Devia existir uma morte de morrer, morrer mesmo, com caixão, funeral, choro – picuinhas ou compulsivo, dependeria do chorão - e tudo que fosse pomposo e memorativo duma vida fantástica – porque não umas carpideiras…? -…
Com tanta conversa já me esqueci onde ia…
Ah, a morta, eu, pois bem, eu, suspensa algures e dalguma maneira, a meio dum percurso entre a morte e a vida, que a bem dizer todos desconhecemos, vendo quem passa pelo planeta azul e verde, atentando particularmente em quem conheço, num deleite puro mas nada abusivo, sem ser vista, portanto. Falo duma morte assim mais ou menos como se ouve dizer por aí: que os vivos sentem os mortos, como se estes não tivessem efetivamente deixado de existir... Mas em morto, ao contrário, eu morta e a ver e a sentir os vivos. Uma morte dessas assim é que devia existir, duma morte dessas gostava eu de morrer. É bom estar à janela a ver a vida acontecer sem me atazanar.
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