) o que é uma figura bonita, com tantos oitos. Oito não consegue pluralizar sem errar ortograficamente. Ah ah. Uma chatice. Ah ah. Portanto, e fazendo uma espécie de recapitulação: este é o oito milésimo octigentésimo quinquagésimo nono, o qual, sob determinada perspetiva, a da banalidade tola, talvez, perdeu beleza e interesse.

sábado, 22 de agosto de 2015

62

Rascunho número 62. Segunda-feira torno a escrever para os outros, por ora o prazer é todo meu.

Eu bem que

Eu bem que andava a achar estranho e tal. Então ela não se enfia ali, no blogue dele...? É que tem gabarito que chegue, classe, posição, educação e esse tipo de coisas. Finalmente vi-a lá no jardim dele. Sempre florido. Quero dizer: interessante.

Pronto, então é isso, enfiou-se lá.

O que fiz

O que fiz há nada de tempo foi acabar com os feeds do blogue. Não sei grandes pormenores de como funciona esta 'zona' do blogue, mas creio que, tomando eu esta opção, quem o quiser ler tem de se lembrar de me vir visitar, pois o senhor Blogspot já não se encarregará de depositar notícias minhas na blogosfera, mais não fará do que me deixar flutuar na blogosfera e pronto, siga a vida. Na verdade, verdade, verdadinha, verdadeira, pra mim é quanto baste. Eu só quero um espaço livre onde flutuar. Livre.

Fiz-me

Fiz-me seguidora dum blogue há nada de tempo. Foi por isso que me lembrei do meu único seguidor e escrevi um post (que está dois ou três abaixo deste) onde referia a minha singularidade no que toca a seguidores, que quando digo seguidores, é seguidor, apenas um, daí a singularidade desta que escreve. Tenho um só seguidor, não sei se está a dar para perceber. Um. É que achei piada ao blogue (estou de volta ao assunto que me trouxe aqui e que consta sucintamente na primeira frase deste post) e como há um tempo do caraças que não adicionava nenhum  à minha lista, e bem vistas as coisas até me desfiz duns poucos por me estarem a cansar à brava, olha, pumba, coiso, pus-me lá como leitora.

Abanão

Neste vídeo a Britney provoca um martemoto ali logo ao início. Martemoto, pois. Se na Terra é terramoto em Amrte há-de ser... Ah caraças, o que uma foto encarquilhada e poeirenta faz.

Não é por

Não é por nada, mas se calhar até, pois é mesmo, é que eu queria ter mas que um seguidor neste blogue. Sério. Ó pá... Para chegar à pluralidade. Ao menos isso. Vá lá. É que só tenho um.

18:33

Dezoito e trinta e três
do dia
vinte e dois de agosto de dois mil e quinze...
e...

Chove!

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

...

quando é intenso
nem lá vai com bom-senso

(João Só, Próxima estação)

!

!!!!!!!!!!!!!!!que ênfase!!!!!!!!!!!!!!!
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!!!!!!!!!!!!!!!que ênfase!!!!!!!!!!!!!!!
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!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!!!!!!!!!!!!!!!que ênfase!!!!!!!!!!!!!!!

Cada perna

Cada perna pesa-lhe cinquenta quilos, disse ela. Fiz um cálculo mental e cheguei a um resultado que permanecerá incógnito para todo o sempre.

Três folhas

Três folhas dum lado; três doutro. Havia-me esquecido. Talvez a espessura seja muita e vai daí como é que se há-de sentir o cheirinho da lavanda na minha mala, não é. É.

Bom, então vamos

Bom, então vamos lá despachar mais um assunto. Eu queria mudar o nome do blogue. Queria. Digo queria porque a certeza foi embora. O próximo passo seria fazer mais um postzinho tolinho a dizer ah pois é, este é um blogue redundante, toda a gente sabe que este é um blogue redundante, não faz falta, tem palavras desnecessárias e foca assuntos que só a mim interessam. A ideia era então começar por mudar o nome do blogue acrescentando a palavra redundante:
'Gina, a mulher que tem um blogue redundante'
Assim mesmo, o redundante a itálico. Mas entretanto essa vontade esfriou. Depois deste, o próximo passo seria chamar ao blogue:
'O prazer é todo meu'
Gosto imenso desta frase, diz-me coisas boas, também me diz más, é uma frase feita, um chavão, mas que importa a mim tais coisas, ora essa. Durante semanas a vontade rondou-me, grácil e senhora de si, mas sempre a refreei por conta de o primeiro passo não estar dado. E agora está tudo frio. Tudo. Já não quero um blogue a anunciar que contém redundâncias nem quero o prazer todo para mim. Compreendi que o prazer não é todo meu, é também dos leitores.
Quiçá um dia desses chamar ao blogue 'Antes de mais o prazer é meu'...?

