:::: Dez e onze. Tanta coisa para escrever, oh céus. Estou atrasadíssima com isto de expor a minha vida num blogue. Ontem, e vem a propósito portanto não mudo de parágrafo, recebi um comentário de uma leitora, aparentemente sem blogue, notando a minha longa ausência. Fiquei estupefacta. Sério. Não é costume haver presenças no meu blogue, principalmente presenças tão atentas. Um dia torno ao blogue, na verdade o que mais tenho feito nestas duas últimas semanas é escrever, mas não mostro nada. Foi mais ou menos isto o que respondi àquela atenta leitora.
:::: Esta manhã pus-me a observar as flores cor-de-laranja que colhi ao pé do hospital há uma série de dias, para aí umas três semanas atrás, estão murchas, escurecidas, a lutar pela vida. Ia deitá-las no lixo, mas não, sábado fotografo-as, estarão ainda mais murchas e escuras, portanto belíssimas.
Já tenho a minha máquina fotográfica, ah pois tenho. Não está grande coisa, essa é a verdade, a lente continua um tanto ou quanto oblíqua, nota-se particularmente no programa 'comida', que é um dos que mais uso, uma vez que se adequa perfeitamente a tirar fotos a um motivo, a média distância, ou ainda muito perto, e também tem um brilho que não é natural. Um dia desses dedicarei algum tempo a tentar compensar o brilho excessivo, mexo naquilo tudo, exploro opções e tal, pode ser que consiga alguma coisa.
:::: Ontem chamei almas incógnitas aos leitores. Serão leitores, no futuro, obviamente, pois que agora não publico as merdas que escrevo, daí o incógnito.
:::: Tenho creme de mãos para mais uma aplicação. Entretanto já está um tubo cheiinho desse creme benfazejo, igual, pronto a fazer a substituição.
:::: Agora chego mais cedo ao estaminé. Há insónias pelo fim da madrugada e isso assim, então levanto-me.
:::: Almoço. O melhor do bacalhau à Gomes de Sá é o ovo cozido. Há um quê prazeroso na mistura do azeite que confitou a cebola e a gema de ovo cozida.
:::: Boa tarde, minha senhora, digo eu à Carminho lá no restaurante onde sempre nos juntamos e nos separamos. Boa tarde, minha senhora, digo eu à minha sogra, isto se a vejo da parte da tarde, claro, quando não diria bom dia, minha senhora. Entre elas há uma distância de trinta anos e eu a tratá-las da mesma forma. Entre mim e a minha sogra distam quarenta anos. Há aqui um resultado: dez. Gosto tanto destas contas.
:::: Ó Gina, és boa naquilo que fazes? Não.
:::: A mulher do senhor doutor estava à porta do supermercado, carrinho na mão, vazio de compras. O senhor doutor estava para vir.
Só eu, pá. Só eu pra me deter nestas minudências.
:::: O que (me) compra o ourives. O ourives compra (me) limpa pratas. O que (me) vende o ourives. O ourives vende (me) limpa pratas. Um produto muito bom, em qualquer dos casos, esse limpa pratas. O ourives é também uma joia de pessoa. Ou, para esquecer o chavão, se bem que esteja presente um quiproquó interessante, o ourives é o expoente máximo de um monte de predicados.
:::: Afazeres:
cento e dez; quarenta; dezassete – érre; á; éé
cento e dez; zero; zero; catorze – tê; ú; éé
mil novecentos e trinta e quatro – ver se há caixinha no armazém
:::: Seis e tal da tarde. Calhando já cá não venho. E eu que me apetece tanto, pá.
:::: Ah, a árvore amarela. Então, coiso, está bonita, parece viva, muito viva, aliás, com as bolinhas nas pontinhas dos raminhos e coisinhas assim fofinhas e especiaizinhas. Especialezinhas. Não sei. Especial-pequenino não tem plural, que é lá isso.
:::: Ah, ainda outra coisinha: o professor de Pilates diz que estou muito bem, que quase não é preciso corrigir-me, que se abeira e me ronda e me sonda as posições, mas que bem estou, oh pá, estou muito bem. Fiquei tão contente. Alguminha coisinha faço benzinho, não é. É.
:::: Até amanhã.
:::: Boa noite. Ah ah. Afinal ainda cá venho. É só para fazer o dia e o post acabar diferentemente. Crendo eu, que creio, e querendo, pois quero, amanhã será o último dia em que continuo a vida do blogue a usar esta lengalenga 'ao dia tal do mês coiso do ano assim'. Agora é que é: até amanhã.
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