É um poliban pequeno, 40X40, para aí. Mostra-mo sempre. Mostra-mo todas as vezes que lá vou.
É verdade. É mesmo verdade → sempre.
Mostra-me as bonecas também. Porque não as teve em criança, são os amigos e amigas quem lhas oferece com frequência. «Brinco agora!», exclama, feliz. Mostra-me o móvel comprido que esconde uma cama de casal, usada aquando das visitas.
Outra vez? Outra vez. Outra vez a mesma conversa? Sim.
Interiormente desprezo a já tão batida mostra de pertences, passo o olhar pelos bibelots valiosos e dou especial atenção às fotos expostas, esses segundos congelados em pedaços de papel, com um significado diferente em cada vez que os contemplo. Fossem as fotos minhas ou de familiares meus e não teriam mais do que um significado, ainda que a contemplação se fizesse todos os dias, e mesmo mais do que uma vez. A vida dos outros é que pode ser transformada, não a minha.
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