Tu

De manhã esforçaste-te imenso por preparar e aprontar a maior parte dos rascunhos. Não houve falta de vontade, que é lá isso, o escrever é-te fácil. Que venha o mundo inteiro, com tudo o que tenha, armas e argumentos, contrariar esta ideia, queres lá tu saber. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil.
De tarde aprimoraste ainda o que já havias escrito e acrescentaste mais uma catrefada de textos, uns pequerruchos outros um nadinha mais extensos, mas nenhum assim muito e muito longo. Entretanto estás feliz, isto de escrever o que realmente acontece mantém-te ocupada, a cabeça não te foge para o lado da morte. Hoje. Hoje. Hoje. Hoje a cabeça não te foge para aí, vezes há em que escreves imenso, também, e é somente nesse assunto que te deténs. Depressiva, tu. Depressiva. Depressiva. Depressiva. Depressiva.
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Repetitiva.
Repete.
De manhã esforçaste-te imenso por preparar e aprontar a maior parte dos rascunhos. Não houve falta de vontade, que é lá isso, o escrever é-te fácil. Que venha o mundo inteiro, com tudo o que tenha, armas e argumentos, contrariar esta ideia, queres lá tu saber. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil. O escrever é-te fácil.
De tarde aprimoraste ainda o que já havias escrito e acrescentaste mais uma catrefada de textos, uns pequerruchos outros um nadinha mais extensos, mas nenhum assim muito e muito longo. Entretanto estás feliz, isto de escrever o que realmente acontece mantém-te ocupada, a cabeça não te foge para o lado da morte. Hoje. Hoje. Hoje. Hoje a cabeça não te foge para aí, vezes há em que escreves imenso, também, e é somente nesse assunto que te deténs. Depressiva, tu. Depressiva. Depressiva. Depressiva. Depressiva.
Repetes?

Tenho como que

Tenho como que um computador novo lá em casa. Pronto, o pc foi ao senhor doutor e veio novo e limpo por dentro. No ambiente de trabalho apenas aparece o ícone da reciclagem, não tem imagens, nem músicas nos arquivos, nem foi ainda feito download nenhum. Está um primor no arranque, veloz que só visto, e vamos inclusive poder ver vídeos sem estarem cortados pela metade por uma lista verde. Sério, há anos que naquele pc os vídeos eram vistos com a imagem a dobrar, achatadas e entremeadas por a tal lista verde, nunca se descobrindo a que se devia esse facto e portanto nunca deixando de se verem os vídeos deficientemente. Mas já passou, o meu pc agora é lindo e fofo.

Lanche

Lanche: perfumado como um pêssego. Pêssego.

O senhor

O senhor doutor caminha na rua lentamente. Não é langor, é tempo que excede, daí a lentidão. Cruza os braços, numa atitude reflexiva de quem não sabe o que lhes há-de fazer.

É uma vez

É uma vez uma camisola que diz assim:
'blog your dreams'
Com um dizer daqueles, imperou trazê-la comigo.
Um dia mostro-a.

Lugar da musa

Lugar da musa: montes de lugares vazios. Hum, agora é agosto e em setembro é que vão ser elas, não é. É.

Uma senhora

Uma senhora interrompeu a minha passada para me pedir um cigarrinho. Não ouvindo à primeira, pedi-lhe para repetir. Ela repetiu, colocando uma gargalhada no rrinho. Foi giro. Na verdade foi mesmo muito giro, só por dizer que ao momento não encontro nenhum pozinho que dê (ainda) mais graça ao meu escrever.

Repouso

Há uma posição fantástica para repousar eficazmente a cabeça, o pescoço e os ombros. É preciso uma cama e uma almofada. Limpas. A almofada, mantenho-a apoiada por sobre as costuras laterais, assim como que ao alto, vá, mas na horizontal, depois enfio lá o pescoço, o que faz com amoche no centro e eleve as pontas, proporcionando-me um apoio total da cabeça, pescoço e ombros. Muito bom. Acaricia-me o rosto suave e calidamente. Perfeito para um momento de inesperado lazer. Prazeroso por tão raramente me acontecerem descansos inesperados.

Trapadas

Planeio fazer um vestido brevemente, mais concretamente amanhã, sábado. O tecido é lindo, colorido, os motivos são pequenas pinceladas um tanto ou quanto incertas, é pesado, portanto é mesmo bom para fazer aquele modelo direito, que depois leva um elástico na zona da anca e faz uma dobra que imita o efeito duma blusa que se use por baixo da saia. Só que não, é um vestido inteiriço. O decote já eu iniciei mas não fui lá muito bem sucedida. Creio que a culpa deveu-se ao facto de a agulha de máquina já estar um tanto ou quanto usada, portanto: romba, mesmo que poucochinho, e o tecido ser de fios muito apertados não ajudou nada. Creio, e espero, que o motivo tenha sido esse. Sendo o caso, a solução estará na substituição da agulha, melhor colocar uma nova, não é. É. Mas o decote. Guarneci as bainhas, mas por causa da agulha, como já contei, o ponto apresenta falhas. Vou ter de o desmanchar e refazer com a agulha nova. Seguidamente, enfio ali um elástico e prendo as pontas com uma mosca, e para as esconder aprisiono as pontas duma corrente que anda para lá aos rebolões na caixa dos aviamentos. Vai ficar um vestido bonito e capaz. Com colar incorporado e tudo. Olarila.

Ah ah.

Ah ah é o riso que uso no blogue há algum tempo. Há meses que rio no blogue, antes não, ou nem por isso, ou então talvez não demonstrasse tão obviamente que a minha prosa contém gargalhadas.
Ah ah. Pois. Ah ah. A gargalhada sempre isolada numa frase. Qual laughing out loud (lol), qual quê. Não. Ah ah.
Atualmente, diz que nas redes sociais o lol tende a desaparecer, que o pessoal está progressivamente a substitui-lo por ahahahaha, ou lá que é. Pois eu não. Ah ah. A minha gargalhada surgiu assim. Ah ah. Não vi ninguém fazer assim em lado nenhum, não estou a imitar pessoa nenhuma, pelo menos é certo que não estou a fazê-lo conscientemente.

Par ou ímpar

A vida compõe-se dum sem-número de pares oponentes e simultaneamente ligados entre si e inseparáveis: o mal e o bem, a noite e o dia, o alívio e a dor. E depois ele é mãos, ele é pés, ele é olhos, ele é narinas... Há mais, eu é que não me estou a lembrar. Que mentira. Ah ah. Pernas, braços, sobrancelhas, orelhas, rins, pulmões... Também podemos ter só um, como por exemplo a boca, o coração, o nariz. Com dois lados, também oponentes. Ah ah. Quando não se sabe mais nada diz-se que faz parte. É, faz parte. A vida é assim, de que serve esmiuçar estas coisas, não é. É. Vou mas é escrever. Ah ah. Que é tão bom. Ah ah.

Continuo com as

Continuo com as mesmas bananas na fruteira, e se na semana passada já se encontravam maduríssimas, imagine-se hoje. Hoje estão madurissísimas. As bananas atingem o estado putrefacto mas continuam comestíveis. Quando a maturação transcende, até picam na língua, e nesse ponto das suas vidas fazem, oh se fazem, doces maravilhosos.
Queques de banana, é o que vou fazer amanhã com as bananas madurissíssimas, aproveito e uso o resto do pote de iogurte grego que anda no frigorífico também há para aí uma semana.

Porque é que

Porque é que já não uso o caderninho azul para debitar tola e velozmente os pensamentos das incursões diárias? Acho mal empregue, sei lá, aquando desses momentos a minha caligrafia é horrenda, já no outro dia registei esse facto, e ademais gosto pra caraças de rasgar as folhinhas ao depois de os pensamentos serem alongados, passados a limpo. Podia dizer que é como cuidar dum bebé, lavá-lo e vesti-lo, pô-lo cheiroso. Mas não. Depois não se rasga o bebé impiedosamente e se joga no lixo, não é. É. Quero dizer: eu cá não faria isso.

Colhi um pezinho

Colhi um pezinho de lavanda. Daquele gradeamento saíam muitos e muitos pezinhos de lavanda. Naquela rua, a mais bonita de Lisboa, há muitos gradeamentos mas nenhum tem pezinhos de lavanda a sair de dentro do quintal, como aquele. Depois, o que fiz foi entalar o caule entre folhas do meu bloquinho rudimentar, apertá-lo com a mola que segura os meus papelinhos amorosos, e rudimentares, e agrafar três vezes em cada margem. A ideia principal é perfumar o interior da mala, uma vez que é aí que o meu bloquinho rudimentar passa a vida. Nuns certos dias há meninas que me oferecem uma tirinha de papel com amostra do perfume que é notícia na perfumaria da avenida. Quando assim é, coloco-a dentro da mala para perfumá-la e o certo é que a perfumam. Tenho esperança que o pezinho de lavanda faça o mesmo que uma tirinha pulverizada com perfume bom, se bem que logo ao início a esperança era maior. Ao momento, o mais que o pezinho está a fazer é olear os papelinhos, destila um óleo peganhento que exala um ligeiro odor a lavanda. Bom, seja lá como for, vai ficar como e onde está mais algum tempo, esperando eu dias mais perfumados dentro da mala.

Leitura

Este post não acontece porque me chegou a vontade de ler, que chegou, sim senhores, mas porque descobri uma maneira fantástica de recomeçar a leitura rapidamente e sem releituras desnecessárias. Há o marcador de livros, não é. É. Então, os marcadores de livros têm frente e verso, logo, para marcar não somente a página onde paro mas também a frase, coloco a frente do marcador de encontro a esse ponto de paragem, na horizontal, assim como que a página do livro e o marcador a darem um grande abraço e a selarem os lábios imaginários num longo beijo, tão longo que pode durar dias, tudo bem, mas quando abro o livro na disposição de recomeçar, sei exatamente onde, e isso é bom que se farta.
Ainda a propósito das páginas do livro do momento (Gostamos Tanto da Glenda, Julio Cortázar), acrescento que são largas. Ainda a propósito do marcador que uso ao momento, é baixo. Logo: pumba, coiso, mesmo fixe para que na horizontal não fique com a ponta de fora e não de amachuque todo.
Terminada esta leitura, calhando a leitura dum livro mais estreito, ora bem, arranjarei então um pedaço de cartolina, espeto lá um desenho e pronto, siga a vida.

Penteado

Mulher quer nuca aparada e põe gancho a fazer carrapito tosco. Carrapito é tosco sim senhores, tanto que gancho não apanha totalmente mechas de cabelo. Mas mulher tira foto na mesma. Mulher quer perceber se ficará bem com penteado que idealizou. Mulher observa foto em pequeno ecrã de máquina fotográfica e considera que sim, fica bem com pescoço desafogado, nu. Mulher quer nuca aparada, quer sim senhores. Mulher já tinha dito/escrito que mulher quer nuca aparada, não é. É. Pois, é que mulher está cansada de cabelo em pescoço, está-se em verão, há calor imenso, cabelo cola-se, cabelo separa-se, cabelo fica feio. Mulher quer mudar de penteado.

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Ora acontece que cabeleireiro de mulher se encontra fora, portanto corte não pode ser marcado a pensar em urgência que mulher tem em aparar nuca. Chatice, pensa mulher, chatice, pá. Fetiche. Mulher ri com rima. Ah ah. Mulher rimou casualmente. Mulher crê que rima lhe apareceu espontaneamente por conta de verdade que contém.



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Lisboa, 21 de agosto de 2015

Pauzinho de ponta amarela, no lixo, hoje.

Árvore amarela

Árvore amarela: já amarelou um bom bocado.

Tenho uma amiga

Tenho uma amiga que tem por hábito batizar as plantas do seu quintal com os nomes da roda de amigos. O meu não consta. Ainda. Vou oferecer-lhe uma flor muito linda que vi na florista, tem um caule compridíssimo, para aí uns trinta centímetros, e as pétalas são médias, num tom rosa esbatido, e também as há em branco. Não recordo mais pormenores da flor, desconheço-lhe o nome, mas lá que é linda, é. Este plano existe porque num dia em que a visitei e andámos as duas a passear, quando passámos junto a uma florista ela estacou e admirou uma flor dessa espécie, dando mostras de a querer comprar, depois fez um gesto resignado e desistiu. Foi por isso que me lembrei de um dia desses lhe oferecer uma daquelas lindas flores, tenho a certeza que a batizará com o meu lindo nome, não espero menos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

...

oh-oh, oh-oh
chama-me que eu vou

(David Fonseca, Chama-me que eu vou)

Quando eu disse

Quando eu disse que ficava ‘com as laterais das unhas mais largas – os polegares e médios – por preencher’, era isto que eu queria dizer.


Cenário

Cenário que fui eu que preparei. É corriqueiro apanhar folhas do chão. Não é corriqueiro preparar cenários e isso assim.


Destino

Até parece que a gente é que faz o destino, mas não. Pelo menos não o fazemos sem ajuda. Por exemplo, daqui a nada vou almoçar, o plano é esse. Isto, se não ocorrer um terramoto (ou um cliente demorado, uma diarreia, um desmaio) vou, daqui a nada, almoçar. Mas se ocorrer um terramoto, que não está no meu plano de vida, nem na minha vontade, que é lá isso, então almoçarei de acordo com a ideia pré estabelecida. O terramoto, não ocorrendo, desgraçando a minha vida e a de tanta gente, não significa que eu mande nesse assunto, não é. É. Então, pronto, é isso, eu não mando tanto assim no meu destino.
Obviamente (creio eu que é óbvio) esta ideia é dúbia, afinal a vida contém um sem-número de veredas, e tome a gente a que tomar, encontrará duas opções em cada uma. É por isso que às vezes escrever é uma merda, que a gente nunca chega a lado nenhum, é escusado manter a ideia de que se escreve para perceber algo, seja lá o que for. Vai daí, posso afinal mandar no meu destino, então e se eu não for almoçar como planeio...? Se eu decidir categoricamente que não vou agir de acordo com o esperável...? Sendo assim, afinal, posso mandar no meu destino.
Cai o pano, que o assunto fede.

Tenho uma amiga

Tenho uma amiga que me emprestou um livro. Bom, na verdade a minha amiga emprestou-me 'O Monte dos Vendavais' de Emily Brontë, portanto o que a minha amiga fez foi emprestar-me o livro. Minutos antes ela andara de roda da sua estante e eu esperara-a sentada na pontinha do seu sofá. Do corredor, numa voz lá longe, chegaram-me questões: se eu gostava deste ou daquele, se estaria interessada no género esotérico e tal. Vai daí disse impulsivamente que não. É então que ela me propõe algo suave e me coloca na frente o tal livro. Sempre quis lê-lo e, por alguma razão, acho que a razão aqui se chama destino (gosto tanto desta ideia, então e o chavão 'quis o destino'...? ah, que amor), nunca me deparei com uma oportunidade tão capaz como esta que agora descrevo. Então e sempre quis ler este livro porquê, não é. É. Porque esta autora é uma das manas Brontë e da outra mana (serão duas ou três? não sei...), Charlotte Brontë, li 'A Paixão de Jane Eyre' na adolescência e foi livro para nunca mais esquecer. Sem o facto de elas serem irmãs nada mais acrescento como motivo para tão grande desejo. Talvez desmistificar o facto de parecerem 'iguais' na escrita, duas (ou serão três...?) mulheres; irmãs; educadas no mesmo local (presumo); com as mesmas circunstâncias (hum, sei lá), quiçá o estilo literário da época a comandar a sua criatividade, pronto, esse tipo de coisas. Depois logo vejo se são diferentes na escrita, ou então não, que decerto emitirei opinião no blogue.

Posta-restante
Entretanto fui logo avisando a minha amiga que sou pessoa para levar anos até lhe devolver o livro, ao que ela respondeu que não fazia mal nenhum.

Sonho

Sonhei que os vizinhos de cima iam sair dali, para longe, longe, longe dos meus ouvidos. No sonho eu andava tão feliz, vivendo os meus dias num relaxamento cerebral bem-vindo, porque adormecia pacificamente e acordava repousada.
Entretanto acordo e verifico que (afinal) deve haver (mesmo) algum deus, por mim pode ter um nome qualquer e morar no Céu ou na Terra, pouco me importa isso, que zela pelas pessoas acossadas noite afora por barulhos sem fim que soam em decibéis inimagináveis. É que me fizeram a vontade, os meus vizinhos de cima bazaram, zarparam, abalaram dali. Sério, pá. Obrigadinha, ó mandante dos sonhos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Consultório

Posta-restante: o senhor doutor concluiu que tenho uma coluna boa, que o meu dói-dói é persistente mas ocasional e que as melhoras serão rápidas.

Consultório

As pessoas estão doentes. Se não estão doentes, estão no mínimo sorumbáticas. Nesse estado sai-nos umas coisas ruins da expressão. Nesse estado parecemos ruins. Outras pessoas estão ausentes. O melhor é escrever, sempre difiro. Se vejo alguém de caneta na mão é porque está a fazer as palavras cruzadas ou de roda do sudoku.
Diz bom dia. Dizem bom dia. Dizemos bom dia. Todos. Todas as vezes. Há vezes dessas vezes que dizemos unissonamente, como se tivessemos ensaiado para um jogral. A vida. Ah ah. 'A Arte imita a Vida', Oscar Wilde tinha (tem?) razão. Tem, Oscar Wilde está vivo, ressuscitei-o agora mesmo.
Bic laranja; escrita fina, a caneta do senhor das palavras cruzadas.
Saquinho verde, do moranguinho, como o meu, só por dizer que o meu é vermelho. É a senhora que mais sorumbatismo tem na expressão, cabelo negro, descombina dramaticamente com a sua faixa etária. Que drama. Redundância.
A outra geme, de revista encostada à cara, vê mal ao longe, deve ser isso. Não percebo se geme ou simplesmente tem uma respiração pesada. Pesadíssima, nesse caso. Quando começaram os gemidos todos os olhos da sala se fixaram nela. Depois a gente habituou-se, já só se espanta com aquilo quem chega de novo.
Estou sentada entre duas pessoas que já viveram tão mais do que eu, quase o dobro. Destoo. Nenhum deles se inclina, querem lá saber, vai-se a ver nem dão por mim, e eu aqui tão perto.

A porteira

A porteira do número três espera à porta. Toca o telemóvel e ela atende, 'tou. Banal, eu sei, onde está a história? Aí mesmo, ora essa. Mas chama-se vida, não história. A vida é banal, a história é que não.
Há tempo li num blogue (não coloco linque porque não quero) que quem traduz as banalidades (como eu) o faz para se refugiar. Isso é tão verdade. Li aquilo e petrifiquei. Não petrifiquei nada, se assim fosse este escrito banal seria elevado a história. Fiquei simplesmente pensativa, a olhar para dentro, depois para o texto, e a ver-me ao espelho.

Há montes

Há montes de tempo que não passava por ali. Dantes, no caminho de todos os dias, observava a bandeira envelhecendo. Desta vez não a observei porque já lá não está.

Tenho uma amiga

Tenho uma amiga que me convidou a lanchar lá em casa e depois fomos às compras. As duas. Mostarda, batatas fritas, frutos do mar, chouriço e morcela. Pão de centeio. Melão. Nada mau.
Da janela da cozinha da minha amiga vê-se o cemitério. Placas de mármore, flores e letras douradas de saudade e lágrimas. Mas, note bem, lá ao fundo avista-se a ponte mais comprida de Lisboa, onde a vida se compõe doutras saudades.
Noutra perspetiva da janela o céu formava um padrão engraçado, um recorte de céu azul, em quadrado, num quadrado perfeito. Achei lindo mas faltou-me vontade de fotografar.


Pois, hoje é o Dia Mundial da Fotografia, não é. É. 

Cliente

Eu ontem a dizer* que os homens fogem de mim e o caraças, mas qual quê, isto de escrever é uma merda, mal registo uma porra qualquer logo a vida se encarrega de me chamar mentirosa, fazendo-me viver o contrário. É que o cliente não se retirava do estaminé, sei lá, parecia colado ao chão, às tantas a cola que comprara fizera efeito logo ali, sem abrir a embalagem nem nada. Perguntei-lhe se desejava mais alguma coisa, só naquela de o fazer perceber que, enfim, o caso entre nós estava terminado... Mas será que não e tal, então deseja algo mais. Diz que não e fica. E eu penso se falo do tempo que está... Ou então não. E o homem abala dali. Finalmente.


*...

No outro

No outro dia, a dobra do cotovelo, em vez de cheirar a suor que molhou e ficou molhado muito tempo e depois secou, pois não senhores, cheirava a lixívia.

Post do passado*

Vou contar porque é que me lembrei do espelho de letras, as que o fazem e as que não.
Chegou um carro cuja matrícula refletiu no vidro da montra dum lado que por sua vez refletiu no vidro da montra do outro lado. Pronto, foi isso, os reflexos da vida encontraram um vidro e esse vidro encontrou outro vidro, que atuou como um espelho, e eu li as letras TA da matrícula e notei que os números dessa matrícula estavam espelhados mas as letras não. Foi assim.


*...

No fim-de-semana*

No fim-de-semana fiz então os tais crumbles: maçã, banana e ameixa. Qualquer um dos três sabores é bom, só por dizer que a maçã é rainha e soberana, destronando completamente a ameixa e pondo grandes reservas na banana. Nos dois frutos que não a maçã, coloquei apenas sumo de limão, canela e açúcar ( o crumble no topo, evidentemente), muito embora a ameixa dispensasse o sumo de limão, como vim a perceber posteriormente, que por si só já é ácido que se farta. Ainda assim talvez volte a confecionar qualquer um dos crumbles que constituíram novidade no passado fim-de-semana, num dia em que me sobre fruta dessa qualidade ou num surto de apetite por doces iguais... Mas diferentes.

*...

Post do passado*

Então cá está ela, a foto das chaminés, tirada no mês passado, aquando das férias.




E o texto que lhe concerne.


18:05, piscina, por isso tão precisa nas horas que são, foi só virar um tiquinho a cabeça e pronto
De onde estou sentada vislumbra-se parte das chaminés daquela casa branca e linda. É uma vivenda enorme que quando fiquei hospedada no terceiro andar, num ano anterior, se destacava imenso no meio da vegetação circundante. Tirei inclusive fotos (como hoje) e depois cortei e melhorei uma delas, acabando por colocá-la no cabeçalho do blogue. Agora penso que, quiçá quando chegar a casa pesquise a foto de então e inclusive o texto, ou os textos, que escrevi em relação a estas duas chaminés.


*...

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia Mundial da Fotografia. A que apresento abaixo é de ontem à tardinha. Olhei a perspetiva, achei graça ao facto de a estátua estar meio escondida pela folhagem e cliquei.
Olhei a perspetiva e achei graça...
Olha-se a perspetiva e acha-se graça a um qualquer ponto de interesse no momento e tem-se vontade de fotografar. Não será sempre assim?


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cliente

Alzira manda copiar quatro chaves por uma que traz consigo.
Então e o senhor Joaquim?
Já foi almoçar.
Alzira está gorda. Menopausa, a etapa mais pesada da vida duma mulher.

Depois & Antes

Depois do almoço:
Lisboa, praça de Londres
Dezoito de agosto de dois mil e quinze
Treze horas e trinta e oito minutos
Vinte e oito graus ao sol

Antes do jantar:
Lisboa, avenida Gago Coutinho
Dezoito de agosto de dois mil e quinze
Vinte horas e onze minutos
Vinte e um graus à sombra

Almoço

Bolo de Bolacha para o senhor da mesa ao lado. Bolo de Bolacha, o pecado em duas frentes. Manteiga; Açúcar. O Café a cortar o mal, mas ingloriamente.
Atente-se nas maiúsculas, está lá tudo.

Quem dera

Está com tão bom aspeto: saudável e feliz.

Encontrei

Encontrei uma moeda de cinquenta cêntimos junto à paragem dos autocarros.
Quem perdeu uma moeda de cinquenta cêntimos junto à paragem dos autocarros?
Eu não.
A mim coube encontrá-la.
A partir daí guardei-a, longe da religiosidade, e creio que já a gastei.

Encontrei

Encontrei um cêntimo ali assim mesmo debaixo da badana da bandeja... Badana da bandeja, isso existe?! Bom, encontrei-o ali sozinho, o pobrezito.

Tenho algo mais

Tenho algo mais a contar acerca do canhotismo*. E eu que me tinha esquecido de registar que uso a mão esquerda para mexer no rato do computador. Lá em casa, no estaminé não. O pior é no portátil, que a ventoinha está do lado esquerdo e aquece-me a mão pra caraças. De resto, tudo bem. E porque é que eu sendo dextra me oponho a sê-lo neste particular, não é. É. Então, é porque assim descanso os tendões direitos numas vezes e os tendões esquerdos noutras.


*...

Afinal

Afinal o verniz assim claro* e mais não sei o quê é dado a espaços. Hoje, quando o dia clareou, deu pra ver isso. Talvez a purpurina sendo mais que muita não deixe o pincel abrir em todo o seu esplendor e vaidade. Ou é imprestável, pouco pelo e tal. Depois, olha, fico com as laterais das unhas mais largas – polegares e médios – por preencher.


*...

Post ulterior

Eu estava ao balcão para pedir um copo de água e, esquecendo o castelhano, pedi à portuguesa:
Dê-me um copo de água natural, por favor.
A senhora do bar despachou-se e encheu um enorme copo de água gelada e eu, que sou poupada, deixei-me estar assim. Enquanto engolia a água, não tão avidamente quanto a minha sede clamava, que eu cá não curto água gelada, ia revendo mentalmente a frase que devia ter saído da minha boca:
Uno vasito de água non fresca, por favor.
Mas não.
Dê-me um copo de água natural, por favor.
Caraças, pá.
Entretanto, ainda enquanto ia engolindo a água, um senhor que estava do lado de cá do balcão, como eu, aproveitou a deixa e exclamou:
Já não há nada natural!
Achei aquela entrada um tanto ou quanto esquisita, eu só tinha muita sede, mais nada. Engoli rapidamente o conteúdo do copo e pedi mais. Neste intervalo o homem perguntou-me:
Então em Portugal, como vão as coisas?
Fiquei parada nada de tempo, de copo na mão, contendo o resto da sede, e:
Olhe, se eu estivesse em Portugal, estava a trabalhar, assim, como estou aqui, estou de férias!
Portugal estava ótimo, portanto.
O homem não estava nada a fazer-se a mim, ora essa. Os homens não querem nada comigo, há uns que até fogem.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pintei

Pintei as unhas de prateado, tenho as unhas com purpurina e cola, por assim dizer. Estou só à espera que sequem um pouco para lhe aplicar o secante oleoso. Ia ser fixe poder escrever este post, sim, claro, como de resto é o que estou a fazer, mas não só, também ia ser fixe poder ver-se eu a digitar com os dedos em riste para não estragar a manicura. Purpurinas. Ah ah. 
Já secou?
Já.
Pintar as unhas com estes tons tão claros é... também... fixe... pobre em vocabulário, eu, hoje. Agora que já me besuntei com o secante oleoso, digamos que faço o que posso para untar todas as teclas do meu teclado.
Mas a cor clara do verniz, ora bem, então, é que assim posso esborratar à vontade que nem se nota nada.

Jantar: spana quê?!

Spanakopita de espinafres e salmão*. Só por dizer que substitui o salmão por frango previamente frito em lume alto e mais previamente ainda temperado com o que há de melhor: sal, pimenta, alho, alecrim e sumo de limão. Esqueci-me foi de não dar um entalão muito quente aos espinafres. Pois, paciência. É que não convém irem muito murchos, logo, muito húmidos, por conta de ainda estarem uma boa meia hora no forno. Mas não há-se ser nada mais que ensopar um pouco o arroz que está por baixo. Um pouco, espero que não muito. Bem se vê que neste modo descritivo em que me encontro ainda não tirei o tabuleiro do forno, sei lá eu se está tudo empapado ou então não, ora essa. O arroz também estava muito bom. Bem temperado, como se quer na receita, que desse pormenor lembrava-me eu. Tanto assim que lhe acrescentei cenoura e pimento vermelho e estames de açafrão. Sim, sim, açafrão em estames, nada daquele pó amarelo que pouco sabor acrescenta e/mas colora de amarelo o mais que pode.


*...

Eu disse

Eu disse que ia à procura das chaminés brancas, não disse? Então, em vinte e oito de outubro de dois mil e dez disse assim:


Retirei a imagem do cabeçalho do blogue, gosto de mudar. Assim à partida acho que quis mudar porque já não é Verão e esta é uma fotografia que lembra o Verão, as férias, o lazer e afins. Tudo isso passou, não faz sentido uma imagem desligada do tempo em que vivo agora.
A paisagem é a que eu via do apartamento onde fiquei instalada este ano. Não foi a primeira vez que esta paisagem me deslumbrou, já conheço o sítio há alguns anos, mas foi a primeira vez que a fotografei.
A fotografia não está no estado original, eu modifiquei-a. Pu-la mais baixinha e alterei-lhe a cor para esta assim turquesa nas águas mediterrânicas, verde vívido nas árvores e um branco luminoso naquela espécie de castelo. Ficou bem. É uma fotografia muito bonita no original também.
Queria ainda falar da espécie de castelo: passando lá ao pé não tem nem metade da imponência ou da graça que tem visto de longe. Se não tenho calcorreado algumas ruas à procura para o ver de perto era bem capaz de não lhe ver o rasto, passa despercebido. Visto de longe parece uma jóia singular.
E é assim. Férias... Para o ano há mais.


E a fotografia era assim:





Este... Ano... A... Foto... Foi... Esta.


...


...


...


Hum, tenho de a ir buscar ao disco externo. Fica então para outro dia.

Comecei com isto

Comecei com isto de apanhar flores há para aí dois anos e meio. Na altura ia passear o cão aos sábados de manhã e entretinha-me assim. Ia também às compras e conversava circunstancialmente com a merceeira. Comprava fruta e legumes. Ocasionalmente um pote de mel ou chocolate em pó. Bolachas. Farinha de trigo. Ovos. No tempo dos morangos é que era bom. Ela tinha-os da melhor qualidade que pode haver. Se eu disser que os morangos eram vermelhos e carnudos passo ao lado da originalidade. Depois descia a rua dando o lado direito à biblioteca e o esquerdo aos prédios azuis. Quando chegava a casa tratava primeiro das flores do que das compras, sei lá, a urgência era tão maior. Ah, já me esquecia, as flores colhia-as no caminho que fazia depois das circunstâncias que vivia com a merceeira, e do passeio. Que flores eram...? Ora, umas quaisquer, num sábado que calhasse.


Bolachas de Tomilho

São fáceis de fazer e boas. Fáceis porque são feitas no processador. Boas para quem gosta de bolachas salgadas, portanto: não doces. Deixo receita abaixo da foto, não sem antes deixar uma nota explicativa deveras necessária:
Estas bolachas contêm queijo parmesão. O queijo, derretendo por força do calor do forno, e o iogurte, conferem às bolachas uma textura mole, quer isto dizer que o aspeto das ditas nunca parecerá cozido e ficarão sempre moles no centro, se bem que crocantes na extremidade. Tudo bem, ok, é mesmo assim.





250 garmas de farinha de trigo
1 colher de sopa de tomilho seco
1 colher de chá de sal
100 gramas de manteiga amolecida
50 gramas de queijo parmesão ralado
1 iogurte natural (125 gramas)
sementes de papoila quanto baste


Coloca-se os ingredientes secos no processador e pulsa-se ligeiramente. Junta-se a manteiga e o queijo, aqui deixa-se o processador atuar até que pareça que tudo se misturou, digamos que quanto tiver um aspeto assim como que esfarelado. É então que se adiciona o iogurte até se obter uma massa compacta. Retira-se do copo, molda-se num rolo e envolve-se em película aderente. Depois de ficar no frigorífico uma meia hora para solidificar, rola-se por cima das sementes de papoila (também se pode usar sementes de sésamo) que se espalhou sobre a bancada e corta-se em bolachas de mais ou menos um centímetro de espessura. Leva-se as bolachas ao forno a 180º durante 10 minutos.

Nota: esta receita foi inspirada no programa Prato do Dia do canal 24 Kitchen, cuja apresentadora é a Filipa Gomes.

sábado, 15 de agosto de 2015

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Chegou o momento de publicar as fotos em que elevei aos céus a minha máquina fotográfica montes de espetacular. Não é batismo nenhum, nem alguma dedicação ao deus da imagética, que é lá isso, é porque um dia desses vi numa imagem por aí alguém elevando o seu objeto de culto (um microfone, esse alguém era cantor), destilando poder e glória, e eu quis fazer igual, mas com a minha máquina fotográfica montes de espetacular. Isto de imitar os outros é deveras infantil, bem sei, mas pouco me importa. E se revelo os meandros desta ideia, não é por querer divulgá-la e apresentar falta de brio, mas porque a acho engraçada e a quero registar.